domingo, 5 de fevereiro de 2017

O tesouro celta

Esqueleto de sacerdotisa adornado com anéis, brincos e braceletes de ouro traz nova visão da Idade do Ferro

O tesouro celta

Numa tumba às margens do rio Danúbio, na Alemanha, dois esqueletos permaneceram cobertos de joias por mais de dois milênios. Enterrados pela civilização celta, eles resistiram ao tempo, às inundações e aos saqueadores até serem encontrados por uma equipe da Universidade de Tubingen. Os restos mortais são de duas mulheres. Uma delas pertenceu à elite de sua época. Ricamente vestida, usava pingentes, anéis, brincos, braceletes feitos de ouro, âmbar e dentes de javali. Provavelmente uma sacerdotisa, tinha entre 30 e 40 anos. A outra, com adornos mais simples, feitos de bronze, aparentemente era sua serva. “A descoberta dessa preciosa sepultura é um elemento chave para entendermos a cronologia da Antiga Idade do Ferro”, diz o arqueólogo Dirk Krausse, no artigo sobre a escavação publicado na edição de fevereiro do periódico científico “Antiquity”.
JOIAS Além de ouro, foram usados materiais como âmbar e dentes de javali
JOIAS Além de ouro, foram usados materiais como âmbar e dentes de javali
A dama dos cavalos
As escavações no complexo arqueológico onde o material estava começaram na década de 1950, mas foi só em 2005 que um estudioso descobriu a nova tumba, ao encontrar um broche dourado. Em 2010, foi montada uma operação que retirou, com guindastes, 80 toneladas de solo. O conteúdo foi analisado em laboratório. A datação de pedaços de madeira do sepulcro mostra que as duas mulheres foram enterradas em 583 a.C. Elas fizeram parte de um povo da chamada cultura de Hallstatt. A nobre provavelmente possuía alguma ligação, ainda misteriosa, com cavalos, já que vários equipamentos equestres foram achados junto com o corpo.
Por Raul Montenegro/Isto É

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