segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Síndrome de Burnout: O que é, como identificar e quais são os impactos na qualidade de vida

O estresse agudo oriundo do trabalho não é frescura.

Entenda o que é a síndrome de burnout.
NADIA_BORMOTOVA VIA GETTY IMAGES
Confusão mental, cansaço, incapacidade de se desligar dos problemas, negação de suas próprias necessidades, distanciamento da vida social, vazio interno, crises de ansiedade e de choro.
O estresse agudo oriundo do trabalho não é frescura. Pelo contrário, é uma síndrome com efeitos perigosos par a saúde física e mental.
O burnout, termo em inglês que define o esgotamento vivido por parte dos profissionais brasileiros, foi incluído na lista de doenças e condições de saúde elaborada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mas você sabe identificar quando o trabalho está afetando o seu equilíbrio emocional?
O HuffPost Brasil preparou um guia para compreender melhor a síndrome - e quais as mudanças você pode realizar para prevenir o burnout.
O que é a síndrome de burnout
A síndrome de burnout também pode ser entendida como um quadro de extrema exaustão emocional.

Esse estágio agudo é atingido quando, diante de intensas ou longas adversidades, o indivíduo não encontra recursos internos para lidar com as situações e acaba por se tornar completamente vulnerável.
O burnout é muito visto como um fenômeno ocupacional, mas a meu ver, pode estar presente em qualquer situação traumática e de extrema hostilidade, como por exemplo, situações de violência familiar ou social”, explica a psicóloga Márcia Merquior, responsável pelo setor de avaliação do estresse emocional do serviço de saúde Vita Check-up.

Por que burnout não é considerado uma doença

Apesar de ser um estado agudo (bastante intenso e extremado), o burnout é transitório.

Ele é sempre uma reação a alguma situação extrema, e que se apresenta com um conjunto de sintomas como medos, crises de choros, pânicos, intolerância, falta de sono e de concentração.
Como perceber os sintomas emocionais do burnout
A psicóloga explica que a síndrome é um processo que vai se instalando aos poucos, trazendo principalmente um aumento da ansiedade, da irritabilidade, da falta de concentração e de sono.
Gradualmente esses sintomas vão piorando e se intensificam; por isso é muito importante o exercício da autoatenção.”
Para prevenir o burnout, é preciso melhorar a qualidade de vida. 
NORMAALS VIA GETTY IMAGES

E em quais momentos os sintomas passam a ser físicos também?

A gente pode até ignorar isso, mas o fato é que a mente e o corpo do ser humano interagem. E é muito difícil separar um do outro.

O corpo sente o estresse mental e reflete isso fisicamente”, explica Márcia Merquior. “As condições do adoecimento podem ser diversas. Pode começar com uma dor de cabeça que se torna constante, com uma insônia que se torna constante, com uma dor no estômago, uma azia, um refluxo, um bruxismo.”
Ainda, quando você vive um momento de muita angústia e ansiedade, pode haver sintomas como palpitações ou falta de ar.
O sentimento de vulnerabilidade e o medo constante podem levar a tonturas, dores no peito, falta de apetite, o que aumenta a sensação de mal-estar e fraqueza”, enumera a psicóloga.
Atenção: o burnout pode acarretar outros problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade
A especialista também chama atenção para o fato de que pessoas ansiosas e depressivas têm mais chances de desenvolverem a síndrome de burnout, pois são mais suscetíveis e sensíveis a situações estressantes. Por outro lado, a síndrome pode causar transtornos mentais.
Quando as situações de estresse se alongam, a sensação de morte iminente (ansiedade) ou de morte em vida (depressão) pode se configurar. No entanto, após as coisas se acalmarem, podem perdurar os sintomas, de forma mais pontual, como uma memória do trauma.”

Veja como algumas mudanças no estilo de vida podem te ajudar

O primeiro passo é estar atento ao próprio bem-estar e cuidar de si.
Para isso, algumas mudanças bem simples podem te ajudar, como manter uma dieta saudável, praticar alguma atividade física regularmente, cultivar um hobby ou alguma atividade que estimule a sensibilidade e a alegria.
Ainda, manter bons relacionamentos afetivos e sociais contribui com sentir-se útil, amado e reconhecido. E, portanto, ajuda a enfrentar os problemas.
Por Ana Beatriz Rosa/huffpostbrasil.com


quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O seu jeito de dançar é único – e pode servir como uma impressão digital


Não importa se você é o centro das atenções na pista ou "travadão": todos temos marcas na forma que dançamos, e um algoritmo pode vê-las.

(Willie B. Thomas/Getty Images)
É quase universal: quando uma música começa a tocar, tendemos a nos movimentar de alguma forma – seja com um simples balançar de pés ou remexendo o corpo todo. A dança é uma resposta natural à música, encontrada em diversas culturas do mundo. E, agora, cientistas da Finlândia descobriram que o modo como você dança é único e pode te identificar,  como uma espécie de impressão digital.
O grupo da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, chegou a essa conclusão de forma acidental. Eles estavam usando a tecnologia de aprendizado de máquina para checar se um algoritmo conseguia identificar corretamente qual gênero musical estava sendo tocado – usando apenas os movimentos de dança de voluntários. Com captura de movimentos – técnica muito utilizada no cinema, que transpõe movimentos reais para modelos digitais –, os cientistas pediram para que 73 participantes dançassem livremente ao som de oito gêneros diferentes: blues, country, eletrônica, jazz, heavy metal, pop, reggae e rap. 
Para a surpresa do grupo, o algoritmo só conseguiu identificar o gênero musical dançado em apenas 30% dos casos. Mas o experimento não foi nem de perto um fracasso: eles perceberam que o robô acertava qual era o participante que estava dançando em 94% das vezes, independentemente do gênero. Para efeito de comparação: se o computador simplesmente chutasse todas as tentativas, a eficiência esperada seria menor que 2%.
“Aparentemente, os movimentos de dança de uma pessoa são uma espécie de ‘impressão digital’”, explica Pasi Saari, um dos autores do estudo. Mesmo dançando gêneros diferentes, tendemos a repetir movimentos e padrões, o que parece ser detectável por algoritmos específicos.
A eficácia do computador não foi a mesma para todos os tipos musicais. O algoritmo teve uma dificuldade especial em reconhecer os participantes quando eles estavam dançando ao som de heavy metal. Esse estilo é mais associado a passos específicos e repetitivos, como o headbanging (balançada brusca com a cabeça)e por isso as pessoas se movem de forma mais parecida. Mesmo assim, o computador atingiu um nível de acerto de cerca de 80% de acerto nesses casos. Isso indica que mesmo um balançar de cabeça pode ser único de pessoa para pessoa.
O grupo que assina o estudo faz parte do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Música da Universidade de Jyväskylä, e vem conduzindo diversos estudos do tipo nos últimos anos. A ideia é entender como a dança e a música podem revelar traços de nossa personalidade e nossa relação com a musicalidade.
Embora curioso, a nova pesquisa levanta questões sobre privacidade e monitoramento. Tecnologias de reconhecimento facial e corporal já estão sendo aplicadas em larga escala para identificar pessoas por traços físicos e de movimentos. Em alguns casos, computadores podem identificar uma pessoa mesmo se ela estiver de costas para a câmera. O uso de um software capaz de te reconhecer apenas pelo modo que você dança e se move também poderia entrar nesse grupo, teoricamente.
A pesquisadora que liderou o estudo, Emily Carlson, garante que esse não o objetivo : “estamos pouco interessados em aplicações de vigilância e mais interessado no que esses resultados nos dizem sobre a musicalidade humana”, explica. “Temos muitas perguntas novas a fazer, como se essas assinaturas de movimento permanecem as mesmas durante toda a vida e se podemos detectar diferenças entre culturas com base nelas.”
Enquanto isso, continuamos curtindo as músicas com uma boa dança — cada um do seu jeito, é claro.
Por Bruno Carbinatto/Superinteressante

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Técnica Pomodoro - o que é e como funciona

A técnica Pomodoro é um método de gestão de tempo

A técnica Pomodoro, desenvolvida em 1988 pelo italiano Francisco Cirillo, é um método de gestão de tempo que pode ser aplicado para diversas tarefas, seja nos estudos, seja no trabalho.

Conforme o livro de Cirillo “The Pomodoro Technique, a técnica foi criada para utilizar o tempo como um valioso aliado e realizar o que queremos fazer e do jeito que queremos fazê-lo. Além disso, capacita-nos continuamente para melhorar nossos processos.

Ao usar esse método, é possível saber não só a quantidade de atividades que são feitas, como também a qualidade. Além disso, pode-se medir o que está atrapalhando a realização das tarefas.

Quem pode usar a técnica Pomodoro?


Essa forma de otimizar o tempo de estudos e tarefas geralmente é voltada para pessoas procrastinadoras, ou seja, que têm tendência a adiar suas atividades.

A técnica Pomodoro pode ser usada por estudantes, profissionais, vestibulandos, concurseiros, entre outros, que, no momento, estão tendo baixa concentração e produtividade por cansaço ou por outros fatores que os fazem estar com a mente dispersa.

O método também é útil para pessoas que estão ansiosas porque não conseguem organizar suas atividades e que, por isso, são cobradas por terceiros, como chefes, professores, colegas, entre outros.

Como é a técnica Pomodoro

Pomodoro significa tomate em italiano. A fruta faz alusão ao tempo durante o qual você pode fazer determinada tarefa. Cada pomodoro é dividido em quatro pomodoris, e cada um destes equivale a 30 minutos.

Anote o que precisa para usar essa técnica:

  • Um timer ou despertador (pode ser do celular)
  • Papel ou bloco de notas no computador/celular para escrever as atividades a serem realizadas

O método Pomodoro é simples e dura duas horas. Primeiro, você realiza uma atividade durante 25 minutos. Quando acabar o tempo, descansa 5 minutos. Assim sucessivamente até que complete as duas horas. Como recompensa, você descansa mais 30 minutos.

A técnica Pomodoro é muito usada por pessoas procrastinadoras

O conceito do Pomodoro é que a pessoa que vai estudar ou executar uma tarefa demore, exatamente, 25 minutos. Concluindo-a ou não, ele deve parar e descansar 5 minutos.

Descansos


Durante o tempo de descanso, é interessante não fazer nada que requeira muito esforço mental. Caso contrário, sua mente não será capaz de reorganizar e integrar o que você aprendeu. Como resultado, você não será capaz de dar ao próximo Pomodoro o seu melhor esforço.

Nesse intervalo, você pode comer, beber um copo d’água, ver televisão, fazer um alongamento, acessar as redes sociais ou apenas relaxar da forma que achar melhor.

Interrupções


O interessante da técnica Pomodoro é que toda vez que for interrompido por algo ou alguém, você deve anotar. Cirillo aconselha escrever uma apóstrofe ao lado da atividade toda vez que acontecer uma interrupção.

As interrupções podem ser internas ou externas. As internas são aquelas cometidas por você mesmo, como pensar em algo, sentir fome, precisar ir ao banheiro etc. As externas são quando outras pessoas ou acontecimentos atrapalham sua atividade, como alguém te chamar, um barulho de celular, um e-mail chegando, entre outras.

Caso siga o conselho de Cirillo de anotar todo tipo de interrupção, você poderá medir quantas e em quais situações realmente é necessário parar uma atividade. Você também poderá descobrir o que tira sua concentração e foco.
Técnica Pomodoro no Enem

A técnica Pomodoro pode ser usada por estudantes que estão na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Em um dia, por exemplo, o jovem pode escolher estudar Biologia. Nesse caso, é interessante dividir os pomodoris em temas da disciplina em questão. Veja um modelo:

1 pomodori (25 minutos): EcologiaCiclo da Água

1 pomodori (25 minutos): Anatomia humanaSistema Nervoso

1 pomodori (25 minutos): Genética - DNA

1 pomodori (25 minutos): Biologia CelularEstruturas de uma célula

Vantagens de usar a técnica Pomodoro

O italiano Cirillo afirma, no seu livro, que a técnica Pomodoro oferece vários pontos positivos. Veja alguns:

  • Alivia a ansiedade;
  • Aumenta o foco e a concentração por meio da redução das interrupções;
  • Aumenta a conscientização das decisões;
  • Aumenta a motivação e mantém-na constante;
  • Reforça a determinação para atingir os objetivos;
  • Melhora o processo de trabalho ou estudo;
  • Reforça sua determinação de continuar a aplicar-se em face de complexas situações.

Por Silvia Tancredi/Brasil Escola

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Psicologia sistêmica: em que consiste?

A psicologia sistêmica enfatiza as propriedades do todo que resultam da interação dos diferentes elementos do sistema. Assim, para essa abordagem, o importante é o que surge da interação entre as pessoas.

A psicologia sistêmica estuda os fenômenos de relação e comunicação nos grupos, analisando as relações e os componentes que emergem a partir deles. Essa abordagem parte das pessoas individuais, que se inter-relacionam entre si em diferentes coletivos entendidos como sistemas.
Dessa forma, cada grupo/coletivo em que cada pessoa se relaciona é um sistema diferente: familiar, profissional, doméstico…
De fato, essa corrente parte do contexto levando em consideração os distintos âmbitos em que as pessoas se movem, pois a maneira como cada indivíduo se relaciona com o ambiente ao seu redor determina seu desenvolvimento e seu crescimento pessoal.
Por isso, a psicologia sistêmica pode ser aplicada tanto a casais, equipes de trabalho e famílias quanto a pessoas individuais.
A seguir, vamos abordar a maneira como se deu o surgimento dessa abordagem e em que ela consiste. Ou seja, os princípios pelos quais é regida.
Família de papel

Origem da psicologia sistêmica

A psicologia sistêmica é uma corrente baseada na teoria geral de sistemas de Bertalanffy, que começou a se desenvolver na segunda metade do século XX.
Em sua teoria, Bertalanffy destacou o conceito de interação, afirmando que um sistema implica uma interdependência entre as partes ou as pessoas envolvidas na relação. Vale destacar que o conceito de sistema parte da Teoria Geral de Sistemas.
Paralelamente, o início da terapia sistêmica está associado ao antropólogo Gregory Bateson e sua equipe do Administration Hospital de Palo Alto. Bateson se uniu a outros pesquisadores, como Jackson, Haley e Weakland, para analisar o sistema comunicacional das famílias esquizofrênicas.
A partir das pesquisas de Bateson, emergiu a teoria do duplo vínculo, que deu sua contribuição para os alicerces da psicologia sistêmica. Um duplo vínculo é um dilema comunicativo decorrente da contradição entre duas ou mais mensagens, ou seja, são enviadas mensagens contraditórias.
Fica claro que o fenômeno da comunicação humana é um dos objetos de análise da terapia sistêmica. Vale destacar que devemos parte dos alicerces dessa corrente a Paul Watzlawick e sua teoria da comunicação humana, que aborda problemáticas vinculadas à pragmática da comunicação, levando em consideração os efeitos que a comunicação exerce sobre o comportamento.

Princípios da psicologia sistêmica

A seguir, vamos apresentar aspectos básicos e relevantes da psicologia sistêmica:

O sistema como um todo

Para essa corrente, o sistema é considerado um todo, pois o todo é maior do que a soma de suas partes. Assim, a psicologia sistêmica enfatiza as propriedades do todo que resulta da interação dos diferentes elementos do sistema. Para essa abordagem, o importante é a relação que surge da interação das pessoas.
Os diferentes sistemas (família, amigos, parceiros, colegas de trabalho…) se relacionam em um quadro contextual, no qual os papéis e os comportamentos das pessoas são determinados pelas regras tácitas desse sistema e pela interação entre seus membros. A sistêmica analisa e confere uma especial atenção a esses papéis e comportamentos.

Origem multicausal

A psicologia sistêmica parte de uma perspectiva circular e multicausal. Portanto, não podem ser estabelecidos marcadores lineares em que só exista uma única causa. Isso porque, pelo contrário, existem vários fatores causais determinantes: cada ação e reação muda continuamente a natureza do contexto.
Em uma família, por exemplo, os membros reagem diante de um mesmo fato de diferentes maneiras, modificando a situação final, que é a combinação de todas as diversas reações que podem ocorrer.
Nesse sentido, Paul Watzlawick foi pioneiro ao distinguir essa causalidade circular dos acontecimentos para explicar os possíveis padrões repetitivos das interações entre as pessoas.
Em resumo, a visão circular dos problemas é marcada pela maneira como o comportamento de um indivíduo influencia as ações dos outros, e como os outros influenciam o comportamento do primeiro.
Paul Watzlawick
Paul Watzlawick

A comunicação é um fator-chave

Como já comentamos anteriormente, Watzlawick foi um dos grandes expoentes da psicologia sistêmica ao introduzir sua teoria sobre a comunicação, que é considerada um fator-chave no processo terapêutico. Para o terapeuta sistêmico, a comunicação é um ponto importante a se trabalhar e analisar.
Cada sistema possui regras que o terapeuta sistêmico deve ir conhecendo para intervir sobre elas se não forem adequadas A forma como nos comunicamos, segundo essa corrente, determina a manutenção ou a redução do problema a ser tratado.
Para concluir, a psicologia sistêmica oferece outra perspectiva das dificuldades e dos problemas, em que prevalece a relação acima do indivíduo como foco de intervenção.
A partir de diferentes pesquisas, foram surgindo diversas ramificações e escolas dentro da terapia sistêmica, diferenciando-se em pequenos detalhes. Estas são: Escola Interacional do MRI, Escola Estrutural e Estratégica, Escola Sistêmica de Milão…
“Todo comportamento é comunicação, incluindo o silêncio”.
-Watzlawick-
Por amenteemavilhosa.com.br