segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

20 anos de Estação Espacial com muitas curiosidades e as melhores imagens da Terra



É consensual que é o “quarto” com a melhor vista do mundo sobre o Universo, mas sabe quantas “assoalhadas” tem? E quantas órbitas completa em 24 horas? Ou qual o tempo mínimo de viagem daqui a até lá?
20 anos de Estação Espacial com muitas curiosidades e as melhores imagens da Terra
A história propriamente dita da Estação Espacial Internacional, ou ISS na sigla original, remonta a 20 de novembro de 1998, quando começou a sua montagem em órbita. Dois anos depois, em novembro de 2000, chegavam os primeiros habitantes e, desde essa altura, nunca mais ficou sozinha – embora tenha estado sob ameaça disso há pouco tempo…

Neste laboratório no espaço trabalha (e vive) habitualmente uma equipa internacional de seis pessoas, enquanto viajam a uma velocidade de cinco milhas por segundo (cerca de 8km/s), orbitando a Terra a cada 90 minutos. Isto quer dizer que em 24 horas a ISS faz 16 órbitas, “assistindo” a 16 nascer e pôr-do-sol.
A estação espacial viaja uma distância equivalente a ir à Lua e voltar em cerca de um dia. Mas há outras curiosidades para saber sobre o quarto com a melhor vista do mundo sobre o Planeta Azul e arredores.











O espaço de “habitação e trabalho” é comparável a uma casa de seis assoalhadas, com direito a seis “camas”, duas casas de banho, um ginásio e a tal “sala” repleta de janelas para uma vista a 360 graus.
É possível “ligar” seis naves de uma vez à ISS e as viagens desde a Terra dessas naves podem ser feitas em seis horas. Os maiores módulos e outras peças da ISS foram entregues em 42 voos, 37 em naves sob responsabilidade dos EUA e cinco através dos foguetões russos Proton/Soyuz.
Oito milhas de fios (quase 13 km) ligam o sistema elétrico a bordo e mais de 50 computadores controlam todos os sistemas da ISS. O software em órbita monitoriza aproximadamente 350.000 sensores, assegurando a saúde e segurança da tripulação e da própria estação.
Por SapoTek

Curiosidades e fatos sobre a São Silvestre, tradicional prova que fecha o ano esportivo no Brasil

Miguel Schincariol / AFP
Tradicional prova toma conta das ruas de São Paulo no último dia do ano
Todo 31 de dezembro guarda a expectativa de um dos principais eventos esportivos do ano: a Corrida Internacional de São Silvestre. Sempre realizada no último dia do ano, em que se festeja o santo de mesmo nome, a tradicional corrida está programada para começar às 8h20min (horário brasileiro de verão) desta segunda-feira (31).
Os atletas já mostraram que estão otimistas para a largada na Avenida Paulista. Mas quão bem você conhece a história da prova? Confira algumas curiosidades sobre a São Silvestre, que fecha com chave de ouro o ano no esporte em 2018.

Criada por jornalista e inspiração em prova francesa

Cásper Líbero, além de ter idealizado o jornal Gazeta Esportiva, foi o nome por trás da criação da corrida de São Silvestre. Ainda em 1924, o célebre jornalista tomou como referência uma corrida noturna na França, em que os atletas carregavam tochas. Além disso, ele também baseou-se no sucesso da Volta de São Paulo (1918) e a Volta de Piracicaba (1919). 
Seguindo o molde francês que maravilhou Cásper, a São Silvestre foi uma corrida noturna até 1998. Com início geralmente marcado para as 23h30min (Brasília), a prova passou a ser disputada de manhã para cumprir com requisitos da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

Primeira prova

Sessenta atletas se inscreveram, e 48 fizeram o percurso inaugural da São Silvestre em 1925. Dos 48 corredores, 37 foram considerados como "classificados" - nome dado pelo regulamento aos atletas que concluíssem a prova em até três minutos após o primeiro cruzar a linha de chegada. Alfredo Gomes, do Clube Espéria, foi o primeiro vencedor da disputa; em 1925, ele percorreu os 8,8 quilômetros da prova em 33m21s.

Maiores campeões

Depois do Brasil (29), o Quênia é o país com maior número de títulos masculinos da São Silvestre, com 14. No lado feminino, o país africano domina com sobras: são 12 conquistas, cinco a mais que Portugal, "vice-líder" da lista com sete.
Individualmente, a recordista de títulos é a portuguesa Rosa Mota, que dominou a prova nos anos 1980 e foi hexacampeã consecutiva entre 1981 e 1986. Já entre os homens, destaque para o queniano Paul Tergat, pentacampeão (1995 e 1996, 1998-2000); por pouco ele não levou o título em 1997, mas foi desbancado pelo brasileiro Émerson Iser Bem e ficou com a medalha de prata.

Restrições ao longo dos anos

Hoje, a São Silvestre é um misto de gêneros e nacionalidades — mas nem sempre foi assim. Desde sua criação em 1925 até 1944, apenas atletas brasileiros (todos homens) podiam disputar a corrida. Em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundial, estrangeiros de outros países da América do Sul passaram a ser convidados para a disputa. O acesso a corredores de todos os países do mundo só foi permitido de vez em 1947.
As mulheres só puderam fazer parte da prova a partir de 1975, cinquenta anos após a primeira edição da São Silvestre. A primeira campeã foi a alemã Christa Vahlensieck. Uma brasileira só venceria a prova 20 anos depois: foi Carmem de Oliveira, em 1995.

Domínio paulista nas edições iniciais

Nas 16 primeiras edições da São Silvestre, todos os vencedores foram corredores paulistas. O panorama só mudou em 1941, quando o mineiro José Tibúrcio dos Santos (Faculdade Brasileira do Comércio) faturou o título, com tempo de 22m12s.

Onde assistir


A prova será transmitida na televisão pela Globo, a partir das 9h, e pela TV Gazeta, a partir das 8h25min.
Por GaúchaZH.Esportes

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Você conhece a Síndrome de Asperger?


Talvez você já tenha ouvido falar dela ou conhece alguma pessoa com esta síndrome, ou talvez você mesmo, que está lendo este artigo do outro lado da tela, viva com a síndrome de Asperger.
A Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro do autismo. No entanto, ela se diferencia do autismo típico através de diversas pesquisas que estão sendo feitas neste campo. A diferença mais óbvia tem a ver com a capacidade de ser independente na idade adulta, em comparação com as pessoas com autismo mais prototípico.

A Síndrome de Asperger é um transtorno do neurodesenvolvimento

É um transtorno do neurodesenvolvimento com uma base genética e hereditária, onde existem estruturas cerebrais que estão danificadas.Mas, o que são os transtornos do neurodesenvolvimento?
cerebro-crianca
Os transtornos do neurodesenvolvimento são um grupo heterogêneo dedistúrbios neurológicos que apresentam alterações em diferentes processos: na cognição, na comunicação, no comportamento e nas habilidades motoras. Estas alterações são causadas por um desenvolvimento cerebral atípico.
Ou seja, o cérebro das pessoas com Asperger funciona em muitos aspectos de maneira diferente das pessoas que não tiveram alterações em seu desenvolvimento neurológico. Nós não estamos falando de algo ruim ou bom, estamos falando de um funcionamento diferenciado na maneira de processar e perceber a informação.

As pessoas com Asperger percebem o mundo de uma forma diferente

De alguma forma é como se eles tivessem códigos diferentes para interpretar o mundo e o seu ambiente. Estes códigos diferentes os fazem viver de uma maneira que algumas pessoas acham estranha. Mas quem nunca encontrou pessoas que às vezes agem de uma forma diferente do que o esperado? Nós mesmos, muitas vezes, percebemos a realidade de uma maneira distorcida e isso nos leva a agir de maneiras que os outros acham estranhas.
Vamos falar um pouco sobre as características mais típicas desta síndrome:

As características da Síndrome de Asperger

Algumas características mais comuns desta síndrome são:
 Eles são socialmente desajeitados e têm dificuldades em seu relacionamento com as outras crianças e/ou adultos. Podem ser ingênuos e crédulos.
– Muitas vezes desconhecem os sentimentos e as intenções dos outros ou não entendem essas reações emocionais.
– Eles têm muita dificuldade para conduzir e manter o ritmo normal de uma conversa. Eles se alteram facilmente com as mudanças na sua rotina e as transições.
-Interpretam a linguagem e tudo o que ouvem de maneira literal. Eles não entendem a ironia e as figuras de linguagem, para eles tudo é literal. Por exemplo, na frase “tem um coração que não cabe no peito”, para eles a interpretação é literal e eles entendem que “o seu coração é tão grande que não cabe no seu peito”.
menino-barco
 Eles são muito sensíveis a sons altos, cores, luzes, cheiros ou sabores.
– Eles tendem a desenvolver um grande interesse (fixação) por um tema ou objeto e podem se tornar verdadeiros especialistas. Há muitas crianças com Asperger que veem uma paisagem por apenas alguns segundos e são capazes de reproduzir cada detalhe dela com uma incrível precisão.
– Não possuem habilidades motoras, por isso eles não são muito bons nos esportes.
– Muitas vezes, eles não conseguem fazer ou manter amigos da sua idade. Basicamente, porque eles não percebem o mundo da mesma maneira e ficam frustrados; como acontece com qualquer um de nós, quando encontramos pessoas com as quais nossos modos de ver o mundo e de viver são antagônicos. Com eles acontece algo parecido.

Você conhece alguém com Asperger? Coloque-se no seu lugar e o compreenderá

Portanto, temos que ser capazes de ir além do transtorno. As pessoas com Asperger muitas vezes se sentem incompreendidas. Elas se sentem estranhas em um mundo que funciona com regras que às vezes colidem com as suas. Eles não entendem o significado de muitos comportamentos que a maioria das pessoas tem.
autismo
Portanto, temos que fazer um trabalho profundo de empatia com elas. Precisamos entender que o seu modo de perceber a realidade é diferente do nosso. E isso não significa que seja bom ou ruim, é simplesmente diferente.
Vivemos em um mundo maravilhoso onde, felizmente, somos todos diferentes e podemos aprender com essas diferenças. Diferenças que enriquecem os relacionamentos e nos ajudam a sermos mais tolerantes e descartarmos a maior parte dos preconceitos que carregamos na nossa mochila emocional.
Por amenteemaravilhosa.com.br

Inep divulga dados detalhados do Enem por escola

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibilizou na internet os dados detalhados do desempenho das escolas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2005 a 2015. Segundo o Inep, esta é a primeira vez que são divulgados os microdados do Enem por Escola.
Foram disponibilizadas a média total e as médias separadas de cada uma das provas objetivas do Enem e da prova de redação, além de dados da escola, como o nível socioeconômico, taxa de rendimento, porte do estabelecimento e adequação da formação dos professores.
Os microdados estão no formato “.csv” e precisam dos programas SAS e SPSS para serem lidos. O Inep disponibilizou um dicionário da base de dados e notas técnicas de cada edição do Enem por Escola. O dicionário está disponibilizado em formato “.ods” e as notas em formato “.doc”, para atender à política de dados abertos.
A primeira divulgação do Enem por Escola foi em 2005, oito anos após a criação do exame. De acordo com o Inep, as médias passaram a ser calculadas para auxiliar professores, diretores e demais gestores educacionais na identificação de deficiências e boas práticas.
A última edição do Enem por Escola foi em 2015. Em setembro de 2017, o Inep anunciou o encerramento. A justificativa foi que os dados estavam sendo usados por escolas e pela mídia para indicar qualidade do ensino, algo que não eram capazes de medir.
Edição: Nádia Franco
Publicado
Por Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil  Brasília

Porque Einstein foi um gênio?



Sempre suspeitamos que havia algo extraordinário do ponto de vista físico, que fez com que Albert Einstein fosse mais inteligente do que nós. Suas contribuições mudaram nossos conceitos de espaço tempo e a própria natureza da realidade, e suas idéias influenciaram praticamente todos os aspectos da física moderna, seja ela subatômica ou cosmológica.
O próprio Einstein afirmou uma vez que uma das chaves para sua inteligência era a habilidade de visualizar os problemas com os quais trabalhava. Então ele traduzia essas imagens visuais na linguagem abstrata da matemática. Na verdade, um de seus exemplos mais famosos, é a teoria especial da relatividade, que segundo contam, ele desenvolveu a partir de devaneios sobre o que seria viajar através do universo em um feixe de luz.
Quando Einstein morreu em 1955 aos 76 anos de idade, seu corpo foi cremado. Antes disso, o Dr. Thomas Harvey, o patologista que realizou a autópsia, levou o cérebro de Einstein para casa. Algumas partes do cérebro foram doadas para serem utilizadas em pesquisas científicas. O cérebro ficou esquecido até 1978 quando o repórter Stephen Levy localizou-o no consultório de Harvey em Kansas. Segundo Levy, o cérebro de Einstein estava armazenado em duas jarras no consultório de Harvey. A maior parte do cérebro, com exceção do cerebelo e partes do córtex cerebral, havia sido secionada. As investigações preliminares do Dr. Harvey não haviam descoberto nada fora do comum quanto às estruturas anatômicas do cérebro do gênio.
Um dos cientistas que recebeu um fragmento do cérebro foi Marian Diamond, uma importante professora em Berkeley.

Ela e sua equipe contaram o número de neurônios e células gliais no cérebro de Einstein: as áreas 9 e 39 do córtex cerebral nos hemisférios direito e esquerdo. A área 9 está localizada no lóbulo frontal (córtex prefrontal) e acredita-se que seja importante para o planejamento do comportamento, atenção e memória. A área 39 está localizada no lóbulo parietal e faz parte do "córtex associativo". Admite-se que esta área esteja envolvida com a linguagem e várias outras funções complexas. A percentagem dos neurônios em relação às células gliais no cérebro de Einstein foi comparada com aquelas dos cérebros de onze outros homens que morreram com a idade aproximada de 64 anos. Aqueles cientistas relataram que o cérebro de Einstein parecia possuir uma maior percentagem de células gliais, as células que suportam e nutrem a rede de neurônios (1). O grupo concluiu que o maior número de células gliais do tipo "oligodendroglia" -- células auxiliares que aumentam a velocidade de comunicação neural -- por neurônio pode ser uma indicação de que os neurônios no cérebro de Einstein apresentavam uma maior "necessidade metabólica"- elas necessitavam e usavam mais energia. Dessa maneira, talvez Einstein tivesse melhores habilidades de pensamento e destreza conceptual. Entretanto, é importante observar que as áreas 9 e 39 mantém importantes conexões com muitas outras áreas do cérebro e que o comportamento complexo é o resultado da ação conjunta de muitas áreas.
As descobertas mais recentes sobre o cérebro de Einstein foram publicadas em junho de 1999. Os cientistas descobriram que um parte de seu cérebro era, de fato, fisicamente extraordinária. Uma equipe do Departamento de Psiquiatria e Neurociências da Faculdade de Ciências da Saúde da McMaster University comparou as medidas anatômicas do cérebro de Einstein com aquelas de cérebros de 35 homens e 50 mulheres com inteligência normal. Em geral, o cérebro de Einstein era semelhante aos outros cérebros exceto em uma área chamada de região parietal. Devido ao amplo desenvolvimento dessa região em ambos os lados de seu cérebro, ele era cerca de 15% mais largo do que outros cérebros estudados. "A cognição visuo-espacial, o pensamento matemático e as imagens de movimento são fortemente dependentes dessa região", observaram os pesquisadores. Essa anatomia fora do comum talvez explique porque Einstein se debruçava e resolvia problemas científicos da maneira que ele fez.












Cérebro normal
 - contém uma região chamada opérculo parietal e lobo parietal inferior; neste útlimo reside o raciocínio matemático e visual.
Cérebro de Einstein - não foi maior que o da maioria, mas o opérculo parietal (notar indicação na flexa) foi perdido. Isto permitiu ao lobo parietal inferior crescer 15% mais que o normal. 



Além disso, seu cérebro era fora do comum, no sentido de que não continua uma fenda, conhecida sob o nome latino de sulcus, que normalmente percorre parte dessa área. Os pesquisadores especulam que a ausência do sulco pode ter permitido que um maior número de neurônios estabelecesse conexões entre si e trabalhassem em conjunto mais facilmente, possivelmente criando "uma extensão extraordinariamente grande de córtex altamente integrado dentro de uma rede funcional." Os resultados, segundo conclusão dos pesquisadores, sugerem que as diferenças nas capacidades das pessoas em realizar determinadas funções cognitivas podem ser devidas até certo ponto às diferenças estruturais nas regiões do cérebro que intermediam essas funções.
Witelson teorizou que a ausência parcial do sulco no cérebro de Einstein pode ser a chave, posto que isso permite que mais neurônios nessa área estabeleçam conexões entre si e funcionem em equipe de modo mais fácil.

 
Concluindo, embora esses resultados pareçam interessantes, antes precisa ser demonstrado que todos os físicos e matemáticos brilhantes apresentam essa mesma anatomia. Observar os cérebros de gênios vivos pode ser mais fácil do que no caso de Einstein. Antigamente, a anatomia de um cérebro humano só podia ser estudada após sua morte, mas a moderna tecnologia, como por exemplo, as imagens por ressonância magnética e a tomografia por emissão de pósitrons, permite que os cientistas observem o cérebro em funcionamento dentro de um corpo vivo. Com essa tecnologia, pode ser que seja possível observar não apenas as diferenças na estrutura cerebral, mas também a atividade que ocorre nesse exato momento naquelas estruturas. Por exemplo, se o cérebro de Einstein tivesse sido estudado com essa tecnologia, os cientistas poderiam ter observado os grandes lóbulos parietais únicos e procurado discernir as atividades nessas áreas enquanto o cientista refletia sobre suas teorias. Além disso, o estudo não investigou como os neurônios nesses cérebro estavam conectados entre si e naturalmente, não poderia dizer se houvesse diferenças na maneira como os neurônios funcionam.


Silvia Helena Cardoso, PhD. Psicobióloga, mestre e doutora em Ciências. Fundadora
e editora-chefe da revista Cérebro & Mente. Universidade Estadual de Campinas. 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

História do Papai Noel

O Papai Noel é uma das figuras que simbolizam o Natal. Sua origem histórica está relacionada com um santo católico e com uma divindade que fazia parte do paganismo nórdico.
A figura do Papai Noel tem origem histórica em São Nicolau, santo católico, e em Odin, divindade da mitologia nórdica.
Uma das figuras mais populares do Natal é o Papai Noel, um velhinho barbudo e barrigudo que se veste de vermelho. Na tradição natalina, o Papai Noel é o personagem que traz presentes para as crianças bem-comportadas na véspera do Natal. O bom velhinho é conhecido por voar em seu trenó puxado por oito renas, suas ajudantes na tarefa de entregar presentes em todos os lares.
A lenda diz que o Papai Noel passa de casa em casa, desce pela chaminé e coloca os presentes dentro de meias, que são depositadas perto da lareira, ou debaixo da árvore de Natal. A lenda afirma ainda que o Papai Noel reside no Polo Norte, mas outras versões da história afirmam que ele reside na Lapônia, região localizada no extremo norte da Finlândia.

Origem do Papai Noel

A origem histórica do Papai Noel está diretamente relacionada com São Nicolau de Mira, também chamado de Nicolau Taumaturgo, um bispo cristão que viveu entre os séculos III d.C. e IV d.C. São Nicolau viveu na Ásia Menor (região que corresponde, atualmente, à Turquia) e ficou conhecido por sua generosidade. Esse religioso era filho de uma família abastada e, após a morte prematura de seus pais, herdou a riqueza de sua família. Passou, então, a utilizar a herança para distribuir presentes entre os pobres, sobretudo para as crianças órfãs.
Entre os atos de caridade e de generosidade de São Nicolau, um episódio em particular ficou muito famoso. Certa vez, São Nicolau conheceu um homem muito pobre que possuía três filhas. As filhas desse homem não tinham dote para poderem casar-se e, por isso, corriam o risco de tornarem-se prostitutas para conseguirem sobreviver. São Nicolau, então, doou dotes para cada uma delas para evitar que elas entrassem no caminho da prostituição.
São Nicolau era um bispo que ficou conhecido por ser caridoso e por ajudar crianças pobres e órfãs.*
São Nicolau era um bispo que ficou conhecido por ser caridoso e por ajudar crianças pobres e órfãs.*
A fama de São Nicolau dentro da Igreja Católica é muito grande. A figura do Papai Noel assemelha-se muito com a descrição desse bispo: um velhinho de barba branca e de trajes vermelhos. A devoção a São Nicolau é muito forte em alguns lugares, como na cidade italiana de Bari. Além disso, esse santo católico tornou-se o padroeiro dos pobres, dos órfãos e de algumas nações, como Grécia e Rússia.
A figura do Papai Noel, no entanto, não remete somente à figura cristã de São Nicolau. Existem aproximações entre esse personagem e Odin, o deus mais poderoso da crença religiosa dos nórdicos. Na tradição nórdica, Odin é representado da mesma maneira que o Papai Noel: um idoso barbudo e grisalho.
Segundo a crença dos nórdicos e dos germânicos, Odin (chamado de Wotan pelos germânicos) era responsável por entregar presentes para as pessoas durante o Yule (ou Jól), festival que acontecia durante o solstício de inverno entre os nórdicos. Segundo a lenda, para realizar essa tarefa, Odin ia montado em seu cavalo de oito patas, Sleipnir. Aqui temos uma referência clara às oito renas do Papai Noel. Além disso, Sleipnir, assim como as renas, sobrevoava os céus para entregar os presentes.
Os nórdicos acreditavam que Odin passava de casa em casa entregando brinquedos e doces para as crianças. Para que isso acontecesse, as crianças nórdicas deixavam suas botas perto das chaminés e enchiam-nas com feno ou cenouras para que Sleipnir pudesse alimentar-se. Em troca, Odin enchia as botas com os mimos. E, claro, Odin entrava em cada casa pela chaminé!
No Hemisfério Norte, houve uma modernização do mito envolvendo esse deus nórdico: as crianças de hoje, em vez de deixarem botas perto da chaminé, deixam meias para que o Papai Noel deposite presentes nelas.
Essa associação entre Odin e São Nicolau à figura do Papai Noel foi resultado da cristianização sofrida pelo Norte da Europa a partir do século X. O Yule, festival que acontecia por volta de 21 de dezembro, por exemplo, foi substituído pelo Natal, comemorado em 25 de dezembro. Já a imagem de Odin, aquele que entregava presentes para as crianças, foi associada a São Nicolau, figura da tradição cristã.
A crença no Papai Noel (Santa Claus, em inglês) chegou à América do Norte por meio dos imigrantes holandeses, que acreditavam em Sinterklaas (perceba a semelhança do nome com Santa Claus), uma figura associada a São Nicolau. Esses imigrantes fizeram parte do grupo que se estabeleceu em Nova Amsterdã, conhecida atualmente como Nova Iorque. A figura do Papai Noel nos Estados Unidos foi, então, uma herança deixada pelos holandeses.
Representação do Papai Noel
A representação moderna do Papai Noel popularizou-se por meio de uma campanha publicitária da Coca-Cola.**
A representação moderna do Papai Noel popularizou-se por meio de uma campanha publicitária da Coca-Cola.**
A atual imagem do Papai Noel tem origem de um poema publicado por Clement Clarke Moorena primeira metade do século XIX. O poema ficou conhecido como “A Visit from Saint Nicholas” (Uma Visita de São Nicolau), muito conhecido também como “Twas the Night Before Christmas” (É Véspera de Natal).
A imagem do Papai Noel que temos atualmente foi resultado de uma campanha publicitária realizada pela Coca-Cola nas décadas de 1920 e de 1930. Essas propagandas fizeram um grande sucesso e consolidaram a imagem atual do Papai Noel como um velhinho, barrigudo, barbudo e grisalho que se veste de vermelho.
*Créditos da imagem: Meunierd e Shutterstock
**Créditos da imagem: Sergey Kohl e Shutterstock

Por Daniel Neves/Brasil Escola

Freddie, antes de Mercury

Líder do Queen passou a infância em um internato na Índia, onde começou a mostrar seu talento no The Hectics, sua primeira banda

Foto do grupo The Hectics na antiga Bombaim, em 1958. No centro, Farrokh Bulsara (Freddie Mercury).
Antes de ser ícone de uma geração globalizada, entre o hedonismo de Don’t Stop Me Now e a consciência social do show beneficente Live Aid em Wembley, que mostrou a fome da África ao mundo, Mercury era um músico amador dos subúrbios de Londres. Por trás daquele sobrenome extraterrestre, havia um imigrante de origem parsi, cultura milenar influenciada pela astrologia do zoroastrismo. Apelidado de Freddie durante seus estudos de artes plásticas, Mercury mudou seu nome quando estava nascendo o Queen. Desaparecia assim Farrokh Bulsara, o filho introvertido de uma família indiana criado a 250 quilômetros da antiga Bombaim, hoje Mumbai, berço de um artista cósmico.
Nascido no protetorado britânico de Zanzibar (atual Tanzânia), Bulsara foi para a Índia seguindo os passos de seu pai, um contador da administração das colônias do império. Aos oito anos, foi internado em uma escola do povoado montanhoso de Panchgani, onde começou seu namoro com a música e rompeu com o empenho de seu pai de que estudasse direito. A duas horas de carro desse enclave, a família parsi que dirige o restaurante Bounty Sizzlers da cidade de Pune conserva memórias daquela época. “Meu pai se lembrava de sua voz prodigiosa e da agilidade de seus dedos ao piano. Mas sempre disse que era um menino solitário”, conta Afreen, filha de Farang Irani, que tocou baixo ao lado de Mercury nessa banda.O longa-metragem Bohemian Rhapsody, que já se tornou o filme biográfico musical de maior bilheteria da história, começa com o encontro do cantor na faixa dos 20 anos (que ainda se chamava Farrokh) com Brian May e Roger Taylor, germe do grupo que revolucionaria os anos oitenta. Mas os integrantes do Smile − a banda de May, Taylor e Tim Staffell − não foram os primeiros a acompanhá-lo em um palco. Antes, um imberbe Mercury e quatro estudantes do Saint Peter, um colégio no coração da Índia, já faziam seus companheiros pular ao som das canções frenéticas do The Hectics, primeiro e único grupo onde Bulsara cantou e tocou durante sua infância.
O tímido Bucky − como o apelidaram por seus dentes protuberantes, algo que o traumatizou pela vida toda − começou a tocar violino e a cantar no coro do Saint Peter, onde sua professora de piano viu seu talento nato e recomendou a seus pais que ele tivesse aulas particulares. Irani também recordava seu dom natural para o esporte, incluindo atletismo, hóquei e boxe.

Gravatas finas

Embora o Saint Peter tenha despertado seus dotes musicais, esse internato conservador dirigido para a classe média alta da Índia dos anos cinquenta não aprovou o estilo do The Hectics (“os agitados”). Com seus grandes topetes, gravatas finas, calças justas e sapatos pontudos, Mercury e seus companheiros receberam dos professores o apelido de The Heretics (“os hereges”). “Odiavam nossa música. [...] Não podíamos nem pôr música pop no rádio. Entrávamos escondidos na sala dos professores para ouvir a Radio Ceylon”, confessou anos atrás Victory Rana. O baterista contou que eles tiveram de tocar escondidos até que seus shows arrecadassem dinheiro para a escola.
Aceitos formalmente pelo internato, os músicos que acompanhavam Bulsara descreveram a histeria com que centenas de companheiros recebiam suas versões de Yakety Yako Tutti Frutti. Longe da harmonia da cítara ou da cadência da tabla, instrumentos indianos, eram as baterias e as guitarras elétricas que estavam surgindo nos EUA em meados do século passado que atraíam os Hectics, inspirados em Elvis Presley, Cliff Richards, Fats Domino e Little Richard. Cativavam principalmente Mercury, que, segundo seus ex-colegas de banda, era obcecado por esses sons ocidentais e tinha um dom para reproduzir as notas eletrizantes após escutá-las apenas uma vez. “O resto da banda tocava para atrair as garotas. Freddie era o único que sentia a música”, confirma Afreen.
A atração de Bulsara pela música transcendeu sua natureza envergonhada e complexada, transformando-o em um showman. Seu companheiro de carteira no Saint Peter, Subash Shah, exemplificava para a imprensa indiana “a força de seu espetáculo”: certa noite, durante uma visita a Zanzibar com sua família, a música começou a tocar e ele começou a dançar o conhecido twist da época. Sua reação em uma sociedade religiosa tradicional não causou constrangimento entre os pressentes, pelo contrário, um grupo de garotas muçulmanas usando o tradicional véu islâmico se aproximou para se remexer ao ritmo do músico.
Em 1963, Farrokh se reuniu com sua mãe Jer e sua irmã Kashmira em Zanzibar, de onde emigrariam com seu pai Bomi para o Reino Unido assim que começou a revolução na ilha. Em uma entrevista ao Hindustan Times no ano passado, seu ex-colega do Saint Peter Subhash Gudka assegurou: “Lembro que ele queria ir embora da Índia”. No entanto, a voz de The Show Must Go On sempre olhou para a frente. Nunca mais pisou no país. Nem se referiu ao internato onde começou a tocar piano.