terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O que a pandemia fez com você?

 


        O ano está quase acabando e é inevitável pensar nas consequências desse período inusitado nas nossas relações interpessoais e, sobretudo, na nossa saúde mental. Afinal, sabemos que a incerteza é parte central da vida, mas 2020 apresentou essa máxima com holofotes ofuscantes. 

        Como você está passando por tudo isso? 

        Vemos que a coisa vem se estendendo por fases: começamos com o pânico surreal de vivenciar um filme de ficção, sufocados com dados que previam números catastróficos. Em seguida vimos que nem todos iriam morrer, que não faltariam sepulturas e os sobreviventes não seriam apenas alguns gatos pingados. Porém, nem deu para comemorar, porque vimos pessoas próximas serem tragadas por essa doença horrível. Pessoas únicas e insubstituíveis. E percebemos que se os números foram menores que o previsto, a dor de quem perdeu foi maior que possamos contabilizar. E assim, segue o assombro... 

        Depois tivemos uma trégua e para além de todas as incertezas, pensamos que o pesadelo estava acabando. Porém, lá vem ele de novo... haja fé, coragem e perseverança! 

Pois é, então resta-nos ir em busca dessas três virtudes que na verdade é o que nos cabe. Afinal, devemos começar (já bem atrasados) lembrando uma coisinha básica que insistimos em não pensar: a finitude da vida. Seria cômico se não fosse trágico, a forma como encaramos a morte, como se fosse algo completamente surpreendente e inimaginável, quando na verdade é a única certeza que temos na vida. Pois é, ela virá, independente do que a trará.        

      Então vamos tirar o foco da pandemia e olhar para a vida que escolhemos levar.  Como estamos nos comportando? Vejo pessoas com todo tipo de reação: pavor, depressão, negacionismo, indiferença...cada um tem seu jeitinho de reagir. Mas não podemos negar que para a maioria o medo tem ditado as regras. A questão é, o quanto podemos permitir que esse medo cresça, sem deixar que se transforme em um monstro do qual não tenhamos controle.    Ter medo é um sentimento perfeitamente natural e demonstra que temos autocuidado e autoestima. Contudo, se ele está ficando maior que você e começa a atrapalhar sua vida, é hora de parar tudo e fazer algumas reflexões. Então eu lhe pergunto: você acha mesmo que Deus tirou férias? Pense um pouco sobre isso.  

       Deus não tira férias, tampouco perde o controle da situação. Pode não parecer aos nossos olhos, mas é Dele o controle, e só vai acontecer o que Ele permitir. Portanto, eu lhe desafio a confiar e dar sentido aquilo que chamamos de fé, mas não conseguimos vivenciar com plenitude. Não quero dizer com isso que devemos entregar para Deus e tirar toda a responsabilidade dos ombros. Absolutamente. Falo de uma fé raciocinada, com discernimento e atitude. 

         Cabe a cada um de nós a prevenção sem paranoia; a informação necessária, sem excessos e sensacionalismos; e, principalmente, um ajuste na rotina adequado a nossa condição. 

        Encontrar distração e atividades edificantes é uma tarefa essencialmente particular que precisa combinar com nossa realidade, atender nossas necessidades e satisfazer nossos sentidos. Ou seja, só você poderá definir o seu plano de superação. Então ouse, viaje na imaginação, trace um plano e reaja! Não permita que esse vírus cause danos a sua essência. Ele não tem esse poder, você tem. Transforme seu medo em desafio, vista a armadura da fé, utilize as armas da prevenção e desenvolva estratégias de superação. E assim, deixe que a pandemia faça de você, alguém mais forte e se permita sair dessa fase tão difícil com o legado da superação. 

Aparecida Cunha 








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