Estamos falando de um teste de memória simples - que consegue reconhecer a doença antes de ela causar estragos irreversíveis.
(Bluehousestudio/iStock)
Um time de cientistas da University College London desenvolveu um teste para detectar o Mal de Alzheimer sete antes de os primeiros sintomas aparecerem.
Alzheimer é a causa mais comum de demência, responsável por
70% dos casos. A doença não tem cura e a maioria dos medicamentos para
conter a diminuição da capacidade cognitiva dos pacientes não surte
efeito – 99% dos remédios testados nos Estados Unidos entre 2002 e 2012
falharam, de acordo com a Clínica Cleveland.
Apesar de a única maneira de controlar o avanço da doença
seja por meio do diagnóstico precoce, a grande maioria dos pacientes
descobre que tem Alzheimer quando os sintomas já estão agravados e
alteraram estruturas do cérebro, o que dificulta os tratamentos para
barrar seu avanço. O novo estudo, publicado no periódico científico The Lancet Neurology,
mostrou que um simples teste de memória consegue detectar os primeiros
indícios de demência, mesmo que outros sinais de Alzheimer ainda não
tenham se manifestado.
Segundo o novo método proposto pelos pesquisadores, é
necessário ficar atento à capacidade de guardar informações depois de
uma semana para detectar as primeiras mudanças cognitivas dos possíveis
pacientes.
Para chegar a essa conclusão, eles pediram para que 35
pessoas memorizassem uma lista de palavras, detalhes de um diagrama e de
uma história. Meia hora depois, os participantes precisaram contar as
informações que lembravam. Na semana seguinte, os cientistas perguntaram
o que os mesmos voluntários lembravam do teste de sete dias antes.
O detalhe é que 21 integrantes do grupo carregavam uma
mutação genética que os tornava mais vulneráveis a desenvolver Alzheimer
a partir dos 40 anos. Apesar de saudáveis, os pesquisadores acreditam
que a maioria deles poderia apresentar algum sintoma de dano cognitivo
dentro de sete anos. Os outros 14 voluntários participaram do
experimento como um grupo de controle para comparar com os que tinham
mais chances de acabar tendo a doença.
Os autores do estudo perceberam que os 21 “marcados
geneticamente” conseguiram responder o teste de memória depois de meia
hora, mas passado uma semana não lembravam mais das informações. No
grupo dos 14, o desempenho não mudou tanto se comparado ao teste inicial
de 30 minutos. Os pesquisadores acreditam que o tipo de teste utilizado
no experimento pode ser a primeira forma de descobrir as mudanças
cognitivas que desencadeiam o Alzheimer. Além disso, também pode ajudar a
identificar a doença com antecedência e a monitorar se o tratamento
para controlar a demência está tendo resultados.
Por
Pâmela Carbonari/Superinteressante
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