segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Diferenças entre Birras e Crises

 Diferenças entre Birras e Crises

Hoje vamos falar sobre a diferença entre as birras infantis e as crises que acontecem com as pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo.

Inicialmente, esses dois comportamentos, as birras e as crises, parecem ser iguais, mas existem algumas diferenças pontuais.

Quem nunca presenciou uma criança fazendo birra em um local público como shoppings e restaurantes? Esse comportamento é bastante comum e costuma acontecer quando a criança está descontente ou frustrada com alguma situação.

Vou citar aqui algumas características da birra:

  • É uma atitude é intencional
  • É usada como estratégia, já que a criança está querendo algo que lhe foi negado e se sente frustrada.
  • Outra característica da birra é que se a criança ganhar atenção, ela continua com o comportamento. Ela entende que está recebendo atenção por isso. É bem provável que ela irá repetir o comportamento depois em outro momento para conseguir atingir o mesmo objetivo.
  • Se ignorada normalmente a birra  diminui. Mas isso não significa que temos que ignorar o comportamento, pois precisamos tomar cuidado para uma birra não virar uma crise. Isso pode acontecer. O ideal é conversar com a criança, mostrar pra ela que ela apresentando aquele comportamento não vai funcionar, mas não é ideal ignorar, abandonar a criança sozinha por exemplo.

Esse comportamento de Birra é mais frequente em crianças pequenas com idade entre 2 e 5 anos.

O ataque de birra começa muito antes dos berros e do choro. Geralmente começa com uma manha, um pedido que não pode ser realizado, ou por conta do sono e cansaço.

É preciso ter em mente que o cérebro de uma criança na primeira infância ainda não se desenvolveu por inteiro, além dela não dominar completamente a linguagem verbal. Por isso, elas não conseguem ainda lidar com as frustrações surgidas em sua vida. E o papel dos pais é ensinar e mostrar que as frustrações acontecerão sim e a criança precisa aprender a lidar com isso.

Se você já se perguntou por que seu filho faz birra, saiba que não está sozinha. As pesquisas revelam que cerca de 20% das crianças apresentam algum tipo de birra pelo menos uma vez por dia. E de 50 a 80% têm birras pelo menos uma vez por semana. Mas, os pais devem ficar atentos se essas birras não indicam algum transtorno de neurodesenvolvimento, assim como ocorre com quem tem o Transtorno do Espectro do Autismo. Muitas vezes o que a criança está apresentando é uma crise e não birra. Então é importante sabermos diferenciar birras de crises.

Muitas crianças, jovens e adultos também, com o Transtorno do Espectro do Autismo podem apresentar crises devidos a questões sensoriais, já que muitos autistas apresentam também o Transtorno de Processamento sensorial (TPS).

As habilidades sensoriais dos autistas podem ser ineficientes. Sabe-se que os estímulos sensoriais não são registrados adequadamente e também não são modulados de forma correta pelo cérebro da pessoa. A pessoa pode apresentar uma hipossensibilidade ou hipersensibilidade.

Essas alterações sensoriais podem ser visuais, podem ser auditivas (por exemplo a criança não suporte ambientes com muito barulho e fica tapando os ouvidos), olfativas, vestibular (que está relacionado com a sensação de movimento principalmente da cabeça por exemplo se a criança é hipossensivel na questão vestibular ela normalmente vai pular, ficar rodando, girar ao redor do corpo), pode ser gustativas, tátil, em relação ao toque, temperatura. Então todas essas questões sensoriais podem se apresentar de diferentes formas e intensidades.

A crise do autista é conhecida também como colapso. Algumas características das crises:

  • Não é intencional ou realizada como uma estratégia para chamar a atenção.
  • Ela é uma resposta de um limite que o autista chegou. Ou seja, o autista esta se expressando, mostrando que algo não está agradando, não quer dizer que ele quer aparecer ou chamar a atenção, diferente das birras.
  • Pode acontecerdevido a um estímulo sensorial
  • A crise passa depois de um desgaste emocional.
  • Pode apresentar sintomas antes das crises, como balançar o corpo por exemplo.

Crianças com autismo podem ser sensíveis à estimulação sensorial. Conviver em um ambiente ou situação com muito ruídos, cores, luzes e atividades ao seu redor pode ser muito estressante. Eles podem se sentir sobrecarregados e em pânico. E atualmente há muita sobrecarga de informação, o que também pode causar essas crises nos autistas. Isso porque muitas informações chegam muito rapidamente e os autistas precisam de mais tempo para processá-las.

Além disso, para uma criança não-verbal ou com habilidades verbais limitadas, a frustração de não conseguir se comunicar pode provocar raiva ou um colapso. As mudanças na rotina também são um dos fatores dessas crises, uma vez que a necessidade de previsibilidade é alta para crianças e adultos com autismo. As mudanças repentinas podem criar pânico, estresse e colapsos.

Por isso, quando um autista está em uma crise é porque ele está tentando reestabelecer o equilíbrio, estabilizando as suas emoções. E nem todos os colapsos são parecidos. Há uma variedade de comportamentos que pode ocorrer. Alguns podem chorar, xingar, gritar, jogar coisas, bater em si mesmos ou nos outros, fugir das pessoas ou morder. As crises podem durar de minutos a horas.

As birras desaparecem lentamente quando a criança cresce, mas as crises podem nunca desaparecer. 

O que pode ser feito para ajudar um autista que está passando por uma crise ou então para evitar que elas aconteçam?

É importante destacar que a crise costuma passar depois de um desgaste emocional. Mas, os pais podem tentar acalmar a criança ou adulto e afastá-las daquilo que gerou a crise. Tentar também propor atividades que ela goste de fazer.

É preciso também dar um tempo para que o autista se recupere daquela informação ou sobrecarga sensorial. Também é importante que os pais reconheçam os gatilhos das crises, para evitar um novo episódio. Se for possível é interessante conversar com a criança, compreender o que ela sente para encontrar uma solução junto com uma equipe de profissionais. O autista precisa se sentir acolhido, reconfortado e estar em um ambiente tranquilo. 

Vale também anotar cada vez que a criança tem uma crise para ajudar a entender as razões daquele comportamento. É importante perceber o que a chateou e quais são os sinais de estresse que ela deu. Depois fica mais fácil para compartilhar as suas percepções com a Terapeuta Ocupacional e a equipe multiprofissional que acompanha a criança. Essa é a melhor forma de encontrar os recursos para administrar um colapso.

Então você pode fazer uma tabela de comportamento, e anotar o antecedente, que é o que aconteceu antes da crise, o que ela estava fazendo, o que desencadeou a crise? Dessa forma você conseguirá muitas vezes prever crises e evita-las.

Os sintomas antes da crise podem incluir balançar o corpo, ansiedade, pedir para sair daquele local, querer sair correndo do lugar, falta de ar, insegurança, sudorese, entre outros.

Lembrando que uma pequena mudança na rotina pode desencadear crises em pessoas autistas. Por isso, é importante ter uma rotina e horários definidos para que o autista se sinta seguro e no controle de seu ambiente. 

Outra questão importante é garantir a segurança do autista durante a crise. É comum que ele se machuque ou machuque as pessoas que estão próximas de forma involuntária. Por isso, é necessário ter uma estratégia para esses momentos e não entrar em desespero, perder a calma ou gritar, pois isso pode piorar a situação.

Podem se necessárias algumas mudanças no ambiente em que o autista passa a maior parte do tempo para evitar os gatilhos. Por isso, é melhor evitar os ruídos altos, luzes, temperaturas elevadas e fazer o que for possível para deixar o local calmo e agradável.

É importante também que durante uma crise, a criança ou adolescente possa ter privacidade e não ser exposta. Os pais devem conversar com os professores e diretores da escola para comunicar a possibilidade de crises durante as aulas e instruir o que deve ser feito.

Agora, se você está presenciando uma birra ou uma crise, tenha empatia por aquela pessoa. Ou seja, se coloque no lugar do outro e veja a situação sem julgamentos. Tanto para os pais quanto para os autistas, aquela situação é bastante difícil e eles merecem ser respeitados e se sentirem acolhidos pela sociedade.

Para os pais de autistas, vale destacar que uma criança ou jovem com autismo não pode controlar seus colapsos, por isso não deve ser punida por esse comportamento. A punição ou castigo pode fazer com que isso piore a situação e eles sintam vergonha, ansiedade, medo e ressentimento. Então não deve ter punição.

Compreender todo esse processo é essencial para que diminuam os episódios e a intensidade das crises e, mais uma vez, contribuir para uma melhor qualidade de vida. Pode levar algum tempo para identificar o que funciona melhor para cada pessoa, não há uma fórmula para todos, mas é importante não desanimar e buscar ajuda profissional para garantir o bem-estar da pessoa com o TEA.

Por Dra. Fabiele Russo/NeuroConecta

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Saúde mental do professor na quarentena

 

Saúde mental do professor na quarentena é um tema que merece atenção. A pressão e a grande quantidade de trabalho podem ser responsáveis por problemas psicológicos.

saúde mental do professor na quarentena é um assunto extremamente importante, uma vez que muitos têm relatado uma sobrecarga de trabalhoaltos níveis de estresse situação de impotência diante do cenário atual da educação.

Com o distanciamento social, as aulas foram suspensas em todo o país, e, com isso, a educação não presencial tornou-se uma alternativa. Fato é que muitos estabelecimentos de ensino não estavam preparados para as aulas nessa modalidade, e o professor foi obrigado a reinventar-se em um momento em que toda a população está envolvida em um turbilhão de sentimentos.

Para conseguir desempenhar suas atividades com qualidade e ainda enfrentar toda a problemática envolvida com o distanciamento, é fundamental que o professor cuide bem da sua saúde mental. A seguir, separamos algumas dicas importantes para que esse profissional possa conseguir enfrentar essa situação da melhor forma possível.

Mudanças na rotina de trabalho e aumento da pressão sobre os professores podem desencadear problemas psicológicos.
Mudanças na rotina de trabalho e aumento da pressão sobre os professores podem desencadear problemas psicológicos.
  • Dica 1 - Mantenha uma rotina

Trabalhar em casa não é uma tarefa fácil, pois muitas distrações podem ocorrer durante o dia. Atividades domésticas, filhos ou mesmo o momento da refeição podem ser motivos para desviar-se do foco do trabalho. Além disso, muitas vezes, para tentar compensar os momentos de distração, o trabalhador acaba excedendo seus horários de trabalho.

Diante disso, é fundamental que o professor, bem como outros profissionais que estão em home office, adote uma rotina diária, mantendo definidos os momentos voltados para o lazer, as obrigações do dia a dia e o trabalho. Isso é essencial para que o profissional não trabalhe excessivamente e sinta-se sobrecarregado.

  • Dica 2 - Compartilhe suas dificuldades e aprendizados com os colegas de trabalho

Na nova realidade educacional estabelecida pela quarentena, muitos professores sentem-se perdidos e com dificuldades, por exemplo, para gravar videoaulas ou ministrar aulas on-line. É importante dividir as experiências com os colegas de trabalho para que você possa ser ajudado e também possa ajudar os outros. É um momento de aprendermos juntos e dividirmos nosso conhecimento.

  • Dica 3 - Estabeleça um tempo de descanso

Muitos professores reclamam que, após o início das aulas não presenciais, sentem que não possuem mais o tempo de descanso. Muitas escolas, por exemplo, estabeleceram o contato direto entre aluno/pais e professores, fazendo com que essa comunicação extrapolasse o momento que deveria ser dedicado ao trabalho.

É fundamental que os professores cumpram com seus compromissos, mas é importante também se desconectar no momento certo. A pressão e a sobrecarga de trabalho podem ser responsáveis por crises de ansiedade, estresse e até mesmo depressão. Sendo assim, obedeça sua rotina e separe um momento para você.

  • Dica 4 - Mantenha-se conectado com as pessoas que ama

No momento de distanciamento social, é importante manter o contato com quem a gente ama. Hoje a tecnologia permite que continuemos próximos de nossos amigos e familiares mesmo à distância. Redes sociais e ligações por vídeo, por exemplo, são capazes de reduzir a distância e fazer com que não nos sintamos tão sozinhos nesse momento. Desabafar, compartilhar as angústias e as alegrias, rir e divertir-se são atitudes fundamentais para manter-se bem nesse momento caótico.

  • Dica 5 - Pratique atividades físicas na sua casa

Estabelecer horários e realizar atividades prazerosas podem ajudar a enfrentar esse momento de distanciamento social.
Estabelecer horários e realizar atividades prazerosas podem ajudar a enfrentar esse momento de distanciamento social.

As atividades físicas estão relacionadas com uma melhora do bem-estar emocional, sendo responsáveis por reduzir o estresse bem como os níveis de ansiedade e quadros leves de depressão. Mesmo estando em casa, é possível exercitar-se. Para ajudar, muitos canais nas redes sociais estão disponibilizando aulas simples para manter-se ativo nesse período de distanciamento.

  • Dica 6 - Pratique técnicas de relaxamento

Para minimizar as crises de ansiedade e o estresse, uma dica é apostar em técnicas de relaxamento. Sem dúvidas, uma das técnicas mais conhecidas é a do controle da respiração. Um exercício que você pode tentar é: respirar profundamente e expirar demorando o dobro do tempo gasto para inspirar. Repita esse ciclo respiratório até sentir-se mais relaxado.

  • Dica 7 - Procure ajuda especializada

Nesse momento de distanciamento, muitos psicólogos estão realizando as sessões on-line, garantindo, dessa forma, a ajuda que precisamos para permanecer em nossas casas. Caso sinta que o peso das atividades do dia a dia e dos acontecimentos atuais está tornando-se muito difícil de ser carregado, não hesite em procurar ajuda.

 

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia


Fonte: Brasil Escola - https://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/saude-mental-do-professor-na-quarentena.htm

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Solidão e Solitude – Entenda a diferença entre ficar sozinho e ser solitário!

ser sozinho e estar sozinho

Há quem goste de passar um tempo sozinho. Outros, sentem um enorme peso com a solidão. Saiba que solidão e solitude são bem diferentes!

“Que minha solidão me sirva de companhia

Que eu tenha a coragem de me enfrentar

Que eu saiba ficar com o nada

E mesmo assim me sentir

Como se estivesse plena de tudo”.

As obras da escritora ucraniana naturalizada brasileira, Clarice Lispector, são marcadas por uma profunda introspecção e compreensão de si. O autoconhecimento provocado pela quietude provam que ficar sozinho pode, muitas vezes, proporcionar alguns benefícios.  Um estudo realizado pela Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, analisou 295 voluntários e classificou como “unsociable” (insociabilidade) aqueles que procuram estar sós voluntariamente de tempos em tempos. Eles relacionaram o quesito criatividade com esses indivíduos e que, em tempos curtos, optar pela reclusão é benéfico nesse sentido.

Para algumas pessoas, ficar só ajuda na criatividade, na organização das ideias, na conexão com a própria essência e na recarga de energia. Essas pessoas, que assim como Clarice Lispector, não se sentem mal ao ficarem sozinhas, conseguem ser feliz na própria companhia. A esse momento damos o nome de “solitude”, que, diferentemente da ‘solidão”, não caracteriza algo ruim, e sim um período necessário para que o indivíduo se comunique consigo mesmo.

Solitude: significado

A Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional explica que “é nesse momento que podemos desenvolver o autoconhecimento, de nos encontrar ao invés de tentar fugir e de nos aceitar como realmente somos independentemente da aprovação do outro. Todos os dias, procure marcar um encontro com você mesmo. Pode ser uma caminhada, um almoço, praticar meditação ou ficar no quarto em silêncio por alguns minutos”. Reservar um tempinho para si mesmo ajuda no desenvolvimento do autoconhecimento e da inteligência emocional.

inteligência emocional é “a capacidade de um indivíduo administrar as próprias emoções e usá-las em seu favor, além de compreender as emoções das outras pessoas, construindo relações saudáveis e fazendo escolhas conscientes. Quem tem Inteligência Emocional sabe pensar, sentir e agir de forma inteligente e consciente, sem deixar que as emoções controlem sua vida e se acumulem de forma a reproduzir ou criar traumas”, define a SBie (Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional). Indivíduos com essa capacidade conseguem guiar a própria vida com mais destreza, pois sabem identificar seus pontos positivos, fraquezas e como as emoções que sentem o fazem interagir nos relacionamentos interpessoais.

 a solidão, faz bem?

A contrário de quem busca refúgio na própria companhia para recarregar as energias, se sentir sozinho o tempo todo não é nada benéfico. “A epidemia oculta” – é como o Reino Unido se referiu à solidão. Os números corroboram com o termo, já que mais de 9 milhões de pessoas dizem viver permanentemente ou frequentemente sozinhas, de uma população de 65,6 milhões, segundo a Cruz Vermelha Britânica. Muitas vezes o isolamento abre espaço para transtornos psicológicos graves, como a depressão e a ansiedade. Foi partindo desse fato que a Inglaterra decidiu criar um Ministério da Solidão.

O que é solidão?

A solidão é a desconexão; a ausência de pertencimento com o mundo e com os outros. Pessoas solitárias não conseguem sentir identificação com o meio e com quem está ao seu redor, causando isolamento. Tristeza e solidão não são bons aliados. A psicologia aponta que os transtornos mentais são muito comuns nas pessoas que se sentem sós e essa condição pode ser um gatilho para as crises de síndrome do pânico, ansiedade, estresse depressão profunda. O Reino Unido percebeu as altas taxas de doenças mentais nas pessoas que vivem na solidão  e tomou a atitude de criar um ministério dedicado a erradicar esse mal silencioso.

Solitude e solidão

Ser sozinho é ter a solidão como parceira. Sentir a solitude é passar alguns momentos  e não sofrer com isso, e sim, aproveitar da própria companhia. Como apontamos, essas duas situações são completamente diferentes e trazem consequências diversas. Enquanto sentir-se sozinho leva à angústia, isolamento e pode gerar uma lista grande de transtornos psicológicos, reservar um pouquinho de tempo para ficar com os próprios pensamentos pode ser uma grande aliada no desenvolvimento da inteligência emocional.

É importante apontar que cada indivíduo é diferente. Alguns, sentem-se energizados após alguns momentos sozinho, enquanto outros, não conseguem nem almoçar sem ter companhia de outras pessoas. É preciso respeitar o espaço de cada um e também entender que a própria companhia pode ser um grande presente, mas se prolongada, o feitiço vira contra o feiticeiro.

Por Juliana Sonsin/telavita.com.br