Venho observando há algum tempo a postura de alguns profissionais
quanto aos limites de suas atribuições e penso que já passa da hora de
refletir sobre essa questão. Sabemos que ninguém motiva ninguém, uma
pessoa é naturalmente motivada ou não, entretanto, entre uma postura e
outra existe uma infinidade de possibilidades. No mundo globalizado em que a
exigência de profissionais com perfil proativo e inovador prevalece, não tem lugar
para pessoas que delimitam seu espaço de atuação sem abertura para
inserir novos processos de trabalho, novas responsabilidades e
naturalmente, novas perspectivas.
A impressão que passa é de que
criticar é a função mais aceita e disputada na atualidade. "Vestir a
camisa" da instituição para a qual trabalhamos soa como ingenuidade para
muitos desses profissionais para os quais reclamar parece uma válvula
de escape bastante útil. Penso que um ponto que deve ser tocado com
atenção é o fato de que passamos muito tempo no ambiente de trabalho e
vestir uma armadura para se defender do outro durante todo o período em
que lá estamos, certamente gera uma insatisfação que ultrapassa o âmbito
profissional e invade impiedosamente o lado pessoal.
Talvez seja o
momento de perceber que cortar as amarras que nos limitam, deixar a
mediocridade de lado e abrir a mente para novas possibilidades oxigena
nosso cérebro e torna a rotina mais satisfatória. Alguns questionamentos
podem nortear essa reflexão para tentar entender o que nos limita: Por
que me sinto explorado quando me propõem uma atividade diferente dentro
do ambiente de trabalho? Trabalho na profissão que escolhi? O que me
desagrada na atividade proposta? existe uma alternativa viável para tal
atividade? Possivelmente as respostas para essas perguntas circulam entre outros âmbitos da nossa personalidade que precisam igualmente de atenção e reflexão.
Tantas possibilidades existem a cada manhã, por
que precisamos nos limitar em um espaço minúsculo de ação, onde o
ressentimento transborda e invade nossa vida nos tornando chatos e
infelizes?
Penso que não importa quantos anos temos, não
importa se temos muitos anos em determinada função, não importa se temos
problemas (todos temos), podemos inovar e nos renovar a cada dia melhorando assim a nossa vida e de todos ao nosso redor. Fica a dica.
Por Aparecida Cunha
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