De acordo com a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE),
seguindo as orientações dos médicos, há uma probabilidade de 90% para
uma gravidez sadia em pacientes com epilepsia
O sonho de ser mãe contagia muitas mulheres, porém existe uma série
de cuidados necessários para torná-lo realidade. São muitas as
preocupações que tomam conta da cabeça da futura mãe, além de dúvidas
sobre em que condições podem ou não engravidar. Muitas mulheres com
epilepsia, por exemplo, têm receio de tornar seu desejo real. Mas, o que
deve ficar claro é: a gestação para pacientes com a doença tem condições de acontecer de forma saudável.
A epilepsia é uma doença que atinge cerca de 3 milhões de
brasileiros, conforme a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), e é
caracterizada por descargas elétricas anormais, excessivas e recorrentes
no cérebro, que se manifestam como crises epilépticas, crises estas com
manifestações diversas, como convulsão e crises de ausência. O problema
pode ser entendido como uma alteração temporária e reversível do
funcionamento do cérebro, que não tenha sido desencadeada por febre,
drogas ou distúrbios metabólicos e, muitas vezes, não tem a causa
identificada.
As crises epilépticas podem durar de segundos a minutos e representam
uma das preocupações quando o assunto é a gestação, fazendo com que a
paciente tenha receio de que elas tenham um impacto negativo no feto e
na sua saúde.
Segundo a Dra. Maria Luiza Manreza, doutora em Neurologia pela Universidade de São Paulo (USP), “é
importante deixar claro que apesar da epilepsia representar alguns
riscos, como a malformação do bebê, a gravidez em mulheres com a doença é
viável, contanto que haja um acompanhamento contínuo com uma equipe de
especialistas, como ginecologista e neurologista, que juntos traçam o
plano pré-natal e contribuem para que as possíveis complicações sejam
minimizadas. “
Em mulheres com epilepsia, o ideal é que a gravidez seja planejada de
modo que o médico possa tomar as medidas necessárias. Estas contemplam,
entre outras, o uso por via oral do ácido fólico durante três meses
antes do início e durante toda a gestação, bem como a verificações da
dose e nível sérico dos fármacos antiepilépticos em uso.
Em alguns casos é possível adequar melhor o tratamento. Recomenda-se
que a paciente nunca altere a sua medicação sem orientação do seu
médico, pois as consequências podem ser desastrosas. De acordo com a
LBE, seguindo as orientações dos médicos, há uma probabilidade de 90%
para uma gravidez sadia da mulher com epilepsia.
Outro ponto que merece atenção é a amamentação. Durante essa fase, o
cuidado com a quantidade de medicamento ingerido deve ser mantido, para
evitar efeitos adversos ao recém-nascido, tendo em vista a importância
da qualidade do leite para o seu desenvolvimento. A posição em que se
amamenta também deve ser levada em consideração: o recomendado é sempre
estar sentada.
Outras recomendações envolvem ações práticas e úteis que podem fazer a diferença na chegada do bebê. “Levar
a criança no carrinho, evitando o baby-bag; priorizar o banho no
chuveiro ao invés da banheira e sempre que possível com um acompanhante;
e, fazer a troca de roupas em lugares mais baixos são algumas dicas
para tranquilizar mães com epilepsia, que podem construir uma família
como qualquer outra mulher”, salienta a Dra. Maria Luiza.
Conviver com epilepsia ainda envolve lidar com uma dose de estigmas e
preconceito, porém discutir sobre o assunto é uma importante ferramenta
para a desconstrução de mitos em relação à doença. Ter epilepsia não é
um fator que impede uma vida normal ou os planos do paciente, como ser
mãe, desde que haja preparo, conscientização e respeito à condição.
Conviva com Epilepsia
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A UCB é uma biofarmacêutica centrada no paciente, cujo compromisso é
desenvolver ações de sensibilização para doenças dos sistemas
imunológico e nervoso central, mediante a divulgação de informações para
os pacientes, cuidadores e a comunidade em geral. Potencializa avanços
científicos e habilidades em áreas como genética, biomarcadores e
biologia humana, a fim de aprimorar o conhecimento para levar aos
pacientes o medicamento e o tratamento mais adequado.
Por Roberta Manreza,/Estadão
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