quarta-feira, 22 de abril de 2015

Conflitos dos jovens com a família associados a dependências online




Um em cada dez jovens apresenta sintomas do uso problemático da Internet. Quatro em cada dez admitem que são dependentes do mundo online. Estas são algumas das conclusões de um estudo que envolveu 645 adolescentes do 3.º ciclo do ensino básico.
O projecto “Uso da internet nos jovens: um projecto de promoção da saúde” tem como objectivo alertar para os riscos da dependência online e, ao mesmo tempo, tirar algumas conclusões acerca do comportamento dos jovens e do ambiente em que se inserem.
Os resultados da linha de investigação vão ser apresentados na íntegra esta quinta-feira no Congresso Internacional de Psicologia da Criança e do Adolescente, em Lisboa.
Ivone Patrão, coordenadora de investigação na área das dependências online no Instituto Superior de Psicologia Aplicada-Instituto Universitário (ISPA – IU), explica ao PÚBLICO que na investigação desenvolvida concluiu que pessoas com grandes dependências online estão mais predispostas ao “isolamento, à depressão e a conflitos com a família”. A investigadora alerta que, para além de não ser um estilo de vida saudável, “há riscos relacionais e sociais associados” às pessoas que “vivem através da Internet”.
Segundo Ivone Patrão, os hábitos relacionados com a Internet são diferentes para os rapazes e para as raparigas. Eles preferem os jogos online enquanto elas passam grande parte do tempo nas redes sociais. No entanto, Ivone Patrão indica que não há informação suficiente que permita concluir que uma dependência tem mais efeitos negativos do que outra.
A investigadora adianta que colaborou também numa intervenção paralela realizada numa escola profissional na área de Lisboa que abrangeu 80 jovens do ensino secundário. Ivone Patrão explicou que promoveu diversas actividades onde se envolvem directamente os jovens, como “teatros, vídeos e palestras”, com o objectivo de alertar toda a comunidade escolar para os riscos do uso excessivo da Internet. A ideia foi que, em vez de uma palestra tradicional, todos pudessem divulgar informação de forma criativa. A temática das dependências online foi dinamizada durante uma semana.
Em Novembro, a mesma investigadora explicou ao PÚBLICO que tinha realizado um outros estudo que concluia que quase três quartos da população dos 14 aos 25 anos apresentava sinais de dependência do mundo digital. Na altura, foram 900 os jovens inquiridos.
Esta quinta-feira, para além deste estudo, vão ser apresentados no mesmo congresso outros trabalhos com "Tecnologia e Criatividade" como tema central. É o caso de uma investigação que, por exemplo, concluiu que os rapazes transgridem mais na condução do que as raparigas ou que há um aumento de comportamentos violentos associados ao uso do computador. 
Depois da apresentação de resultados dos vários trabalhos, pretende-se encontrar resposta para "Crianças e jovens e as novas tecnologias: risco ou oportunidade?".
Fonte: por Andrea Cunha Freitas/público.pt(Adriana Neves)
   

quinta-feira, 16 de abril de 2015

PROEX abre inscrições para seminário sobre memória e sociedade

A Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) está com inscrições abertas, até o dia 24 de abril, para o 2º Seminário Universidade, Memória e Sociedade, que acontece entre os dias 27 e 30 de abril, no Campus Central da UFRN. A programação consta de realização de conferências, mesas-redondas, rodas de conversa, minicursos, atividades culturais e um fórum que integra as atividades previstas.

O evento visa discutir o papel da universidade na preservação, organização e acessibilidade de acervos, na construção de uma memória social e na conscientização dos atores universitários para a importância de valorizar a memória institucional.

“Universidade, Memória e Sociedade: Políticas internacionais” é o tema da palestra de abertura que será proferida, no dia 27, pela professora Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, da Universidade Federal da Paraíba. As “Políticas de Cultura e Memória Universitária” e “Produção e Organização de Acervos: iniciativas na UFRN” são os temas das duas mesas-redondas do seminário, ambas acontecem nos dias 28 e 29 de abril. 

Participam como conferencistas nas mesas-redondas os professores Fernando Cruz e Margarida Dias, dia 28, e Arnon Alberto Mascarenhas de Andrade e Fernando Aquino, dia  29. Após as mesas-redondas, haverá rodas de conversa para debater os temas abordados.
 
Na quinta-feira, 30, pela manhã, ocorrerá a conferência “Sociedade, Ciência e Técnica no Contexto da Museologia Universitária”, com Marcus Granato, professor do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), do Rio de Janeiro.

À tarde será promovido um fórum de debates buscando a síntese das questões discutidas e proposições de ações na área da memória e sua política,  além de três minicursos,  nas áreas de “Museus e Sociedade”, “Arquivos e Documentação” e “Patrimônio Cientifico”.
 
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail: culturaemuseoproex@reitoria.ufrn.br, enviando nome completo, instituição, e  interesse em participar de um dos minicursos. 

A realização do evento é da Pró-Reitoria de Extensão, por meio de sua Coordenadoria de Cultura, Memória, Documentação e Museu (CCDM). Mais informações pelo site do evento: <http://seminariomemoria.wix.com/ufrn>, ou pelo número (84) 3342-2272, ramais 109/110/111.

Por Agência de Comunicação da UFRN - AGECOM

terça-feira, 14 de abril de 2015

Saiba como funciona a escola pública sem provas, turmas e disciplinas

Para conhecer a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Amorim Lima, na zona oeste de São Paulo, é preciso deixar de lado a visão tradicional de escola. Aqui não há provas, os alunos aprendem matemática debaixo de uma árvore e as salas não têm carteiras organizadas em fileiras. Nessa escola, cada um aprende no seu ritmo, compartilha as experiências com o grupo e pede ajuda para o professor-tutor.
E quem explica tudo isso é a Maria Vitória de Oliveira, 8, e a Thabbata Neves, 9, que nos recebem no pátio para apresentar a escola. "Aqui eles fazem um projeto diferente de todas as outras escolas, então eu gosto daqui por isso. Eu aprendo bastante coisa", diz Maria Vitória.
A escola funciona há dez anos como um projeto experimental na rede municipal de São Paulo e foi inspirada na Escola da Ponte, do educador português José Pacheco. Entre os principais objetivos desse modelo pedagógico estão o desenvolvimento da autonomia intelectual dos alunos e a troca de saberes.

De portas abertas

Há um clima de liberdade e informalidade, com uma aparente desordem, em toda a escola. Crianças circulam a todo momento pelo prédio e a sala da direção está sempre aberta para o aluno que precisar pedir qualquer tipo de ajuda (do estojo perdido à cartolina para a atividade em sala).
"A escola que eu estudava antes era outra coisa, lá era todo mundo em fileira, aqui é em grupo, todo mundo pergunta, todo mundo responde", diz Thabbata. "Não tem prova, a única prova é o roteiro, aqui a gente é praticamente livre, não fica muito tempo dentro da sala, só na aula de pesquisa."
A chamada aula de pesquisa é o momento em que os alunos estudam os conteúdos e fazem exercícios. Eles também têm aulas de brincadeira, de capoeira, teatro, dança, grego e latim. Há oficinas de inglês, texto e matemática. Pode até não ter prova, mas os alunos são avaliados nas atividades em grupo, no processo de execução do roteiro e nas atividades finais.

Um roteiro, vários caminhos

No início do ano, cada aluno recebe um kit com os livros didáticos da sua série e os roteiros que precisa seguir. Esses roteiros são preparados e encadernados pela própria escola, são eles que vão direcionar o estudo e a execução de exercícios. Organizados por temas - em vez de disciplinas -- eles são interdisciplinares e costumam exigir que o aluno pesquise em livros de diversas matérias.
Por exemplo, se o tema é Segunda Guerra Mundial, os alunos terão conteúdos não só de história, mas também de geografia, física e matemática.
Todos eles precisam ser cumpridos, mas a velocidade e o caminho que cada aluno fará pelo material estudado pode ser bem diferente. O ritmo e o processo de cada um é respeitado.
Ao final de cada roteiro, os alunos precisam completar um quadro de resumo e fazer exercícios sobre conteúdo estudado, formando um arquivo de trabalhos que é chamado de portfólio. Quem erra ou esquece algo precisa voltar e rever o conteúdo.

Os "salões"

As salas de aula são diferentes dependendo da etapa de ensino. As turmas mais "tradicionais" são o 1º e o 2º ano do ensino fundamental. Nessa fase, os professores apresentam os primeiros roteiros para os alunos. É um período de introdução do modelo pedagógico e de adaptação para as próximas séries.
Quando a criança completa o ciclo de alfabetização, ela entra em uma nova classe, que reúne alunos do 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental. É o "salão" do ciclo 1. Há outra com estudantes do 6º ao 9º, ou ciclo 2 do ensino fundamental.
Cada uma dessas salas é grande e os alunos são dispostos em grupos de até quatro pessoas (muitas vezes de idades e séries diferentes). Cada um tem seu próprio roteiro de estudos, mas o objetivo é que eles consigam se ajudar e resolver problemas e tirar dúvidas entre si. Um professor fica à disposição dos alunos para tirar dúvidas.
Na teoria, parece fácil, mas há quem não se adapte ao projeto. "Tem pais que não querem de jeito nenhum que a criança venha pra cá, porque não gostaram, não compreendem", diz a diretora Ana Elisa Siqueira.

Fonte Marcelle Souza
Do UOL, em São Paulo

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Psicologia Positiva: Um olhar para o que já existe de bom "Quando o bem-estar é gerado porque mobilizamos nossas forças e virtudes, nossas vidas ficam impregnadas de autenticidade." - Martin Seligman

A Psicologia tradicional trouxe explicações para diversos distúrbios e graças aos estudos consistentes que foram realizados, tratamentos e até curas para inúmeros desses problemas foram conquistados, possibilitando que pessoas extremamente infelizes ficassem menos infelizes. E o foco maior era nos problemas, nas doenças. Alguns estudiosos como Martin Seligman, Nancy Etcoff, Dan Gilbert e Mihaly Csikszentmihalyi observaram que não havia estudos sobre o que poderia ser feito para apoiar pessoas funcionais a se sentirem mais realizadas, mais produtivas e mais felizes. E foi isso que levou esses profissionais a trabalharem com que se conhece hoje como Psicologia Positiva. Esta vertente tem 3 objetivos principais:
1) Trabalhar tanto com os pontos fortes do ser humano quanto com suas fraquezas
2) Cuidar de desenvolver os pontos fortes além de consertar os danos
3) Fazer a vida de pessoas comuns mais gratificante e promover talentos
A Psicologia Positiva, ao contrário da Psicologia Tradicional (cujo foco são distúrbios e patologias), tem como foco tudo aquilo que torna o ser humano saudável, feliz e produtivo. – Martin Seligman
Foi criado assim um manual com a classificação dos pontos fortes e virtudes. Existem diversos assessments (testes) que permitem a medição do nível de felicidade, emoções positivas e flow, como os disponíveis gratuitamente no site Authentic Happiness. Ao longo das pesquisas efetuadas, descobriu-se que as pessoas extremamente felizes não são as que tem mais dinheiro, ou as mais bonitas, ou as mais religiosas. E sim as pessoas consideradas mais sociais – que tem mais amigos, tem um bom relacionamento amoroso etc. E aqui cabe relembrar a fórmula da felicidade: ainda que nossa genética não contribua para sermos felizes (50%) nem as circunstâncias em que vivemos (10%) temos condições de escolhermos ser felizes (40%).
O pensamento positivo pode vir naturalmente para alguns, mas também pode ser aprendido e cultivado. Mude seus pensamentos e você mudará seu mundo. – Norman Vincent Peale
Uma vida feliz e mais plena não consiste somente de um maior número de emoções positivas, mas também com mais engajamento (flow), relacionamentos mais positivos, significado (propósito) e realização – PERMA. Existem muitos exercícios, estudados e com sua eficácia validada cientificamente, que facilitam o aumento da nossa felicidade. Um deles refere-se a escrever uma carta de gratidão para uma pessoa que é importante para nós e ler esta carta pessoalmente para esta pessoa (veja o vídeo A Ciência da Felicidade).
Quando o bem-estar é gerado porque mobilizamos nossas forças e virtudes, nossas vidas ficam impregnadas de autenticidade.- Martin Seligman
Cada um de nós tem um caráter único, e podemos ter uma vida mais significativa, bem sucedida e feliz quando focamos no desenvolvimento de nosso caráter. Essa informação é reforçada pelos estudos realizados por Christopher Peterson e Martin Seligman que deram origem ao livro “Forças de Caráter e Virtudes”. Foram identificadas assim as 6 virtudes universais e as 24 forças de caráter que as compõe. Cada um de nós tem uma combinação única dessas qualidades que nos definem de certa forma. E quanto mais compreendemos e desenvolvemos essas forças, mais chances de sermos mais felizes criamos. No site do VIA Institute é possível fazer o teste que apresenta nossas forças de assinatura, aquelas forças que utilizamos com mais naturalidade e que podem alavancar nossa felicidade se as utilizarmos de modo mais consciente. Aqui você pode avaliar gratuitamente as suas forças.
A ação nem sempre traz felicidade, mas não existe felicidade sem ação. – Willian James
Com essas informações disponíveis, fica o convite, ou melhor, o desafio: o que você pode fazer hoje para garantir a sua felicidade? Quais são as suas forças e como você pode desenvolvê-las?
Ser feliz pode ser uma escolha e a responsabilidade é de cada um!
Por Camila Thomazelli/administradores.com.br