Estudo revela que o cérebro aumenta a produção de uma molécula ao longo da vida – e ela está diretamente ligada ao desgaste do organismo
Você vai morrer quando os seus
órgãos falharem. Essa falha pode ser causada por acidentes, doenças ou pelo
desgaste natural dos tecidos ao longo da vida. Mas pode existir também um
quarto elemento: a ação do seu próprio cérebro. Um grupo de cientistas da Faculdade
de Medicina Albert Einstein, em Nova York, descobriu que o cérebro humano
possui uma espécie de relógio interno – que determina quanto tempo o organismo
irá viver.
Isso acontece no hipotálamo, uma
região no meio do cérebro que controla diversas reações do corpo, como fome,
sede e sono. Em estudos com ratos, os pesquisadores notaram algo interessante:
conforme o animal envelhece, o hipotálamo vai elevando o nível de um conjunto
de proteínas chamado NF-kB. Os cientistas resolveram fazer um teste. Usando
manipulação genética, criaram ratos imunes a essas proteínas.
Surpreendentemente, os bichos viveram 23% a mais que a média.
E não só isso: eles se saíram
melhor que os demais em testes físicos e cognitivos. “Além de viver mais, os
ratos viveram com qualidade”, diz o cientista molecular Dongsheng Cai, líder do
estudo.
Ainda não se sabe por que a
proteína está ligada ao processo de envelhecimento. Uma possível explicação é
que ela gere processos inflamatórios crônicos no corpo – que, no longo prazo,
desgastariam os órgãos e poderiam predispor a doenças. “Não temos como acabar
com o envelhecimento. Mas talvez possamos estender o tempo de vida das
pessoas”, acredita Cai.
Por Marcos Ricardo dos Santos/Superinteressante
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