sexta-feira, 31 de março de 2017

Por mais escolas inovadoras

José Moran, habilidades comunicativas

“As instituições mais inovadoras propõem modelos educacionais mais integrados, sem disciplinas. Organizam o projeto pedagógico a partir de valores, competências amplas, problemas e projetos, equilibrando a aprendizagem individualizada com a colaborativa; redesenham os espaços físicos e os combinam com os virtuais com apoio das tecnologias digitais. As atividades podem ser muito mais diversificadas, com metodologias mais ativas, que combinem o melhor do percurso individual e grupal.” (José Moran, em seu artigo “Educação Híbrida: Um conceito-chave para a educação, hoje”, capítulo inicial do livro “Ensino Híbrido: Personalização e tecnologia na educação”, publicado pela Editora Penso)

Há, evidentemente, neste parágrafo do texto de José Moran, para muitas pessoas, um evidente “gap”, ou seja, um buraco, entre o que se afirma e o que se vê na realidade das escolas brasileiras, em especial aquelas que compõem as redes públicas municipais ou estaduais.
O texto do professor Moran, no entanto, não apresenta nada de fantasioso ou surreal, distante daquilo que já se vê em algumas escolas espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil.
Existem, é claro, dificuldades mais do que reais, verdadeiros obstáculos - aparentemente intransponíveis - para que instituições educacionais inovadoras se estabeleçam com sucesso, de forma ampla, atingindo em relação as suas proposições, um expressivo contingente de estudantes.
A dificuldade esbarra nos já conhecidos problemas, como por exemplo, a formação deficiente dos professores na graduação, a inexistência de políticas públicas duradouras que objetivem tais mudanças, o financiamento do estado a reformas deste calibre, a cultura dominante na educação nacional amplamente refratária e conservadora a qualquer tipo de alteração, a superficialidade dos participantes em relação aos projetos que por vezes são implementados, os problemas de infraestrutura das escolas nacionais e por aí afora.
A questão neste artigo não é discutir os velhos e já batidos problemas, que certamente carecem de pulso forte das autoridades, da sociedade civil e dos educadores para que sejam varridos do cenário brasileiro. O que se quer com o presente texto é fomentar a curiosidade, abrir caminho para os realizadores (ainda que muitas vezes estes se sintam como verdadeiros “Quixotes” em sua luta), propor mudanças que não virão da noite para o dia, mas que precisam começar, ainda que tímidas inicialmente, para que depois se tornam algo mais consistente.
A ideia de uma escola sem disciplinas, por exemplo, ventilada no texto, significa a implementação da pedagogia de projetos. Não se atribui aos alunos a responsabilidade por definir totalmente os rumos da escola e do trabalho educacional. O que se apresenta são os professores a conduzir ações em que induzem os alunos a realizar estudos, os chamados projetos, a partir dos quais irão aprender matemática, história, ciências, língua portuguesa, geografia e tudo o que for possível relacionar a tais ações educativas.
Construir um carro de corrida, por exemplo, deduz conhecimentos de física, química, matemática, história e artes. Se o projeto envolver a realização de uma corrida entre os carrinhos, será preciso divulgar o evento, “vender” ingressos, conseguir patrocinadores para o evento e, com isso, trabalhar outros saberes, relacionados as inteligências múltiplas, como a inteligência interpessoal e as habilidades comunicativas e conhecimentos em informática, por exemplo.
Trabalha-se, portanto, com aquilo que é imediato, interessante, relacionado a vida das pessoas, instigado por problemas que irão levar os alunos, a partir de orientação dos professores, buscando em diferentes fontes, produzir soluções que viabilizem, para eles, a participação no projeto e, de preferência, que esta inserção seja vitoriosa ou capaz de lhes permitir o devido reconhecimento.
O projeto pedagógico constituído nestes moldes exige competências amplas, conforme apregoa Moran, exigindo também que o aluno saiba atuar individual e coletivamente, de forma harmoniosa e equilibrada. O mundo hoje não é mais aquele em que somente se apertavam botões ou que cada um cumpria o que lhe era determinado. Há momentos em que serão exigidas competências individuais, mas que, certamente, dependem do sujeito em sua preparação e, também, da condição de agir em equipe para que com seus grupos, aprendam e apresentem resultados condizentes com o que dele e de toda a equipe se esperam.
Nos anos 1990, quando as tecnologias de informação e comunicação estavam em seus primeiros passos, Pierre Lévi, um dos mais importantes e influentes pensadores do assunto, já apregoava a necessidade de termos e utilizarmos uma inteligência coletiva que não nos faria prescindir de nossas individualidades e que, sim, na realidade, a usaria em prol do interesse e ação dos grupos nos quais estamos inseridos, dos quais fazemos parte, sejam eles micro ou macro, como as nossas famílias, grupos de amigos mais próximos ou, mesmo, nossa cidade, estado ou país. Isso tudo já prevendo uma possível submissão as próprias tecnologias, a corporações ou a governos, conforme já haviam preconizado em suas obras alguns dos mais notáveis ficcionistas do século XX, como Arthur C. Clarke, George Orwell, Aldous Huxley, William Gibson ou Ray Bradbury.
As escolas ensinam muito pouco (ou mesmo nada) no tocante a inteligência intra e interpessoal reconhecidas por Howard Gardner nos anos 1990. Hoje se fala muito, nos dialetos pedagógicos, sobre Gardner e as inteligências múltiplas ou emocionais, mas de forma superficial, sem aprofundamento, sem leitura, estudos e a necessária compreensão e corporificação do que se lê. O que se percebe, como parte das lições da escola e do mundo, é o personalismo, o individualismo e o egocentrismo trabalhados numa sociedade competitiva e mesquinha em âmbito global.
Esta inovação começa, certamente, na cabeça das pessoas, mas passa por aspectos como o próprio espaço escolar, o design das salas de aula e, ainda a quebra de paradigmas, como a ideia de que somente no recinto escolar se processa a aprendizagem ou ainda que professores ensinam e alunos aprendem. Escolas com e sem muros, aprendizagem na sala de aula fora do formato convencional ou não, alunos e professores aprendendo, com o uso de tecnologias e sem o auxílio destas ferramentas, com explorações no universo mais imediato como a própria cidade ou mais distante por meio de excursões previamente planejadas, conversando com pessoas da escola ou de fora, intermediados por telas ou com diálogo franco e direto, olho no olho...
Tudo isso deve ser combinado previamente, planejado arduamente, compartilhado com a comunidade escolar, contando com a participação dos alunos, acordado por meio de contratos entre a escola e os alunos (e, é claro, seus pais ou responsáveis), gerando ações interdisciplinares, que se utilizam de diferentes metodologias e estratégias de trabalho didático, contando com recursos tecnológicos e elementos da cultura...
Somente assim teremos mais escolas inovadoras. Não é fácil. É para gigantes. E você, encara este desafio?
Por João Luís de Almeida Machado/Planeta Educação

Projeto desenvolvido nas piscinas da UFRN melhora o condicionamento físico e minimiza efeitos de doenças

 
O projeto de extensão Caminhágua desenvolvido na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) proporciona a melhora do condicionamento físico e o tratamento de doenças. Como o nome sugere, trata-se de uma caminhada dentro da piscina, que beneficia pessoas com Parkinson, Hipertensão Arterial, Artrose, problemas com Varizes e circulatórios.

A atividade ocorre no complexo esportivo da Universidade e foi idealizada há 15 anos pelo professor de educação física Raimundo Nonato, coordenador do projeto. "O nosso corpo precisa de alimento, movimento e alegria. Um corpo alegre, ativo e bem alimentado tem saúde", defende.

A movimentação dentro da água, proporciona um maior relaxamento do corpo e exercício para os membros inferiores e superiores. “Avaliamos possíveis problemas de saúde para realizar intervenções no sentido de minimizar ou até mesmo, curar efeitos de doenças”, diz o coordenador. Raimundo Nonato lembra uma das conquistas marcantes do projeto: a recuperação de uma participante que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e abandonou a cadeira de rodas com a ajuda dos exercícios.

Para a participante Severina Gomes Pereira, 79 anos, paciente de Parkinson, o projeto tem contribuído para minimizar os tremores das mãos e outros efeitos da doença “os exercícios são simples e eu faço muitos movimentos, principalmente com os braços e com as mãos. Não sinto tontura, não sinto tremor, nem vontade de vomitar. Nas férias foi horrível porque fiquei sem fazer e senti muito o impacto da doença. A água me ajuda em tudo, inclusive a viver”, detalha.

Inicialmente, o projeto atendia pessoas obesas, proporcionando um maior gasto calórico dentro da água. “Muitas vezes o diagnóstico aponta para cirurgias, mas conseguimos através da água, diminuir efeitos sem que o paciente sofra uma intervenção cirúrgica tão invasiva”, conta o coordenador.

Raimundo Nonato explica que dentro da água o peso específico de uma pessoa é menor. Com isso, pessoas que não conseguem caminhar com facilidade no dia-a-dia, fazem esse esforço de forma reduzida ao se deslocar dentro da piscina, trabalhando melhor os membros. Além de caminharem dentro da água, os participantes realizam exercícios de fortalecimento específicos que favorecem a musculatura dos braços e das pernas.

Movimentação dentro da água proporciona maior relaxamento do corpo e exercício para os membros inferiores e superiores
Referências

O professor Raimundo Nonato usa princípios da Mecânica Clássica como referência do seu trabalho, como o princípio de Arquimedes com a definição da Lei do Empuxo. Na física, o Empuxo é uma força vertical dirigida para cima sobre um corpo quando ele está imerso na água. Essa força facilita o deslocamento do corpo, tornando-o mais leve.

De acordo com educador físico, o empuxo minimiza o peso do corpo substancialmente e contribui para o processo de vascularização “O líquido ajuda a movimentar os membros superiores, tornando mais rápido o retorno sanguíneo, o coração trabalha mais aliviado. Ao fazer exercício fora da água, o coração faz mais esforço”, explica.

Outra importante explicação é a da Pressão Hidrostática. Nesse princípio, o corpo que está sobre o líquido recebe um acréscimo de pressão vinda de várias direções. “A pressão vai aumentando na medida em que submerge seu corpo na água; e diminuindo na medida em que vai elevando seu corpo”, comenta o professor.

Raimundo Nonato explica que , por meio da pressão hidrostática, a força exercida na base do corpo (pés e pernas) acelera o retorno do sangue, consequentemente trazendo benefícios ao coração. “A água proporciona o relaxamento do corpo e as veias sofrem menos pressão, pois o sangue circula com mais facilidade proporcionando a neovascularização”, reforça.

Ações são realizadas diariamente de segunda a sexta das 18h às 20h nas piscinas da UFRN, campus central da Universidade
Dessa forma, os exercícios na água contribuem, por exemplo, para o desaparecimento de varizes, causadas pela falta de espaço para circulação do sangue e, também, pelo aumento do esforço físico. Além disso, os exercícios contribuem para minimizar os efeitos da hipertensão arterial.

O aposentado José Flávio Azevedo, 69 anos foi motivado por indicação de um médico ortopedista, que recomendou uma caminhada na piscina devido a problemas no joelho esquerdo. “Eu caminhava no calçadão e sentia muitas dores no joelho, dentro da água eu não sinto dores. Fora da água as dores diminuíram não totalmente, mas diminuíram bastante”, relata.

Como participar?

O projeto de extensão Caminhágua é aberto à comunidade, principalmente àqueles que se queixam de dores nas articulações. Não há restrição de idade. As ações são realizadas diariamente de segunda a sexta das 18h às 20h nas piscinas da UFRN, campus central da Universidade.

Os interessados devem entrar em contato pelo número (84) 994064620 ou ir presencialmente à sala de exercícios que fica ao lado da piscina, a partir das 17h.
 Por Evelin Monteiro/Portal UFRN

quarta-feira, 29 de março de 2017

EdTech e a revolução para o setor de educação

EdTech é a unificação das últimas tendências tecnológicas para criar um processo de educação online mais dinâmico, atrativo e efetivo

Caminhamos para um estilo de vida on demand. Já podemos dizer que somos uma nação de nativos da era digital, na qual as pessoas veem como essência da vida a relação com o universo digital e é possível buscar opções de serviços quando, como e de onde elas quiserem.

É provável que, no futuro, poucas ofertas não sigam esse modelo sob demanda. Um setor que tem demonstrado um crescimento exponencial nesse sentido é o mercado de educação e capacitação online, por conta do rápido avanço das tecnologias utilizadas para gerar a melhor experiência e interação nos cursos, onde o aluno estiver.

Para 2017, podemos esperar uma oferta cada vez maior de conteúdos que podem ser consumidos de forma rápida, simples e pessoal por meio de EdTech - Education Technology (em português, Tecnologia para Educação). EdTech é a unificação das últimas tendências tecnológicas para criar um processo de educação online mais dinâmico, atrativo e efetivo.

Entre essas tecnologias temos bons exemplos, que vêm ganhando espaço quando se pensa em estratégias para a educação online:

· Realidade virtual: solução inovadora que funciona como um convite à imersão em um ambiente virtual.
· Realidade aumentada: permite a geração da realidade física por meio de dispositivos que processam e exibem as informações.
· Gamification: componente importante para garantir o engajamento, estimulando comportamentos estratégicos e pré-mapeados com o objetivo de alcançar resultados em curto e médio prazos.
· Big Data e Learning Analytics: quando aliadas, podem mapear novos tipos de aprendizagem e ajudar a identificar os materiais mais adequados às necessidades de capacitação.
· Internet das Coisas: objetos e dispositivos que se conectam para coletar e trocar dados pela Internet.

Todos os esforços de tecnologia voltados para a educação poderão revolucionar o setor. De acordo com o futurista do DaVinci Institute, Thomas Frey, até 2030 as maiores empresas na Internet serão empresas educacionais das quais ainda não ouvimos falar.
A visão dele para 2030 é de que haverá cursos online de forma massiva. Só que, ao invés de instrutores humanos, eles serão robôs bastante inteligentes, que irão personalizar os planos de aula para cada aluno. Essa customização das aulas permitirá que os alunos aprendam de forma muito mais rápida do que se tivessem que competir com outros 19 alunos pela atenção do professor.

Diante desse cenário, é provável que o uso de tecnologia para a educação se torne cada vez mais relevante, com modelos de treinamento atrativos, que gerem engajamento, maior desempenho e satisfação. Inclusive, já é possível prever o interesse de empresas privadas nessa tecnologia, mas também dos governos interessados em melhorar os níveis de educação em seus países.

Luiz Alberto Ferla - CEO do DOT digital group, grupo brasileiro especializado na oferta de soluções para EdTech.

Por Luiz Alberto Ferla, Administradores.com,

Educação Socioemocional: tendência do século XXI

Cris Corsini
O tema “Educação Socioemocional” vem sendo muito discutido nos dias de hoje como um grande desafio do século XXI. Puro modismo?
Certamente, não! As últimas décadas do século XX e início deste novo século foram marcados por grandes processos de mudanças sociais, econômicas e políticas que afetaram diretamente as relações de trabalho e o dia a dia das pessoas, instituindo novas demandas e necessidades. O mundo atual exige habilidades, tais como resiliência, criatividade, responsabilidade…  que vão além das chamadas habilidades cognitivas. Isto quer dizer que, não basta mais a pessoa possuir uma inteligência brilhante, porém não sabe trabalhar em equipe.
Além do mais, vivemos hoje uma era pautada na velocidade – tudo é muito rápido e acelerado! Graças à universalização dos meios de comunicação e ao acesso ao universo digital cada vez mais acelerado, as informações estão cada vez mais dinâmicas e propagam-se à velocidade da luz! Assim, outra habilidade necessária nos dias de hoje é a capacidade de formar redes de conexões; não há mais espaço para aquele sujeito que quer trabalhar isolado.
Mas, enquanto o mundo exige e cobra que os nossos jovens concluam a educação básica sendo capazes de solucionar problemas de maneira colaborativa, demonstrem empatia, pensem criticamente e façam escolhas responsáveis, sendo protagonistas de seu próprio desenvolvimento e de suas comunidades, a educação do nosso país, apesar de infinitas mudanças, ainda se mostra retrógrada e engessada com um modelo que remete a Grécia Antiga, cujo cerne do trabalho era a transmissão de conteúdos. A base da docência dos nossos educadores e a ênfase do trabalho pedagógico ainda privilegiam o pensamento lógico e recaem sobre modelos criados para atender demandas antigas – o acúmulo de conhecimento, exercícios, repetições e testes que podem até resultar em uma nota maior, mas que não preparam o aluno de forma integral e, muito menos, dão conta de desenvolver todas as competências que ele necessita para enfrentar os desafios do século 21.
Obviamente que ninguém está questionando a importância do desempenho ou do aprendizado nas diferentes áreas do conhecimento. Os conteúdos que compõem as grades curriculares das disciplinas são muito importantes.  Mas, é preciso ir além! Tabus devem ser quebrados e novos paradigmas deverão ser adotados.
Transformar a escola não é mais uma opção. É uma necessidade! Precisamos, com urgência preparar nossos alunos para os desafios do mundo para além dos muros das escolas. Mas, se o “chão da escola” precisa se transformar, é necessário a produção de saberes e fazeres que se concretizem na criação de novas modalidades de práticas na escola. Ou seja, o cuidado, atenção e construção de um novo olhar da atuação pedagógica. Um novo olhar para a educação sem levar em conta a formação de professores, para que estes, intencionalmente nas aulas, desenvolvam um trabalho mais colaborativo e que busque promover o pensamento autônomo dos alunos, será um esforço que poderá virar letra morta.
 Cristina Felipe Corsini Pasinato é psicopedagoga, coordenadora da pós-graduação em Educação Socioemocional do IBFE e orientadora pedagógica do Anglo Center Ville
Por Residenciais.org

segunda-feira, 27 de março de 2017

O estudante de 17 anos que corrigiu dados da Nasa

Miles Soloman
Um adolescente britânico entrou em contato com cientistas da Nasa (agência espacial americana) para apontar um erro em seus dados.
O estudante Miles Soloman, de 17 anos, descobriu que sensores de radiação na Estação Espacial Internacional estavam gravando dados inexistentes.
O jovem de Sheffield, no norte da Inglaterra, recebeu uma resposta da agência espacial, que, além de agradecer pela correção, o convidou para ajudar a analisar o problema.
Recebi um monte de planilhas, o que é muito mais interessante do que parece", disse Soloman ao programa World at One, da BBC Radio 4.
A descoberta do estudante ocorreu como parte do projeto TimPix do Instituto de Pesquisa em Escolas (Iris, na sigla em inglês), que dá aos alunos de todo o Reino Unido a oportunidade de trabalhar em dados da estação espacial, procurando anomalias e padrões que possam levar a novas descobertas.
Durante a estadia do astronauta britânico Tim Peake na estação espacial, detectores começaram a registrar os níveis de radiação. "Fui direto para o fundo da lista, para os bits mais baixos de energia que havia", explicou Soloman.
"Estávamos todos discutindo os dados, mas ele de repente se animou em uma das sessões e questionou: 'por que há -1 energia aqui?'", contou o professor de física do estudante, James O'Neill.
O que Soloman tinha acabado de notar era que, quando nada chegava ao detector, uma leitura negativa era gravada.
Mas você não pode obter energia negativa. Então aluno e professor entraram em contato com a Nasa.
"É muito legal", disse o jovem. "Você pode contar para seus amigos: 'acabei de enviar um email à Nasa e eles estão analisando os gráficos que eu fiz'."
Direito de imagem NASA
Image caption Nasa disse ter acreditado que o erro só estivesse ocorrendo uma ou duas vezes por ano
Descobriu-se que Soloman verificou algo que ninguém mais tinha notado - incluindo os especialistas da Nasa.
A agência disse que estava ciente do erro, mas ter acreditado que ele estivesse ocorrendo apenas uma ou duas vezes por ano - o estudante avisou que, na verdade, isso acontecia várias vezes ao dia.
O professor Larry Pinksy, da Universidade de Houston, disse à BBC Rádio 4 que seus colegas na Nasa "pensavam que tinham resolvido isso".
"Isso ressalta - acho - um dos valores dos projetos da Iris em todos os campos com grandes dados. Eu tenho certeza de que há coisas interessantes que os alunos podem encontrar, e que os profissionais não têm tempo para fazer."
O professor, que trabalha com a Nasa no monitoramento de radiação, disse que a correção foi "mais apreciada do que considerada algo embaraçoso".

'Inveja e tédio'

Mas o que os amigos de Soloman acham de sua descoberta?
"Eles obviamente pensam que sou um nerd", disse.
"Noto uma mistura de inveja e tédio quando conto os detalhes para eles."
O jovem acrescentou: "Não estou tentando provar que a Nasa está errada. Quero trabalhar com eles - e aprender com eles".
O diretor da Iris, Becky Parker, disse que esse tipo de experiência que leva a "ciência real para a sala de aula" pode atrair mais jovens para a ciência, a tecnologia, a engenharia e a matemática.
"O Iris coloca a verdadeira pesquisa científica nas mãos dos estudantes, independentemente do seu contexto ou do contexto da escola. A experiência os inspira a se tornarem a próxima geração de cientistas."
Por BBC

Ministério da Educação institui modalidade de doutorado profissional

Capes terá prazo de 180 dias para regulamentar oferta, avaliação e o acompanhamento dos programas de mestrado e doutorado profissional; leia a íntegra da portaria
 
PORTARIA No 389, DE 23 DE MARÇO DE 2017
Dispõe sobre o mestrado e doutorado profissional no âmbito da pós-graduação stricto sensu.
O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição, e CONSIDERANDO:
As disposições da Lei no 9.394 de 20 de dezembro de 1996; e
A relevância social, científica e tecnológica dos processos de formação profissional avançada, bem como o necessário estreitamentodas relações entre as universidades e o setor produtivo, resolve:
Art. 1o Fica instituída, no âmbito da pós-graduação stricto sensu, a modalidade de mestrado e doutorado profissional.
Art. 2o São objetivos do mestrado e doutorado profissional:
I – capacitar profissionais qualificados para o exercício da prática profissional avançada e transformadora de procedimentos, visando atender demandas sociais, organizacionais ou profissionais e do mercado de trabalho;
II – transferir conhecimento para a sociedade, atendendo demandas específicas e de arranjos produtivos com vistas ao desenvolvimento nacional, regional ou local;
III – promover a articulação integrada da formação profissional com entidades demandantes de naturezas diversas, visando melhorar a eficácia e a eficiência das organizações públicas e privadas por meio da solução de problemas e geração e aplicação de processos de inovação apropriados; e
IV – contribuir para agregar competitividade e aumentar a produtividade em empresas, organizações públicas e privadas.
Art. 3o Os títulos de mestres e doutores obtidos nos cursos profissionais avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, reconhecidos pelo Conselho Nacional de Educação – CNE e homologados pelo Ministro de Estado da Educação, terão validade nacional.
Art. 4o A Capes terá o prazo de 180 dias para regulamentar e disciplinar, por meio de portaria, a oferta, a avaliação e o acompanhamento dos programas de mestrado e doutorado profissional.
Art. 5o Fica revogada a Portaria no 17 de 28 de dezembro de 2009.
Art. 6o Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.
MENDONÇA FILHO
Fonte: Diário Oficial da União

quarta-feira, 22 de março de 2017

A história de 18 grandes mulheres brasileiras, reunidas num livro on-line

Carolina Maria de Jesus, um dos principais nomes da literatura no Brasil - Foto: Audálio Dantas/Agência Brasil Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/03/21/A-hist%C3%B3ria-de-18-grandes-mulheres-brasileiras-reunidas-num-livro-on-line © 2017 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.
Lançada pela Fundação Joaquim Nabuco, obra traça o perfil de personagens que se destacaram em diferentes áreas
Caio do Valle, no Nexo
Salvaguardadas as exceções, ainda é tímido, na tradicional narrativa histórica, o espaço conferido às mulheres na construção social, política, cultural e econômica do Brasil. O protagonismo masculino perdura nesse terreno, bem como no da memória social. Assim, o passado segue se organizando em torno do vulto de grandes homens, refletidos em monumentos, nomes de ruas e episódios consagrados no imaginário popular. Um livro gratuito publicado pela Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, tenta corrigir um pouco dessa distorção, apresentando 18 mulheres brasileiras que se destacaram ao longo dos últimos séculos. Em comum entre si, as homenageadas na obra “Memória Feminina: mulheres na história, história de mulheres” têm contribuições que se encontram, “em sua maioria, representadas em museus e espaços de memórias”, como arquivos e centros culturais.
Apesar desse foco, segundo escrevem na apresentação os pesquisadores Maria Elisabete Arruda de Assis e Maurício Antunes, além de patrimônios materiais (representados por objetos pessoais, obras de arte, manuscritos, livros), buscou-se acessar os imateriais. Quer dizer, os que “não estavam apenas nos museus brasileiros, mas também nas comunidades locais”: tradições legadas de uma geração para a outra. É por isso que o leitor encontra artigos sobre as cirandas de Lia de Itamaracá, a preservação da tradição religiosa de matriz africana Xambá por Mãe Biu em Pernambuco, bem como a contribuição de Dona Santa, na preservação dos maracatus. Também há um texto sobre a líder sindicalista Margarida Alves, defensora dos direitos dos trabalhadores sem terra assassinada em 1983 e inspiradora da Marcha das Margaridas.
A importância feminina na literatura
No campo das letras, aparecem Carolina Maria de Jesus, Pagu e Clarice Lispector. A primeira, moradora de uma favela paulistana, ganhou notoriedade mundial ao publicar o livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, em 1960. Nessa obra, vêm à tona as condições precárias de vida de parcela significativa da população, em especial das mulheres pobres.
“Essas mulheres, como Carolina, responsáveis por seu próprio sustento, apesar de desqualificadas pela imprensa e por fontes oficiais, compunham um grupo que teve presença constante e intensa pelas ruas da cidade de São Paulo desde o período colonial. Suas falas, entretanto, sempre apareciam de forma indireta, transcritas nos documentos pela pena dos escrivães, o que as impedia de assumir um protagonismo narrativo”
Elena Pajaro Peres historiadora, responsável pelo artigo sobre Carolina Maria de Jesus
Figuras de destaque nas lutas feministas e nas artes
O livro ainda traz o perfil de pessoas de “inestimável contribuição para a mudança do papel da mulher na sociedade quanto aos seus direitos”, como a zoóloga Bertha Lutz, sufragista nos anos 1920, e a escritora Francisca Senhorinha da Motta Diniz, que fundou, no século 19, o primeiro periódico do país pela emancipação feminina. As artistas plásticas Tarsila do Amaral, Maria de Lourdes Martins Pereira de Souza, Lygia Pape, Djanira da Motta e Silva, Georgina de Albuquerque e Nair de Teffé aparecem retratadas em seus contextos históricos e por meio de suas trajetórias de vida e profissional. Há ainda relatos sobre a atriz Leila Diniz, identificada como um símbolo da liberdade sexual dos anos 1960, e Nise da Silveira, proeminente figura da psiquiatria brasileira no século passado. Um capítulo do livro é dedicado à figura da “Miss Sambaqui”, um crânio de mulher pré-histórico encontrado no litoral paulista na década de 1950.
Anonimato e invisibilidade
Segundo Maria Elisabete Arruda de Assis, diretora do Museu da Abolição, e Maurício Antunes, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, as histórias são cristalizações de muitas outras, anônimas e invisibilizadas. A intenção é que se tornem espelhos para brasileiras, jovens e adultas, se olharem, se reconhecerem e se projetarem no futuro, “como cidadãs a serem respeitadas nas diferenças e na luta pela conquista da igualdade de gênero em nossa sociedade”. Ainda de acordo com eles, o objetivo do livro é desmontar preconceitos que esconderam ou apagaram a presença das mulheres na história do Brasil.
“Nossa história coletiva ganha com acercar-se desse conjunto de mulheres que foram sujeito da história de nosso país: sim, temos pintoras, escultoras, escritoras, atrizes, cientistas que foram rebeldes e afirmaram-se como protagonistas”
Tatau Godinho doutora em ciências sociais, no prefácio do livro
Por Livros e Pessoas

terça-feira, 21 de março de 2017

21 de março: Dia Internacional da Síndrome de Down


Dentre os 365 dias do ano, o “21/03” foi inteligentemente escolhido porque a Síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia). A ideia surgiu na Down Syndrome Internacional, na pessoa do geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela Organização das Nações Unidas em seu calendário oficial.
Mais interessante ainda que a origem da data, é a sua razão de existir. Afinal, por que comemorar uma síndrome?!
Oficialmente estabelecida em 2006 e amplamente divulgada, essa data tem por finalidade dar visibilidade ao tema, reduzindo a origem do preconceito, que é a falta de informação correta. Em outras palavras, combater o “mito” que teima em transformar uma diferença num rótulo, numa sociedade cada vez mais sem tempo, sensibilidade ou paciência para o “diferente”.
A Síndrome de Down foi descoberta em 1862 pelo médico britânico John Langdon Down (que bem podia chamar-se John Up, pra colaborar…!), e apesar de ainda estarmos em situação muito distante da ideal, nesse intervalo de 153 anos muitos foram os avanços no âmbito da ciência e da sociedade, de forma especial nas últimas três décadas. Basta você observar com os casos da síndrome aparentemente “aumentaram”. Mas não. É que antigamente as crianças ou adultos com a síndrome pouco saíam de casa, infelizmente….
Por falar nisso, essa participação social é uma das questões que a celebração dessa data, já em sua 10ª edição, visa destacar: a Síndrome de Down não é uma doença, e não impede, de maneira nenhuma, que o indivíduo tenha uma vida social normal (se é que esse termo ainda faz algum sentido). E, nessa questão, já se emenda uma outra, igualmente importante: a inclusão. Felizmente, hoje em dia, isso é lei, mas muitas pessoas ainda desconhecem: criança com Síndrome de Down (ou qualquer outra dificuldade de aprendizado) tem que ser matriculada em escola regular. Isso mesmo, junto com todas as outras crianças. Essa convivência é extremamente saudável para todos, e a conduta mais eficiente para o aprendizado pedagógico – que se torna um pouco mais demorado devido àquele terceiro cromossomo, mas acontece.
Essa data visa chamar a atenção especialmente das pessoas pouco informadas sobre as capacidades das pessoas com a Síndrome de Down. Elas possuem tantas outras características quanto os demais seres humanos, ou seja, a síndrome não as define. É muito importante que todos saibam (outra tarefa do 21/03) que cada pessoa com síndrome de Down também tem gostos específicos, personalidade própria e individual, habilidades e vocações distintas entre si. Portanto, devem ser evitados os “rótulos” provocados por expressões do tipo “Ah, como ‘os Downs” são carinhosos!” ou “Eles são todos tão teimosos, não?!”… Em respeito à individualidade de qualquer ser humano, esse tipo de generalização não deve ser aplicada a nenhum grupo, nem a este, por melhor que seja a intenção de quem o faz.
Obviamente o diagnóstico genético carrega consigo algumas especificidades, como, por exemplo, a cardiopatia (problemas no coração), presente em aproximadamente 50% dos casos; às vezes problemas de audição e/ou visão; atraso no desenvolvimento intelectual e da fala, dentre alguns outros. Mas são questões pontuais e de saúde, a serem detectadas e tratadas medica e terapeuticamente, de maneira que não definem qualquer prognóstico, ou seja, ninguém jamais pode prever até onde pode chegar o desenvolvimento das pessoas com síndrome de Down – assim como das demais pessoas. Elas devem ser estimuladas a terem sonhos e projetos, crescerem, estudarem e trabalharem como qualquer ser humano, e têm todo o direito de lutar pela sua total autonomia, sem que sua condição genética represente qualquer tipo de barreira. Ou existe alguém que não possui limitações?!
Na verdade, toda convivência saudável entre amigos e familiares, colegas e sociedade, de maneira atenta a todo tipo de diversidade, é sempre muito enriquecedora. O mesmo acontece quando você tem a oportunidade de conviver com uma pessoa com a Síndrome de Down. Olhe para ela, e não para a síndrome, e você vai descobrir um ser humano tão incrível quanto você.
Por Luciana Bettiol, Ativadora da Rede do Movimento Down


    O CAE – Centro de Atendimento Especializado Espaço Luz, oferece atendimentos aos portadores da síndrome de Down. Ligue 98897-8790
    Por Portal Mídia Net

    segunda-feira, 20 de março de 2017

    Idosa de 86 anos cursa último ano de Educação Física em Porto Ferreira, SP

    Ela faz natação e vôlei adaptado e nunca esqueceu do amor pelo esporte.
    Nilcea Barroso prestou vestibular com 83 anos e passou em primeiro lugar.

    Em uma sala de aula de uma faculdade em Porto Ferreira (SP), um olhar maduro chama atenção. Aluna do último ano do curso de Educação Física, Nilcea Barroso Carrera de 86 anos sempre desejou trabalhar na área. "Na época em que eu podia fazer educação física, na minha juventude, eu não consegui porque a minha mãe não tinha condições financeiras", contou.
    Fazia mais de 50 anos que eu não pegava um caderno para estudar"
    Nilcea Barroso Carrera, 86 anos
    Nilcea foi aprovada em primeiro lugar e, atualmente, os colegas de turma contam que ela mais ensina do que aprende. Segundo eles, ela corrige o português nos trabalhos em grupo.
    “Fazer esporte, jogar vôlei, fazer natação, estudar, ser mãe, ter filhos, quero chegar nessa idade desse jeito", afirmou Gabriela Mansales, colega de classe da idosa.
    Filha e neta de Nilcea também são da área de educação física (Foto: Reginaldo dos Santos /EPTV) 
    Filha e neta de Nilcea são da área de educação
    física (Foto: Reginaldo dos Santos /EPTV)
    Inspiração
    Nilcea acabou se tornando professora, mas nunca esqueceu a paixão por esportes. "Eu lecionei 26 anos e, na época, tinha no currículo educação física no horário, mas ninguém dava porque não era obrigatório. Não era obrigatório, mas eu ensinava" relatou ela, que teve ajuda dos sobrinhos que trabalhavam na área e emprestavam apostilas.

    O gosto pela profissão atravessou gerações. Nilcea viu com orgulho netos e filhos se tornarem professores da disciplina. “A inspiração da família é ela”, contou a filha Carla Barroso.
    “Minha mãe, meu irmão, tios, primos, vai longe, o amor pelo esporte não é só hobby, a gente gosta mesmo, não fica sem”, disse Lia Fernanda Barroso, neta de Nilcea e educadora física.
    Nilcea não abre mão das aulas práticas (Foto: Reginaldo dos Santos/ EPTV) 
    Nilcea não abre mão das aulas práticas
    (Foto: Reginaldo dos Santos/ EPTV)
    Amor pelo esporte
    Praticante de vôlei desde os 14 anos, aos 60 anos Nilcea descobriu uma nova habilidade: a natação. Em 2010 e 2011 ela conquistou medalha de ouro na modalidade nos Jogos Regionais dos Idosos.
    Disposta, Nilcea não abre mão das aulas práticas do curso e garante que não vai parar. "Eu quero continuar dentro do esporte, acho que como professora de Educação Física eu tenho uma chance”, concluiu.
    Nilcea de 86 anos é aluna do último ano do curso de educção física (Foto: Reginaldo dos Santos/ EPTV) 
    Nilcea de 86 anos é aluna do último ano do curso de educção física (Foto: Reginaldo dos Santos/ EPTV)
    Por G1 São Carlos e Araraquara
     

    Em Sertãozinho, projeto sustentável diminui produção de lixo em 10 vezes

    Projeto “Composteira na Minha Cidade” acompanhou famílias do município que toparam reduzir a produção de lixo orgânico

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    Em Sertãozinho, um projeto-piloto para destinação sustentável do lixo orgânico conseguiu diminuir em mais de 10 vezes a produção deste tipo de lixo. O Projeto “Composteira na Minha Cidade” é fruto da parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente do município e de duas ONG’s Agir Ambiental e Florespi, e visa à conscientização sobre o reaproveitamento de resíduos orgânicos, transformando-os em adubos sólidos e líquidos, ocasionando a redução de material orgânico que é descartado e enviado para a coleta domiciliar e aterros sanitários.
    A experiência aconteceu durante o ano de 2016, mas teve os resultados divulgados na última semana. Durante o período de dois meses, as 13 famílias que aceitaram participar da atividade foram assessoradas pelas ONGs. Cada uma delas recebeu um kit contendo uma composteira e utensílios para auxiliar a manutenção do trabalho de reaproveitamento dos resíduos, como baldes e pás.
    Durante os dois primeiros meses do Projeto, as 13 famílias participantes produziram 282,5 kg de resíduos orgânicos, uma média de 0,3 kg de resíduos por pessoa ao dia. E na comparação com uma família que não utiliza a composteira, o resultado é emblemático:
    Enquanto uma família de cinco pessoas, que utiliza o método, gerou 4,89 kg de resíduos orgânicos em 60 dias, outra família composta por somente 2 pessoas gerou 56,2 kg. Os produtos despejados na composteira eram restos de alimentos, cascas de frutas, borras de café e guardanapos e papel toalha já utilizado.
    “As famílias dedicam apenas 30 minutos por semana aos cuidados com a composteira, com o envolvimento de vários de seus membros, o que gera uma união em torno da tarefa. O desperdício também é um fator sobre o qual as famílias participantes puderam refletir durante o processo”, analisou o diretor do Departamento de Gestão de Resíduos Sólidos, Aluísio Edson Moraes Júnior.
    O secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alexandre Ribeiro Gomes, destacou a importância da prática em várias frentes, já que ele ajuda, inclusive, na diminuição dos gastos do município, caso seja ampliado, na coleta de lixo, por exemplo. “A prática leva o cidadão a abandonar o discurso e praticar a sustentabilidade de fato. Além disso, temos vários outros pontos positivos, com destaque para a redução da quantidade de resíduos orgânicos direcionados aos aterros sanitários de forma desnecessária, que gera economia ao município”, afirmou.
    Foto: Marcos Santos/USP Imagens
    Por Redação Revide

    terça-feira, 14 de março de 2017

    Conheça a história por trás da icônica foto de Einstein mostrando a língua

    A famosa foto com a língua de fora, que imortalizou o gênio, completa 66 anos e foi clicada durante o seu aniversário, em um momento de 'protesto' do físico
    Einstein gostou tanto da fotografia que utilizou a imagem para a produção de cartões postais pessoais - Foto: Arthur Sasse/ United Press
    Einstein gostou tanto da fotografia que utilizou a imagem para a produção de cartões postais pessoais - Foto: Arthur Sasse/ United Press
    A fotografia mais conhecida por popularizar Albert Einstein no mundo, aquela em que aparece mostrando a língua, completa hoje 66 anos que foi clicada.
    A cena foi capturada pelo fotógrafo da United Press International (UPI), Arthur Sasse, depois de um evento na Universidade de Princenton, nos EUA, em comemoração ao aniversário de 72 anos do físico, em 1951.
    Os relatos da época, registrados por pesquisadores, indicam que o fotógrafo e outros profissionais ao acompanharem as solenidades durante o dia pediram para que Einstein sorrisse para as câmeras diversas vezes, afim de que ficasse com um "rosto mais simpático" nas cenas das comemorações.
    Cansado de sorrir durante todo o dia para os fotógrafos, ele disse: "Já basta! É suficiente!" Como a frase não encerrou o ímpeto dos profissionais que o acompanhavam, teve uma reação ainda mais intensa, que foi mostrar a língua. O gesto foi um "protesto" aos fotógrafos que estavam cobrindo o evento.
    A foto do maior cientista da história com a língua de fora é tão conhecida no mundo quanto sua fórmula E=mc², a famosa equação que determina a relação da transformação da massa de um objeto em energia. O físico alemão também foi ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1921 e eleito pela Revista Time como a personalidade do século XX. 
    Einstein não conseguia entender como havia se tornado tão popular no mundo escrevendo livros de interesse tão restrito, difícil de serem compreendidos pela maioria das pessoas. A fotografia se tornou tão famosa porque contrapõe a genialidade do cientista com a ingenuidade da brincadeira de uma criança.

    Cartão postal

    O mais curioso é que Einstein, realmente, gostou da fotografia. Ele utilizou a imagem, recortando as demais pessoas que estavam na cena e deixando apenas o seu rosto, para a produção de cartões postais, que enviava aos seus amigos.
    Na fotografia original estavam ainda o ex-diretor do Instituto de Estudos Avançados, dr. Frank Aydelotte e sua esposa, além de Einstein.
     A imagem original foi clicada dentro de um carro com a presença do diretor do Institute for Advanced Study e sua esposa, além de Einstein - Foto: Arthur Sasse/ United Press
    A imagem original foi clicada dentro de um carro com a presença do diretor do Institute for Advanced Study e sua esposa, além de Einstein - Foto: Arthur Sasse/ United Press
    Por Dennys Marcel/UOL



    Sustentabilidade: garoto de 7 anos cria empresa de reciclagem

    Algumas crianças surpreendem com suas paixões. Ryan Hickman, menino de 7 anos da Califórnia, nos Estados Unidos, é um deles. O garoto tem fascínio por reciclagem, e seu amor pela sustentabilidade lhe rendeu uma empresa de reciclagem muito bem-sucedida.
    Aos 3 anos, Ryan mostrou interesse pelo assunto, quando entrou em contato com a reciclagem pela primeira vez. De acordo com informações do site My Modern Met, o pai do menino conta: “Ele gosta de selecionar quase todo tipo de material e gosta de colocar garrafas na máquina também”.
    Créditos: Divulgação
    Ryan é apaixonado por reciclagem desde os 3 anos
    Depois daquele primeiro encontro, Ryan pediu ao pai para começar a coletar o lixo reciclável da vizinhança. Sua mãe e ele passaram, inclusive, a entregar sacos de lixo em cada casa ao redor, a fim de facilitar o processo.
    Hoje, depois de quatro anos, o plano do menino cresceu e se tornou bem-sucedido. Com sua empresa, Ryan opera em cinco bairros diferentes e tem 40 clientes. Ele separa o lixo coletado em oito latas guardadas no jardim da sua casa. De tempos em tempos, o menino vai até o centro de reciclagem levar os itens de plástico, papel e vidro que armazena.
    Todo o seu trabalho já foi revertido em 200.000 latas e garrafas e mais de 1.600 dólares em doações para a caridade. O resto, cerca de 10.000 dólares, foi guardado para garantir o acesso de Ryan à faculdade.
    Por redação catraquinha/Catraca Livre

    segunda-feira, 13 de março de 2017

    7 mulheres que mudaram a Educação

    Quem já foi estudante e quem trabalha diariamente em uma escola vê que a grande maioria do corpo docente é composto por mulheres. Entretanto, quando falamos de pensadores da Educação, aquelas pessoas que têm um nome de peso nos estudos da área, a realidade se inverte um pouco e tendemos a citar nomes de homens, como Paulo Freire, Jean Piaget, Lev Vygotsky, entre outros.
    No entanto, as mulheres deram, sim, e continuam dando muitas e grandes contribuições para pensar e transformar a Educação. Abaixo, conheça sete educadoras que são exemplos para professoras e estudantes de muitas áreas de todo o mundo:
    Anne Sullivan
    Anne Sullivan e Helen Keller
    Devido a um problema de saúde, a educadora americana Anne Sullivan (1866-1936) perdeu a visão quando criança. Aos 20 anos, depois de se formar na escola, foi contratada como professora particular e em tempo integral de Helen Keller, garota cega e surda que nunca tinha recebido nenhum tipo de Educação formal da família. Através do tato, ela ensinou a menina a reconhecer objetos e associá-los a palavras. Com a ajuda de Anne, Helen conseguiu aprender inglês, francês, alemão, ficou proficiente em braile e em linguagem de sinais na palma da mão. Além disso, Helen se formou em Filosofia, se tornou ativista política e publicou 12 livros. Se você quiser saber mais sobre a história dessas duas mulheres, vale muito a pena assistir ao filme O Milagre de Anne Sullivan.

    Dorina Nowill

    A educadora Dorina Nowill (1919-2009) perdeu a visão aos 17 anos. Ela foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, no centro de São Paulo, onde se formou como professora. Posteriormente, se especializou em Educação de cegos na Universidade de Columbia, em Nova York. Em 1946, criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil e, em 1948, fundou a primeira imprensa Braille em grande escala do país, que imprimia livros didáticos e outros documentos. Dorina também dirigiu a Campanha Nacional de Educação de Cegos, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que criou os primeiros serviços de Educação de cegos no país e também lutou pelas aberturas de vagas para pessoas com deficiência visual no mundo do trabalho.

    Emília Ferreiro

    A pedagoga e psicolinguista argentina Emilia Ferreiro (1937) revolucionou a maneira de se pensar a alfabetização e foi quem mais influenciou a Educação brasileira nos últimos 40 anos.  Fez doutorado na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, e focou seus estudos em investigações sobre a escrita. Em 1979, em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky, lançou o livro Psicogênese da Língua Escrita. Sua obra influenciou tanto os educadores brasileiros que até mesmo os Parâmetros Curriculares Nacionais são inspirados por ela. Aqui você encontra uma série de vídeos que NOVA ESCOLA gravou com a estudiosa.

    Maria Montessori

    Maria Montessori (1870-1952) foi a primeira mulher a se formar em medicina na Itália. Entretanto, não pode seguir a carreira como desejava, pois, na época, não era permitido às mulheres examinar homens. Por isso, começou a trabalhar com crianças com deficiência na clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de Roma e, com base nos estudos e trabalhos com elas, criou o método Montessori, que dava mais ênfase à autoeducação (desenvolvimento da criança por seus próprios esforços, no seu ritmo e seguindo seus interesses) do que ao papel do professor como fonte de conhecimento. Para ela, o objetivo da escola é a formação integral do jovem, uma "Educação para a vida" e isso é feito através da individualidade, da atividade e da liberdade (em equilíbrio com a disciplina) do aluno.

    Débora Seabra

    Débora Seabra (1981) foi primeira professora com Síndrome de Down do Brasil. Formada em magistério na EE Professor Luis Antônio, em Natal, ela trabalha como professora assistente em turmas de Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental, desde 2004. Quando ela nasceu, na década de 1980, pouco se sabia no Brasil sobre a trissomia do cromossomo 21, ou Síndrome de Down, mas seus pais sempre fizeram questão de que ela estudasse em instituições de ensino regular. Hoje, ela também dá palestras em vários países e já lançou um livro de fábulas infantis. Leia aqui um depoimento da professora Débora sobre sua trajetória.

    Marie Curie

    A cientista polonesa Marie Curie (1867-1934) se formou em Matemática e Física, na Universidade de Sorbonne, na França. Com seu marido, Pierre Curie, descobriu os elementos químicos Polônio (nome dado em homenagem ao seu país) e Rádio, iniciando as primeiras pesquisas sobre radioatividade (termo criado por ela mesma). As pesquisas de Marie Curie foram tão relevantes que, em 1903, ela recebeu o Prêmio Nobel de Física e, 8 anos depois, o de Química. Ela foi a primeira mulher a ganhar o Nobel e a primeira pessoa a recebê-lo duas vezes. Além dos estudos sobre Física e Química, Marie Curie era professora e começou a lecionar aos 18 anos. Entre as instituições em que deu aula, estava uma universidade considerada ilegal por desafiar as políticas de repressão impostas pelo Império Russo e frequentada principalmente por mulheres impedidas de estudar. Segundo suas alunas, Marie dava a elas oportunidades que, na época, eram restritas apenas aos alunos, como visitas a laboratórios de pesquisa e contato com equipamentos de experimentos.

    Hannah Arendt


    A família da alemã Hannah Arendt (1906-1975) era judia e, devido ao regime nazista, teve que deixar o país. Primeiro, eles foram para a França e, de lá, seguiram para os Estados Unidos, onde Arendt permaneceu como apátrida até se naturalizar americana, já em 1951. Conhecida como filósofa, ela preferia o título de teórica política. Publicou uma das obras mais famosas do século XX, o livro As Origens do Totalitarismo, em que analisa as formas totalitárias de poder e a banalização do terror.  Arendt também refletiu sobre Educação e, nos textos A Crise na Educação e no Reflexões sobre Little Rock, discute o papel da área na vida dos alunos. 
    Por Nairim Bernardo/Nova Escola

    Qual a responsabilidade do homem no mundo contemporâneo?

    Se a vertente econômica do modelo de desenvolvimento produziu um aumento inusitado de riqueza e fartura no mundo, sua vertente ambiental e política trouxe à luz a urgência de sustentabilidade



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    Depois de três anos de audiências com líderes de governos e demais representantes da comunidade internacional, a ONU divulgou, em 1987, um documento intitulado Nosso Futuro Comum, também conhecido como Relatório Brundtland – em homenagem à primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brandtland, chefe da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, cujos trabalhos deram origem ao relatório.
    Foi uma iniciativa que consolidou os resultados de reuniões públicas realizadas tanto em regiões desenvolvidas quanto em desenvolvimento, para o tratamento de questões como agricultura, silvicultura, água, energia, transferência de tecnologias e desenvolvimento sustentável em geral. Esse documento foi um marco para a definição do conceito atual de sustentabilidade.
    O Relatório Brundtland faz parte de uma série de iniciativas, anteriores à Agenda 21, que reafirmam uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, destacando os riscos do uso excessivo dos recursos naturais, sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas.
    As linhas de força desse documento pioneiro dão ênfase à necessidade de instituir uma relação entre o ser humano e o meio ambiente que, sem produzir a estagnação do crescimento econômico, permita, com a introdução de padrões razoáveis de produção e consumo, uma conciliação com as questões ambientais.
    O documento trata de fenômenos como o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio; expressa a preocupação em relação ao fato de que a velocidade das mudanças excederam a capacidade de avaliação de suas conseqüências pelos diferentes saberes científicos, bem como suas possibilidades de propor soluções realistas em caso de crises.
    Inova também na propositura de ações e na definição de metas a serem buscadas pelos Estados e no nível internacional, exigindo o concurso de instituições supra-estatais e multilaterais para o enfrentamento das principais dificuldades, como, por exemplo, a necessidade de redução do consumo de energia, o desenvolvimento de tecnologias para uso de fontes energéticas renováveis e o incremento da produção industrial em países com índices de desenvolvimento econômico reduzido, com base em tecnologias ecologicamente orientadas.
    Essas medidas deveriam ser urgentemente tomadas pela comunidade internacional para promover o que no documento se denomina desenvolvimento sustentável. Entre outras medidas são indicadas: a limitação do crescimento populacional; garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) a longo prazo; preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades, assim como o atendimento das necessidades básicas nos âmbitos da saúde, da escolaridade e da habitação.
    São diretrizes de políticas públicas que, no âmbito internacional, exigem também a fixação de metas desafiadoras, como a adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelos organismos e instituições internacionais de financiamento, a proteção dos ecossistemas supra-nacionais como a Antártica, os oceanos e o banimento das guerras.
    Com isso, estamos, pois, diante de um dos signos mais expressivos de uma transformação decisiva ocorrida nos domínios da ética, do direito, da economia e da política contemporâneas. Isso porque a natureza e o ritmo do atual crescimento econômico, que tem como um de seus fatores básicos a atualização compulsória do potencial tecnológico das sociedades situadas no centro do sistema produtivo, gerou perturbadores desequilíbrios em todos os setores da vida.
    Se a vertente econômica do modelo de desenvolvimento produziu um aumento inusitado de riqueza e fartura no mundo, sua vertente ambiental e política trouxe à luz a necessidade e a urgência de sustentabilidade, ou seja, de preservação das condições que tornam possível a existência humana futura no planeta Terra, colocando na ordem do dia a ideia de um direito próprio da natureza e das futuras gerações de seres humanos e não humanos.
    O poder alcançado pelo homem por meio do desenvolvimento econômico e tecno-científico revolucionou o campo semântico dos conceitos, princípios e estratégias de regulação normativa nos domínios da ética, do direito e das políticas públicas, em registro nacional e internacional, subvertendo o entendimento tradicionalmente assente de que só ao âmbito das ações inter-humanas pode ser reconhecida uma significação ética ou moral.
    De acordo com essa compreensão, o mundo extra humano, caracterizado como o domínio do fazer e produzir – a techne – seria eticamente neutro. Esse entendimento não se sustenta mais, assim como se revelou irresponsável o delírio infantil de onipotência do homo faber.
    O antropocentrismo próprio das éticas tradicionais não foi sepultado com isso, mas deixou à mostra suas limitações e sua ínsita incapacidade de dar conta dos novos fenômenos.
    Por um lado, temos atualmente a emergência e atuação de novos agentes ou sujeitos éticos. Por outro lado, o poder-fazer, fomentado pelo desenvolvimento tecnológico, colocou o ser humano em condições teóricas e práticas de destruir inteiramente suas próprias condições de existência no planeta Terra, inclusive o próprio astro que habita.
    Nessas coordenadas, um novo conceito de responsabilidade torna-se indispensável, e tentativas nesse sentido são feitas nas diferentes esferas culturais, da religião às ciências, da filosofia às artes e à politica. Responsabilidade é atualmente a tradução da necessidade de amadurecimento e despertamento para uma nova consciência dos impasses e dilemas do habitar humano no mundo.
    Esses “Novos Horizontes da responsabilidade” serão temas dos debates de março e abril do Café Filosófico CPFL, série de encontros promovidos pelo Instituto CPFL com entrada gratuita, em Campinas, e transmissão ao vivo para o público online. Os encontros acontecem às quartas-feiras a partir do dia 22/03, às 19h. 
    O módulo é uma tentativa de oferecer ao público interessado um conjunto de perspectivas que representam vetores de diferentes áreas do conhecimento, como contribuição para o tratamento de uma das questões mais importantes de nosso tempo, que hoje coloca em jogo o presente e o futuro da humanidade em sua destinação na história. 
    *Oswaldo Giacoia Jr. é filósofo e professor da Unicamp
    Por Oawaldo Giacoia Jr/Carta Capital