Os resultados preliminares de um estudo que está a ser desenvolvido por um grupo de investigadores portugueses mostra que é possível tratar a depressão ligeira a moderada sem fármacos, recorrendo apenas à psicoterapia.
O estudo, a que a Lusa teve hoje acesso, arrancou em março de 2011 e terá uma duração de três anos. Os resultados correspondentes ao primeiro ano de investigação demonstram uma taxa de sucesso na ordem dos «80 por cento» nas pessoas que completam o tratamento.
O trabalho está a ser desenvolvido pela Unidade de Investigação em Psicologia e Desenvolvimento Humano (UNIDEP) do Instituto Superior da Maia (ISMAI), em colaboração com o Centro de Investigação em Psicologia da Universidade de Coimbra (o CINEICC) e envolveu, até ao momento, o acompanhamento de 37 pessoas, mas o objetivo é atingir as 70.
«Os dados obtidos neste primeiro ano de investigação apresentam uma taxa de sucesso na ordem dos 80 por cento nas pessoas que completam o tratamento e entre 62 a 67 por cento quando se tem em conta as pessoas que abandonam o processo», referem os autores do estudo.
A investigação consiste na análise de formas de tratamento psicológico da depressão, em casos de depressão ligeira a moderada, sem recurso a medicação, e com análise dos resultados da psicoterapia e do processo de mudança.
São comparadas duas formas de terapia: a terapia cognitivo-comportamental (centrada na mudança de padrões de pensamento e de comportamento) e a terapia focada nas emoções (centrada na mudança de padrões emocionais). Ambas as formas mostraram ser «globalmente eficazes».
O projeto é financiado, em cerca de 120 mil euros, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Após o primeiro ano de investigação, decorrido entre março de 2011 e maio de 2012, os resultados preliminares serão apresentados na quinta-feira no âmbito do 3.º Encontro Europeu da Sociedade de Investigação em Psicoterapia.
Este encontro, que se realiza na Ordem dos Médicos do Porto, é este ano organizado pelo ISMAI e integra 250 apresentações nacionais e internacionais.
A Organização Mundial de Saúde considera que a depressão é uma das doenças com maiores custos financeiros e sociais, estimando-se que atinja cerca de 20 por cento da população portuguesa.
Por TVI 24
Nenhum comentário:
Postar um comentário