Escrever bem parece ser uma tarefa
difícil e, de fato, é. Não, não estamos querendo desanimá-lo(a), mas é
bem verdade que se disséssemos o contrário estaríamos mentindo. Difícil,
mas não impossível, principalmente se você for um bom leitor, pois nada
melhor do que enriquecer seu repertório cultural e linguístico com uma
boa leitura. Além do hábito da leitura, você pode também aprender com as
dicas de português que o Brasil Escola preparou para você.
Hoje você vai aprender com os erros mais
cometidos por redatores, pessoas que, apesar de escreverem
profissionalmente, não estão livres de cometer deslizes gramaticais, o
que é absolutamente compreensível, haja vista a complexidade de nossa
língua portuguesa. Quem nunca se deparou com algum tipo de erro gramatical
ao abrir um jornal (impresso ou virtual)? São situações corriqueiras em
nosso dia a dia que acabam evidenciando certa falta de cuidado (revisar
aquilo que se escreve é essencial) e também o desconhecimento de
algumas normas linguísticas. São muitas as regras – e também muitas as
exceções – que podem induzir o falante ao erro na hora de transferir
para a modalidade escrita as palavras que moram no mundo das ideias.
Vamos lá? Mãos à obra e bons estudos!
Os cinco erros mais cometidos por redatores
Dica 1 → Cuidado com o verbo “lembrar”:
O verbo “lembrar” é um daqueles verbos
polissêmicos. Isso significa que, a depender do contexto, ele pode
apresentar diferentes acepções. Observe como e quando empregá-lo
corretamente de acordo com seu significado e transitividade:
* Lembrar com o sentido de “relembrar”: Quando o verbo “lembrar” apresentar essa significação, ele exigirá o emprego de uma preposição:
Lembrou-se de que não havia telefonado para o chefe para avisá-lo sobre os motivos de seu atraso para a reunião.
Lembrou-se de mim quando ouviu a canção.
** Lembrar com o sentido de “similaridade”, “semelhança”: Quando for empregado com esse significado, o verbo “lembrar” não exigirá emprego de uma preposição. Veja os exemplos:
Ele lembra bastante aquele ator famoso!
Aquela moça lembra alguém que conheço, mas não me lembro de quem!
** Lembrar com o sentido de “advertir”, “informar”: Com esse sentido, o verbo “lembrar” exigirá um pronome oblíquo mais a preposição “de”:
O jornalista recebeu um e-mail lembrando-o de publicar uma matéria sobre o concurso público.
O funcionário recebeu uma advertência lembrando-o da importância da boa convivência no ambiente de trabalho.
Dica 2 → A longo prazo ou em longo prazo?
Assim como o famigerado “entrega a
domicílio”, a expressão “a longo prazo” também provoca muitas dúvidas
entre os falantes. Para não errar, evite o uso da preposição “a” nessas
duas situações e, caso a dúvida persista, consulte uma boa fonte de
informação para eliminá-la. Veja alguns exemplos que mostrarão para você
o uso adequado da expressão “em longo prazo”:
Não temos previsão sobre as perdas que sofreremos em longo prazo.
Com trabalho e dedicação, os resultados virão em longo prazo.
Dica 3 → Uso do pronome “mesmo”:
Você pode empregar o pronome “mesmo” como
pronome demonstrativo, substantivo ou adjetivo, mas nunca como pronome
pessoal. Esse tipo de erro é muito comum em redações. Saiba agora como
evitá-lo:
Errado: O aluno foi afastado da escola por três dias em virtude de seu mau comportamento. O mesmo retornará para a sala de aula na próxima semana.
Certo: O aluno foi afastado da escola por três dias em virtude de seu mau comportamento. Ele retornará para a sala de aula na próxima semana.
Dica 4 → Cuidado com o emprego de “onde”:
A palavra “onde” funciona sintaticamente
como adjunto adverbial de lugar, ou seja, deverá ser empregada nas
situações em que houver indicação de espaço, lugar. Fora desse contexto,
utilize pronomes relativos como “em que” ou “no qual”. Observe:
Errado: A criança começou a frequentar a escola agora. Essa é uma fase maravilhosa, onde os pequenos começam a relacionar-se com pessoas diferentes e a descobrir a vida.
Certo: A criança começou a frequentar a escola agora. Essa é uma fase maravilhosa, na qual os pequenos começam a relacionar-se com pessoas diferentes e a descobrir a vida.
Dica 5 → Fique atento para o uso do “seja”:
A palavra “seja” não deve ser empregada
sozinha em uma oração, tampouco ligada a uma conjunção. Quando for
utilizada para exemplificar alguma coisa, ela deverá ser duplicada.
Observe:
Errado: Seja aqui ou na China, nossa obrigação é ser feliz!
Certo: Seja aqui, seja na China, nossa obrigação é ser feliz!
Por Luana Castro/Brasil Escola
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