Conheça as novas respostas da ciência para as perguntas mais difíceis do mundo
Questão 5 – Alma existe?
Em 1901, o médico americano Duncan Macdougall fez uma experiência com doentes terminais. Colocou cada paciente, com cama e tudo, sobre uma balança gigante. “Quando a vida cessou, a balança mexeu de forma repentina – como se algo tivesse deixado o corpo”, escreveu Macdougall na época. A balança mexeu 21 gramas, e o doutor concluiu que esse era o peso da alma. A descoberta caiu na cultura popular e até inspirou um filme (21 Gramas, de 2003). Ela não tem valor científico, pois a balança era muito imprecisa – e cada paciente gerou um valor diferente. Mas será que não dá para refazer a experiência com a tecnologia atual? Se alma existir mesmo, dá para medir? Em tese, sim. Tudo graças a Einstein e sua equação E=mc2 (E é energia, m é massa e c é velocidade da luz). Se consideramos que a alma existe, e é uma forma de energia, então deve haver massa relacionada a ela. Se a energia muda, a massa também muda. Se alma existe, e sai do corpo quando a pessoa morre, o corpo sofrerá perda de massa – que pode ser medida. O médico Gerry Nahum, da Universidade Duke, propôs uma experiência para testar a hipótese: construir uma caixa perfeitamente selada, que ficaria sobre uma balança hipersensível, capaz de medir 1 trilhonésimo de grama. O problema é que, por razões éticas, não dá para colocar uma pessoa moribunda dentro de uma caixa hermeticamente fechada, pois isso a faria morrer. E o teste nunca foi feito.
Em 1901, o médico americano Duncan Macdougall fez uma experiência com doentes terminais. Colocou cada paciente, com cama e tudo, sobre uma balança gigante. “Quando a vida cessou, a balança mexeu de forma repentina – como se algo tivesse deixado o corpo”, escreveu Macdougall na época. A balança mexeu 21 gramas, e o doutor concluiu que esse era o peso da alma. A descoberta caiu na cultura popular e até inspirou um filme (21 Gramas, de 2003). Ela não tem valor científico, pois a balança era muito imprecisa – e cada paciente gerou um valor diferente. Mas será que não dá para refazer a experiência com a tecnologia atual? Se alma existir mesmo, dá para medir? Em tese, sim. Tudo graças a Einstein e sua equação E=mc2 (E é energia, m é massa e c é velocidade da luz). Se consideramos que a alma existe, e é uma forma de energia, então deve haver massa relacionada a ela. Se a energia muda, a massa também muda. Se alma existe, e sai do corpo quando a pessoa morre, o corpo sofrerá perda de massa – que pode ser medida. O médico Gerry Nahum, da Universidade Duke, propôs uma experiência para testar a hipótese: construir uma caixa perfeitamente selada, que ficaria sobre uma balança hipersensível, capaz de medir 1 trilhonésimo de grama. O problema é que, por razões éticas, não dá para colocar uma pessoa moribunda dentro de uma caixa hermeticamente fechada, pois isso a faria morrer. E o teste nunca foi feito.
Mas os cientistas continuam em busca de evidências para a alma. E os
estudos mais surpreendentes vêm de uma dupla que está na vanguarda da
ciência: o anestesista americano Stuart Hameroff, do Centro de Estudos
da Consciência do Arizona, e Roger Penrose – sim, o mesmo físico de
Oxford autor da teoria sobre o que veio antes do Big Bang. Mas, desta
vez, a tese é ainda mais inacreditável. Dentro de cada neurônio
existiriam 100 milhões de microtúbulos: tubinhos feitos de uma proteína
chamada tubulina. A tubulina atuaria como bit, ou seja, como menor
unidade de informação que pode ser criada, armazenada ou transmitida. Os
tubinhos vibram, interferem com a tubulina e geram ou processam
informação – que é passada de um neurônio a outro.
Mas os microtúbulos são tão pequenos que as leis da física quântica
se aplicam a eles. E essas leis preveem algumas possibilidades bizarras,
como a superposição (uma partícula pode existir em dois lugares ao
mesmo tempo). Para os pesquisadores, haveria uma relação quântica entre
os tubinhos do cérebro e partículas fora dele, espalhadas pelo Universo.
“Quando o cérebro morre, a informação quântica [gerada nos
microtúbulos] não fica presa. Ela se dissipa no espaço-tempo”, diz
Hameroff. Pela mesma lógica, quando alguém nasce, essa informação
espalhada no Universo entraria nos microtúbulos. Ou seja: a alma
existiria, sim, como um conjunto de relações quânticas entre partículas
dispersas no Universo. Embora Hameroff tenha escrito centenas de páginas
a respeito, nada disso tem comprovação. “Não reivindico nenhuma prova.
Só ofereço um mecanismo cientificamente plausível”, diz.
Por
Eduardo Szklarz/Superinteressante
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