Entramos o ano de 2019 surpreendidos,
dia após dia com inúmeras notícias dramáticas que vão minando aos poucos a
nossa expectativa de um feliz ano novo. O mais inquietante é observar que a
razão da maioria das tragédias, parte da insensatez humana, e, justamente por
isso, começou a temporada de caça aos culpados. Todos com os teclados ativados
teorizando acerca de quem errou, quem incitou, quem se omitiu, quem influenciou...alguém
precisa ser responsabilizado, porque talvez, desse modo possamos encontrar
algum alento ou uma possível solução que viria certamente da correção do outro.
Não nossa. Nunca nossa.
Queremos um país melhor, mas nada pode
tocar nossos direitos, queremos criticar o vizinho, mas odiamos críticas. Nesse
ritmo seguimos histéricos gritando ao vento que o mundo enlouqueceu e parece
que esquecemos que nós compomos o mundo. Somos parte dele e se ele está louco, nós
também estamos.
Penso que passou da hora de sairmos das
teorias e das problematizações para assumirmos a responsabilidade dentro dos nossos
espaços de convivência. Será que a minha conduta também favorece a loucura do
outro? Será que minhas atitudes são de alguém que tem de fato sanidade? O que
estou fazendo, além de criticar, para facilitar a vida das pessoas com as quais
convivo? É forçoso repensar honestamente as nossas relações e avaliar o nosso
papel, o nosso lugar, a nossa contribuição para o bem ou para o mal nesse
enorme circo de horrores em somos platéia mas também sujeitos.
Não pretendo com isso dizer que somos
todos culpados, ou julgar esse ou aquele comportamento, mas, fazer um convite
para que possamos desvendar o nosso próprio eu e reconhecer que somos parte do
todo. Que nossas atitudes, ideias e opiniões contribuem para os processos de
mudança tão necessários e urgentes, para que possamos perceber que existe luz
para além das dores e podemos focar nela, iluminar e transcender. O mundo não
está louco, tampouco nós estamos loucos, mas a sanidade pretendida só virá, se
assumirmos o comando das nossas ações e reações. O mundo tem jeito e nós somos
o instrumento da solução. Atreva-se, reflita e decida ser luz.
Por
Aparecida Cunha
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