Um estudo realizado na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, revelou que crianças e jovens estudantes apresentam dificuldade de avaliar a credibilidade de notícias publicadas na internet, mesmo sendo usuários frequentes de redes sociais.
Os estudantes demonstraram, segundo os pesquisadores, dificuldade em diferenciar notícias de publicações patrocinadas e de identificar a origem de informações. Participaram da pesquisa 7.804 estudantes de ensino básico e superior de 12 estados diferentes nos Estados Unidos. Foram aplicados cinco testes para estudantes do ensino fundamental, cinco para o ensino médio e cinco para o superior. “Em todos os casos e em todos os níveis, fomos surpreendidos pela falta de preparo dos alunos”, afirmaram os autores.
No ensino fundamental, foram testadas habilidades básicas, como a capacidade de julgar a confiabilidade de tweets e artigos. Um dos testes pedia para que os estudantes explicassem porque eles não deveriam confiar num artigo sobre planejamento financeiro patrocinado por um banco e escrito por um executivo da área. Muitos estudantes não citaram a autoria ou o patrocínio como motivos para não confiar no artigo.
Outro teste pedia para que os estudantes do ensino fundamental observassem a página inicial de um site de notícias e identificassem quando uma publicação se tratava de um artigo informativo ou de um conteúdo patrocinado.
Os estudantes conseguiram identificar propagandas tradicionais sem grandes dificuldades, mas, dos 203 participantes, mais de 80% confundiram um anúncio nativo, que vem acompanhado do alerta “conteúdo patrocinado”, com um artigo noticioso.
Já no ensino médio, uma avaliação testou se os estudantes reconheciam a importância da marca azul que acompanha as contas verificadas tanto no Twitter quanto no Facebook. O símbolo indica que o perfil em questão é oficial.
O teste pediu para que os estudantes avaliassem duas notícias publicadas no facebook: uma de uma conta verificada e outra de uma conta sem a identificação. Apenas 25% dos estudantes reconheceram e explicaram a importância da marca de identificação. Mais de 30% dos estudantes disseram que a conta falsa era mais confiável do que a verdadeira. Segundo os autores da pesquisa, os resultados podem indicar que os estudantes dão mais atenção ao conteúdo encontrado nas redes sociais do que à sua origem.
O próximo passo, segundo o professor Wineburg, responsável pelo estudo, é criar materiais que possam ajudar os professores a ensinar os alunos a melhorar a capacidade de identificar a credibilidade das notícias que encontram online, mostrando a ligação entre alfabetização digital e uma cidadania mais consciente.
Por Revista Educação
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