Durante o ano passado, escrevemos quinzenalmente para o blog do Instituto Pensi, do Hospital Infantil Sabará,
uma referência em tratamento de pediatria em São Paulo, sobre dúvidas
relacionadas à brincadeira e o desenvolvimento do seu filho que você
pode ter. Como a gente acha que estas informações são muito legais e
importantes para a gente entender mais um pouco sobre as crianças,
reproduzimos aqui alguns destes posts. No de hoje falamos do momento em
que as crianças deixam de querer nossa atenção e passam a brincar mais
sozinhos. O grande ponto aqui é: deixe que eles tenham este tempo sozinhos, porque é muito saudável. E não permita que este afastamento se transforme num abismo entre vocês, enfraquecendo o vínculo.
Em geral, a partir dos 3 anos as crianças querem um tempinho para
brincar sozinhas, sem os adultos por perto. Nessa hora entra, por
exemplo, a “brincadeira de imaginação”, que na linguagem dos
especialistas em desenvolvimento se chama: faz de conta.
Nesta fase e até os 7, 8 anos, as crianças imitam as atividades dos
adultos e transformam todas as referências (desenhos, filmes, atividades
do dia a dia) que têm em brincadeiras de fantasia. É princesa para um
lado, herói de outro. Isso sem falar no dia em que acordam médicos,
professores, ou são pais e mães que cuidar dos filhinhos. Também pode
ter o dia de escritório, do bombeiro, do monstro e assim por diante.
Você não só pode como deve estimular estas atividades e inclusive
respeitar o fato dela querer brincar sozinha. Neste caso, o que você
pode fazer para ajudar no processo é:
1 – Respeitar o tempo da criança.
Pense bem. Se você precisa de tempo para desenvolver um projeto de
trabalho, a criança também precisa de tempo para desenvolver seu faz de
conta. Então, dê tempo a ela para brincar, para sua imaginação voar
longe. Segure a vontade de ficar perguntando o que ela está fazendo;
evite interromper. Só fique atento de longe para ver se ela não se
coloca em perigo.
2 – Oferecer estímulos para o faz de conta.
Uma caixa de papelão, tubos vazios de papel higiênico, um lençol,
echarpes, tecidos, revistas velhas, aquela calculadora antiga. Todos
estes materiais – e muitos outros existentes em casa – são o sonho de
qualquer criança “imaginadora”. Então, separe este tipo de objetos
sempre que puder. Melhor ainda se você deixar disponível sem que eles
percebam. Dá aquela ideia de “uau! Olha o que nós achamos!”
Enquanto brinca de faz de conta, a criança treina seu comportamento
social, aprende a cumprir regras, vivencia como é estar no papel do
outro e ainda aprende a trabalhar situações vividas e superar medos.
Viva a brincadeira de faz de conta!
Assim fica mais tranquilo para a gente entender esta fase em que seu filho quer brincar sozinho. Bóra brincar?
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