Em 1991, minha mãe perdeu uma filha em 26 de abril. Foi um tormento. Encontrar palavras para parabenizar pelo seu dia, quando uma parte dela tinha ido embora, foi um desafio doloroso e fadado ao insucesso. Seguimos então, fortes e unidos até chegar seu dia de partir. Depois disso o Dia das Mães se tornou uma imensa saudade...
Com o tempo, assumimos novos papéis e os filhos ganham o protagonismo da história e agora são eles que fazem lembrancinhas e surpresas maravilhosas. Mudamos de lugar e revivemos tudo de um outro referencial.
Hoje meus filhos estão adultos e tive um dia absolutamente marcante, tantas demonstrações de amor que inundaram completamente o meu ser, com imensa gratidão a Deus. Porém foi um dia de profunda dor. Minha amada irmã passou seu primeiro Dia das Mães sem receber uma ligação, uma mensagem, um sorriso do seu filho. Essa dor cruzou com profundidade as barreiras cuidadosamente levantadas para suportar a saudade e escancarou a dor de modo surreal, trazendo muitas indagações e provocando reflexões importantes.
Portanto, filhos e mães, vivam esse dia com intensidade, amem e extrapolem os limites do convencional. Perdoem, agradeçam, recordem, sorriam e chorem...mas aproveitem cada instante juntos. Aos que já não podem se abraçar porque partiram, alcancem o universo com o mais profundo amor e provem que não existe morte, não existe distância, não existe absolutamente nada que possa afastar seres que se amam nesse dia divino e especial. Feliz Dia das Mães para todas as mães e filhos, encarnados e desencarnados, que o amor vibre profundamente em cada coração e ultrapasse as barreiras invisíveis que nos separam.
Aparecida Cunha
Lindo minha amiga, profundamente lindo seu texto. Cheio de significados, de afeto. Retrato de sua vida que embora seja cheio de singularidade, consegue nos tocar e nos fazer refletir.
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