segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Autismo em meninas

 



Diversos estudos apontam que há uma maior prevalência de casos de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em pessoas do sexo masculino do que no feminino. Estima-se que a proporção de autismo seja de uma menina para cada 3-4 meninos.

Até por conta disso, surgiu o movimento Abril Azul, pois o Transtorno é mais comum em meninos.

Mas isso não quer dizer que não existe meninas com autismo. É bastante comum que as meninas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) sejam subdiagnosticadas, ou seja, elas não recebem o diagnóstico correto. Por isso, acreditamos que tem mais mulheres autistas no mundo do que os números mostram.
Geralmente, o autismo das meninas é mais leve, o que faz com que elas passem anos e anos sem saber que são autistas. Também é comum que essas meninas recebam um diagnóstico equivocado como Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
Apesar de não haver uma razão clara para que as mulheres sejam menos propensas a serem afetadas pelo autismo do que os homens,  existem algumas teorias.
Além disso, geralmente, meninas não se encaixam em grande parte dos estereótipos do espectro. Normalmente quando as pessoas pensam em autismo elas pensam naquela criança isolada no canto fazendo movimentos repetitivos e estranhos… Mas, o espectro é muito mais amplo.
Prevalência do TEA
Hoje a prevalência do TEA de acordo com o CDC dos EUA é de 1:36. Então muito provavelmente nós conhecemos muito mais pessoas dentro do espectro do que imaginamos.
Sinais do TEA em meninas
As meninas com TEA tendem a mascarar mais os sintomas do que os meninos. Elas também podem ter sintomas leves e não apresentar atrasos de linguagem e isso pode dificultar o diagnóstico na infância.
Em geral, espera-se que as meninas sejam mais caladas ou tímidas que os meninos. Por isso, o autismo pode ficar mais evidente na adolescência, quando elas precisam se relacionar socialmente nas escolas ou grupos sociais. Ou seja, quando as demandas sociais aumentam.
Nessa fase, elas podem parecer mais inocentes do que as outras meninas, não entendem duplo sentidos, piadas e evitam se expor.
Além disso, podem gostar mais de rotina do que as outras garotas e sentem dificuldades de aceitar mudanças. 
Outro fato interessante é que as meninas tendem a disfarçar mais suas limitações sociais, pois conseguem imitar comportamentos de outras meninas da mesma idade. Além disso, apresentam menos atitudes repetitivas e restritas. Isso ocorre devido à estrutura cerebral, que é diferente entre meninos e meninas e por causa dos aspectos hormonais. 
O cérebro feminino tem uma inteligência social maior do que a dos meninos, por isso, o TEA pode ser mais facilmente camuflado. Descobertas preliminares em algumas pesquisas mostram que existem diferenças nos cérebros de meninas e meninos com o transtorno.
Outro fator importante é que as pesquisas que envolvem o autismo geralmente focam somente nos meninos. Por isso, há pouco estudo que fale especificamente das meninas com autismo.
Além disso, as meninas com autismo são mais propensas a ter altas taxas de depressão e ansiedade e até mesmo distúrbios alimentares.
Na adolescência, principalmente, as meninas autistas são frequentemente isoladas ou têm menos amigos do que outras colegas e sentem dificuldade de interagir.
Diagnóstico do TEA em meninas
É comum que as meninas busquem ajuda profissional na adolescência por estarem deprimidas e descubram que têm autismo. E na verdade, em vez de ser depressão, elas possuem um quadro de autismo leve que ainda não tinha sido diagnosticado.  
Como o TEA é mais difícil de ser identificado nas meninas, as avaliações clínicas devem ser mais rigorosas para as meninas, e os pais devem prestar muita atenção aos possíveis indicadores de TEA.
Quando o TEA demora a ser identificado, as meninas podem perder a chance de desenvolver suas habilidades mais rapidamente, o que prejudica a sua qualidade de vida.
Mas, a cada dia, aumentam os estudos e interessados em analisar a questão de gênero e quais fatores influenciam no surgimento do TEA em meninas.
Atualmente, alguns pesquisadores buscam acompanhar as meninas autistas desde a infância para traçar em breve novos modelos de diagnóstico para que elas possam ter uma intervenção precoce e ganhe qualidade de vida.
Saiba mais sobre Diagnóstico do TEA
Referências
Why Many Autistic Girls Are Overlooked. Child Mind Institute. Disponível em https://childmind.org/article/autistic-girls-overlooked-undiagnosed-autism/ 
Por Dra. Fabiele Russo/NeuroConecta

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Planos, sonhos e possibilidades...

 




Olá, depois de sumir por um tempo, aqui estou novamente. Pois é... não é nada fácil conciliar tantas atribuições e ainda vir aqui, dividir com vocês as minhas divagações. Porém, estamos em um ano novinho em folha e vem a vontade de escrever as primeiras páginas, cheia de expectativas e vontade de pensar, produzir e inovar. Afinal, nada como extrapolar o normal e pensar e novas possibilidades, para além do tempo disponível, para além das dificuldades, para além dos medos...porque somos maiores que as nossas limitações e podemos ir além.  

Assim sendo, estou planejando organizar alguns cursos online para que possamos nos aproximar e permitir que cresçam em nós todas as possibilidades que julgamos distantes. Como farei isso é que é a pergunta de milhões. Afinal, trabalhando 12 horas por dia, sobra pouco para essas aventuras filosóficas.  Além disso, mantenho a rotina de estudos sempre vívida, porque sei que quanto mais aprendemos, mais percebemos o quanto ainda nos falta conhecer. Nesse sentido, estou em fase de conclusão da graduação em jornalismo, o que deverá acontecer em outubro. Porém, o desafio está posto e vamos ver até onde conseguirei ir.

O fato é que não importa o que irei alcançar, o ponto alto é o percurso, é o desejo, o empenho. Enfim, ser feliz na expectativa, no esforço, na reformulação dos planos. Não importa, ter a mente cheia de planos e possibilidades é o que nos afasta dos pensamentos negativos e permite plenitude. Então vamos lá, 2024 nos aguarda! 

Aparecida Cunha  


sábado, 28 de janeiro de 2023

Para além das telinhas

 


    Vivemos tempos estranhos…já não olhamos nos olhos das pessoas, porque para vê-las, usamos a tela do celular. Sentamos ao lado do outro apenas para teclarmos juntos. Cada um, envolvido em seu próprio espaço, onde um mundo de possibilidades desfila alegremente na palma da mão, em uma realidade paralela, viciante e fugaz.  

    Estamos sós, mas estamos envoltos em uma multidão de pessoas, com as quais temos algum tipo de afinidade. Porém, não podemos alcançá-las. As relações interpessoais são divertidas e líquidas. O que me reporta a Bauman, quando trata da volatilidade do pensamento na modernidade. Não há solidez, densidade ou segurança. Contudo, escorrem por entre as lacunas das nossas vidas e ocupam brevemente espaços que demandam sentimentos e respostas que se perderam nessa confusa dinâmica. 

Que mal há nisso? 

    Certamente, a questão que se impõe diz respeito ao equilíbrio. A diferença entre o remédio e o veneno, é a dose. É fato que a internet nos presenteia continuamente com uma incrível aventura que torna o mundo uma aldeia. Com as escolhas certas, podemos realizar conquistas inimagináveis. Portanto, focar e mergulhar pode ser uma boa escolha, nos mais diversos âmbitos das nossas vidas. 

    Porém, o segredo para tudo funcionar bem, está no ponto de equilíbrio. A tela não pode assumir o protagonismo no nosso cotidiano. A vida real exige presença, ação, experiência, envolvimento…olho no olho, mão na mão, abraços, sorrisos reais, sem filtros, sem produção…apenas a verdade. Precisamos viver as nossas experiências, de verdade. Divertir-se com as fantasias da internet, fazer negócios, aprender, crescer…tudo isso é bacana e deve ser devidamente aproveitado. Mas nada, absolutamente nada, pode substituir a nossa humanidade. Portanto, use sua telinha com discernimento, ela é sua, não o contrário. Você tem o controle. Então, respire fundo, baixe a telinha, levante os olhos e conviva com as pessoas ao seu redor. Desfrute da companhia delas, converse, sorria, receba e expanda energia. A vida real pode ser incrível, se você deixar. As sensações despertadas nas relações verdadeiras são incomparáveis com as virtuais. Assuma o comando e viva de verdade, seja exemplo e desperte nas pessoas o desejo de voltar a conviver. O momento é hoje, o tempo urge, a vida chama…corra e vá ser feliz!  

Aparecida Cunha 


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023