Você já ouviu falar da intervenção precoce?
Entende-se por intervenção precoce a estimulação terapêutica que ocorre de forma direcionada e é realizada por profissionais especializados, logo que se detectam os sinais do transtorno do espectro do autismo.
Entre eles, destaca-se o Modelo Denver de Intervenção Precoce que utiliza os princípios da Analise do comportamento Aplicada e que contribui para o desenvolvimento de crianças diagnosticadas com TEA. Esse modelo tem o objetivo de desenvolver e aprimorar as habilidades sociais e da linguagem das crianças de forma lúdica. Por isso, o modelo faz com que as crianças encontrem ferramentas para explorar e desfrutar o mundo de forma mais eficiente por meio de brincadeiras. É uma forma de estimular a capacidade de aprendizagem.
O modelo Denver foi comprovadamente eficaz com crianças de até 05 anos de idade e foi desenvolvido após 20 anos de estudo e pesquisa. Por meio desse modelo, a criança desenvolve as habilidades de comunicação, ganha competências sociais, aumenta o desenvolvimento cognitivo, as habilidades motoras e melhora os comportamentos.
Quanto mais cedo ocorrer a intervenção, maiores serão os benefícios para as crianças com autismo.
Quando a intervenção é iniciada logo nos primeiros anos de vida ou pouco tempo após ser feito o diagnóstico, os ganhos ao nível do desenvolvimento são maiores e a probabilidade de manifestarem outros problemas é menor. Isso porque aumenta o potencial de desenvolvimento da criança.
Plasticidade cerebral
Além disso, como o cérebro das crianças ainda está em processo de amadurecimento, há maiores ganhos terapêuticos e ocorre melhora significativa no quadro geral da criança.
Por isso, ao se intervir o mais cedo possível, maiores serão as chances de melhora na linguagem, na adequação dos comportamentos e do desenvolvimento de habilidades sociais.
É necessário que essa estimulação seja feita e acompanhada por especialistas, a fim de detectar e prevenir esses atrasos. A intervenção precoce exige um atendimento multidisciplinar, ou seja, que incluam se profissionais de várias áreas como fisioterapeutas, psicólogos, médicos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros especialistas.
A intervenção precoce é fundamental para o sucesso na comunicação, socialização, coordenação motora e outros aspectos do crescimento das crianças com autismo. Diversas pesquisas demonstraram que a aprendizagem e desenvolvimento da criança ocorrem mais rapidamente na idade pré-escolar.
Por isso, a intervenção precoce ajuda que as crianças com autismo não percam a oportunidade de se desenvolver e de aprender, assim como as demais crianças.
Por exemplo, problemas de comunicação são sintomas comuns que podem causar acessos de raiva e outros comportamentos. Se as crianças não conseguem comunicar as suas necessidades ou entender os outros, elas se expressam ou chamam a atenção com um comportamento inadequado.
Com a intervenção precoce, eles aprendem a se comunicar efetivamente o mais cedo possível, o que melhora alguns comportamentos desde cedo.
Um bom programa de intervenção precoce avalia os aspectos relevantes do ambiente, estimula as interações sociais, incluindo brincadeiras apropriadas para a idade e estimulam as atividades do dia a dia.
Vale lembrar que o envolvimento e participação dos pais são muito importantes porque é no ambiente domiciliar que a criança passa a maior parte do tempo e recebe muitos estímulos.
Para ter sucesso, a intervenção precoce precisa ser individualizada, ou seja, ser elaborada de acordo com a necessidade de cada criança, pois cada um responde de maneira diferente às intervenções, por isso, não há um modelo de programa único que será adequado para todas as crianças.
O plano de intervenção precoce também precisa ter um objetivo específico, identificar os comportamentos que precisam ser melhorados e trabalhados em cada caso. Além de incluir estratégias para ajudar a criança a aprender novas habilidades e a usá-las em diferentes contextos.
Para ter os resultados esperados, os profissionais devem fazer uma avaliação regular sobre o desenvolvimento da criança e avaliar a progressão do desenvolvimento.
Por Dra. Fabiele Russo/NeuroConecta
Nenhum comentário:
Postar um comentário