O
dia 12 de março, no Brasil, é dedicado a homenagear os bibliotecários. A
Fundação Biblioteca Nacional (FBN), instituição vinculada ao Ministério
da Cultura (MinC), tem papel essencial na estruturação da profissão no
País. Foi dela o primeiro curso de Biblioteconomia no Brasil, criado em
10 de abril de 1915 para suprir a necessidade de qualificação dos
servidores que lá trabalhavam. Depois, os cursos foram para as
universidades (o da FBN está atualmente associado à Universidade Federal
do Estado do Rio de Janeiro - Unirio) e possibilitaram melhor formação
dos profissionais da área. Hoje, a internet e novas tecnologias não
apenas modificaram a forma de os cidadãos utilizarem as bibliotecas,
como também transformaram a maneira de atuar do próprio profissional
responsável por elas.
Vanessa Cardoso, 28 anos, é jovem, moderna
e entusiasta da profissão de bibliotecária. Acredita que a biblioteca
pode ser um espaço atraente e de inclusão social (Foto: Arquivo pessoal)
"O campo de conhecimento
e de trabalho da Biblioteconomia é amplo. Estamos habilitados para
atuar na estrutura de ambientes digitais, em repositórios
institucionais, centros de cultura, empreendedorismo, análise de dados
digitais, projetos sociais de disseminação da cultura e informação,
recuperação e disseminação da informação em provedores de buscas e muito
mais", explica a bibliotecária Vanessa Florargen Cardoso, da Biblioteca
do Colégio Divina Providência, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
Longe do estereótipo da bibliotecária como "senhora sisuda que exige
silêncio dos usuários do espaço", Vanessa, 28 anos, é jovem, moderna e
entusiasta da profissão e adora fazer atividades de contação de
histórias com leitores. Acredita que a biblioteca pode ser um espaço
atraente e de inclusão social.
"Apesar de
diversas vezes as pessoas desconhecerem nossa profissão e qualificação
para atuar em diferentes plataformas, seja digital ou impressa, me sinto
atraída pela biblioteconomia e seus diversos desafios e possibilidades
de atuação", conta. "Sou uma apaixonada pela biblioteconomia social e
escolar, são eixos da minha profissão nos quais realmente me realizo
profissionalmente e tenho compromisso, não somente como bibliotecária,
mas com a sociedade civil também", afirma Vanessa.
Assim como para Vanessa, a profissão é promissora para interessados em atuar em meios digitais e em bibliotecas escolares. Por força de lei, até 2020, todos os colégios, privados ou públicos, devem ter um bibliotecário responsável pela biblioteca.
Engajada no papel social que a profissão pode oferecer, Vanessa defende
que os bibliotecários possam e devam promover ações de estímulo à
leitura de diversas formas. "Tudo depende da filosofia da instituição
onde o profissional está atuando e qual suporte terá para executar a sua
ação. Entretanto, algumas metodologias são válidas: contações de
histórias, oficinas de saberes, estudos de usuários – onde conhecemos as
preferências e necessidades de nosso público-alvo e integração das
equipes de trabalho para assim estabelecer um quadro de necessidade,
objetivo e metodologia", exemplifica.
Biblioteca Nacional
A Biblioteca Nacional conta com acervo de cerca de 9 milhões de itens, possui laboratórios de restauração e conservação de papel, oficina de encadernação, centro de microfilmagem, fotografia e digitalização (Foto: FBN) |
A FBN, que completa 208 anos em
2018, iniciou seu acervo com documentos e materiais que vieram da Real
Biblioteca de Portugal junto com a família real portuguesa. Sua
responsabilidade – como uma instituição das mais antigas do Brasil – é
executar a política governamental de captação, guarda, preservação e
difusão da produção intelectual do País.
Atualmente, a FBN possui 109 bibliotecários, sendo 95 mulheres e 14
homens. "Elo entre o passado e o futuro, o bibliotecário, além de tratar
e disponibilizar a informação nas mídias tradicionais, precisa estar
constantemente atento à evolução das novas tecnologias de informação e
comunicação para poder oferecer ao pesquisador dados atualizados",
afirma a presidente da Biblioteca Nacional, Helena Severo.
Considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco) como uma das principais bibliotecas
nacionais do mundo, a FBN conta com acervo de cerca de 9 milhões de
itens, possui laboratórios de restauração e conservação de papel,
oficina de encadernação, centro de microfilmagem, fotografia e
digitalização. Promove exposições, palestras, cursos e oficinas em sua
sede, além de editais de estímulo à produção e à tradução de autores
nacionais por editoras estrangeiras. E, principalmente, assegura o
registro e a guarda da produção intelectual nacional, por meio da Lei do
depósito legal (10.994, de 2004) ao abrigar exemplares de todas as
obras lançadas no Brasil.
Origem da data
Instituído no Brasil em 1980 pelo Decreto nº 84.631, o Dia do
Bibliotecário homenageia o dia de nascimento de Manuel Bastos Tigre,
primeiro bibliotecário concursado no Brasil. Bastos Tigre, que exerceu a
profissão por cerca de 40 anos, militou em defesa dos direitos autorais
e atuou como escritor, poeta, dramaturgo e publicitário. Foi autor do
clássico slogan "Se é Bayer é bom" e também fez parcerias musicais com
Ary Barroso e Orlando Silva.
Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura
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