quarta-feira, 31 de maio de 2017

Diferença entre árabes e muçulmanos

A diferença entre árabes e muçulmanos acontece porque um termo se refere a um tronco etnolinguístico, ao passo que o outro faz referência a uma religião.

Diferença entre árabes e muçulmanos

Muitas pessoas, ao ouvirem as expressões “árabe”, “muçulmano” ou “islâmico”, pensam que se trata de uma mesma coisa. Isso faz parte de um problema que atinge não apenas os povos ligados a esses termos, mas também várias culturas, o que está ligado ao hábito que grande parte das pessoas tem de construir preconceitos a partir daquilo que pouco conhecem.
Qual é a diferença entre árabes e muçulmanos?
A diferença entre árabes e muçulmanos está no fato de um termo referir-se a uma composição étnica e o outro ser o nome dado aos praticantes de uma religião. Embora uma mesma pessoa possa ser árabe e muçulmana ao mesmo tempo, é importante verificar que os dois termos são totalmente distintos entre si.
O árabe é um idioma e também uma composição étnica que possui, em torno de si, uma grande variedade de troncos etnolinguísticos interligados. Já muçulmano é o nome dado a quem pratica o Islamismo, a religião fundamentada nos princípios estabelecidos pelo profeta Maomé. Existem povos, portanto, que são árabes e não são muçulmanos e existem muitos muçulmanos que não são árabes.
Estima-se que existam, no norte da África e no Oriente Médio, cerca de 15 milhões de árabes cristãos, embora esse número venha diminuindo pela constante batalha religiosa entre os povos e também pelas emigrações que os cristãos muitas vezes fazem dessas regiões.
Por outro lado, é interessante observar que, embora a maioria dos árabes seja muçulmana, o maior país islâmico existente, em número de adeptos, não é árabe. A Índia, por ser o segundo país mais populoso do mundo, consegue ter um número de 174 milhões de muçulmanos, o equivalente a cerca de 16% de sua população, que é majoritariamente hindu. O segundo colocado, o Paquistão, possui cerca de 165 milhões de islâmicos e também não adota o árabe como idioma oficial.

Por: Rodolfo F. Alves Pena em Geografia humana/Mundo Educação

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Falta de prazos pode ser empecilho no processo de adoção no Brasil

 


Nilo do Matosinho e Maria Dolores namoraram durante oito anos. Um dos principais sonhos era adotar uma criança, assim que casassem. Mas o grande objetivo demorou para acontecer, assim como ocorre com várias outras pessoas pelo Brasil que desejam adotar.

Existem quase 40 mil dispostas a dar um lar para mais de sete mil crianças e adolescentes do Cadastro Nacional de Adoção. Por que, então, existem tantas crianças sem uma família? A falta de prazos do processo de adoção pode ser uma das respostas.

O casal Nilo e Mari Dolores esperou dois anos para conseguir entrar na fila de adoção. Depois mais três anos, até adotar definitivamente o primeiro filho do coração: Mateus. Cecília e Andriely vieram logo a seguir para completar a alegria da família.

Atualmente não existem prazos para todas as etapas do processo de adoção no Brasil. Mas, segundo o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Edson de Oliveira, está sendo estudada uma proposta para estabelecer tempo máximo para cada passo.

O texto foi construído por meio de sugestões enviadas pelo site do ministério. Em breve, um projeto de lei deve ser encaminhado ao Congresso.

A psicóloga e presidente da ONG Aconchego, Soraya Pereira, que trabalha com casais que pretendem adotar, acredita que apenas estipular prazos não é o suficiente para tornar a adoção efetiva. Ela afirma que o processo deve ser bem criterioso.

Além da falta de prazo para todas as etapas do processo de adoção, as exigências dos casais impedem que as crianças tenham um lar. A maioria prefere criança menor de seis anos branca.
Por  Dayana Vitor/EBC

terça-feira, 23 de maio de 2017

Estudante da UFPB lança livro sobre educação financeira para o público infantojuvenil Imprimir

Imprimir
 
Nathalia Immisch, estudante do quarto período do curso de Medicina da UFPB, com 19 anos de idade, acaba de publicar seu primeiro livro: “Achado não é roubado?”, pela editora Oficina das Finanças.

O título foi lançado durante a Semana Nacional de Educação Financeira 2017, que ocorreu entre 8 a 14 de maio, em Brasília (DF). Nesse período, a autora divulgou a obra em sessões de autógrafos e bate-papo em visita a diversas escolas da capital federal. Com os estudantes, Nathalia compartilhou experiências pessoais e falou sobre finanças.

“Achado não é roubado?” é uma obra interativa, preparada para o público infantojuvenil, sobre o uso do dinheiro com responsabilidade, cidadania e empreendedorismo. O livro aborda o tema de forma lúdica e permite ao leitor escolher o desfecho da estória, proporcionado reflexão sobre o poder das decisões individuais.

A jovem escritora partiu do conceito de que crianças e jovens na faixa etária de 6 a 12 anos tendem a absorver novas ideias e conceitos financeiros com facilidade. Foi pensando na melhor forma de ensinar, a esse público, a relevância e o impacto das decisões tomadas ao longo da vida, que surgiu a ideia do livro, contou Nathalia.
Fonte: 
ACS | Rita Ferreira, com informações e fotografia de Maurício Immisch./UFPB

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Prorrogado prazo para aceitação de artigos sobre Cidades Inteligentes

O prazo para submissão de artigos para o IEEE International Summer School on Smart Cities (IEEE S3C), organizado pelo Instituto Metrópole Digital (IMD), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), foi prorrogado até o próximo dia 21 de maio. O evento será realizado em Natal, de seis a 11 de agosto.
O IEEE International Summer School on Smart Cities (IEEE S3C) tem como objetivo promover um fórum valioso para troca de conhecimento entre indústria, comunidade científica e prefeituras, em todos os campos de Cidades Inteligentes, a fim de beneficiar estudantes, pesquisadores e profissionais.
A notificação de aceitação dos artigos será feita no dia 15 de junho e da versão final, dia 1º de julho. Para informações mais detalhadas, acesse o site.
Por Portal UFRN

Refugiado constrói 25 casas feitas de garrafas de plástico

 



A soma de necessidade, talento, empatia e conhecimento, aliada a uma história pessoal de superação, fez do engenheiro Tateh Lehbib a perfeita encarnação do que de melhor a inteligência e a engenhosidade humana podem fazer. Tendo sido ele próprio um refugiado Saarauí – povo originário do saara ocidental, região ocupada pelo Marrocos desde a saída da Espanha, em 1976 – Tateh, com apenas 28 anos, desenvolveu, a partir da necessidade de construir um abrigo para sua avó, casas feitas de garrafas plásticas.
Tateh2
Tateh Lehbib diante de uma de suas casas
Cheias de areia e palha, as garrafas servem como tijolos, empilhadas uma sobre as outras, e depois cobertas por cimento e calcário pintado, para resistir ao intenso sol do deserto. Para construir a primeira casa, 6 mil garrafas foram utilizadas. Segundo o engenheiro, as casas custam um quarto do que custaria uma casa normal, e são 20 vezes mais resistentes.
Tateh3
Tateh6
Com 25 casas construídos ou em construção, além de prover teto e paredes para refugiados – a maioria do povo Saarauí vive em abrigos para refugiados no sul da Algéria -, Tateh irá reciclar cerca de 150 mil garrafas, criando assim não só um belo impacto ambiental positivo, como também gerando empregos – e inspirando outros a reproduzir seu modelo em outros locais.
Tateh4
Tateh7
Mesmo das situações mais adversas – ou principalmente delas – podem sair as soluções mais interessantes e positivas para problemas que parecem insolúveis, mas que melhoram com inteligência, educação e um bom coração.
Por Hypeness

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Mapa-múndi ensina a maneira correta de pronunciar idiomas de acordo com a região de cada país

 Foto: A2img / Alexandre Carvalho
Se você já viajou para fora da sua cidade, com certeza deve se lembrar as diferentes maneiras que existem para se falar o português do Brasil. A essas diferenças damos o nome de sotaque. Cada região tem sua forma peculiar de falar, em alguns lugares se puxa o R, como no interior de São Paulo, em outros o S, como no Rio de Janeiro, em algumas áreas se fala bastante rápido, no Ceará, por exemplo, em outras se fala bastante devagar, como na Bahia. Em outros casos, as diferenças estão nas expressões usadas e, por isso, mesmo dentro do nosso próprio país, vez ou outra, fica difícil entender o que as pessoas estão falando. Ainda mais no Brasil, que tem dimensões continentais.
Pensando em facilitar a compreensão dos sotaques, David Ding, ex-engenheiro de softwares da Microsoft, criou o Localingual, um mapa interativo online no qual é possível ouvir trechos de falas de pessoas de diversas regiões do globo. Clique aqui e veja o mapa interativo.
Com ele é possível ouvir não só as diferenças entre o português de um gaúcho e de um paraibano, mas também entre um falante de francês de Paris ou de Québec, no Canadá, por exemplo.
O site mostra um mapa-múndi com todos os países. Conforme se dá um zoom na imagem, as divisões administrativas internas — Estados, no caso do Brasil —, assim como algumas das principais cidades, são destacadas. Ao clicar nelas é possível ouvir o som de vozes locais. Do lado esquerdo da tela, clique no botão “listen to voices from this region” e uma aba com diversas frases se abrirá. Aperte nas carinhas (de homem ou mulher) que aparecem e ouça o som das vozes locais.
O site foi ao ar no início de 2017, e as gravações são enviadas por voluntários. Por isso, mesmo com mais de 18 mil diferentes gravações, ainda há diversos locais com poucos ou nenhum exemplo de falas.
Segundo o criador do Localingual, o objetivo é fazer com que o site, que é mantido à base de doações, se transforme em uma “Wikipédia das línguas e dialetos”, que poderia ser consultada por qualquer interessado em aprender a pronunciar as palavras de acordo com a região do globo.

Por Secretaria de Educação de SP
  • Foto: A2img / Diogo Moreira

Casa da Cultura recebe exposição de pacientes do Ceir A exposição “Histórias que Inspiram” fica na Casa da Cultura de Teresina até sexta-feira (19).


 

 Quem passar pelo Centro da cidade durante esta semana poderá visitar a exposição de quadros pintados por pacientes do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), na Casa da Cultura de Teresina, em frente à Praça Saraiva.

São 30 quadros pintados por pessoas com deficiência de todo o Piauí, que compõem a exposição “Histórias que Inspiram”, em comemoração aos nove anos do Centro de Reabilitação.

Uma das obras expostas é uma releitura de Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, feita pelo Felipe Brito durante seu tratamento. “Eu nunca imaginei que um dia o meu trabalho iria chegar onde está hoje”, conta o jovem, de 21 anos, ao visitar pela primeira vez a Casa da Cultura.

De uma inflamação na medula espinhal, o Felipe ficou sem o movimento das pernas aos 12 anos. Na arte, ele descobriu um talento que até então desconhecia. “Passei a ter mais contatos com obras renascentistas, barrocas, surrealistas. Pintei quadros como a Crucificação de São Pedro e de Salvador Dalí”, recorda.

Para Josy Brito, diretora da Casa da Cultura, a arte aproxima as pessoas e transforma. “Todos nós temos um potencial artístico, só precisamos desse movimento de incentivo. Receber esses quadros do Ceir é fortalecer o nosso elo entre a Casa, a sociedade e os artistas”, destaca.

A exposição “Histórias que Inspiram” fica na Casa da Cultura de Teresina até sexta-feira (19). Entre os dias 29 de maio e 2 de junho, um BazArt será realizado no Ceir para a venda de quadros pintados por pacientes, sob valores de R$ 3 a R$ 30, nos horários de 8h às 12h e de 14h às 17h.
Por Cláudia Alves/pi.gov.br

terça-feira, 16 de maio de 2017

Quem foi Homero?

O famoso historiador grego Heródoto passou a considerar Homero como um dos principais formuladores de toda a mitologia grega

maxresdefault
Homero teria sido um poeta grego a quem é atribuída a autoria de duas grandes obras clássicas da Antiguidade: os poemas épicos A Ilíada e A Odisséia. O problema é que até hoje ainda não foi encontrada nenhuma prova concreta de que ele realmente teria existido. “Dados exatos sobre quem era Homero, onde vivia, em que data compôs os dois poemas são questões em aberto. Talvez tenham sido dois os autores e as obras até podem não ter sido compostas na Grécia”, diz a arqueóloga Elaine Veloso Hirata, da USP. As primeiras referências indiretas ao poeta e citações de seus épicos datam de meados do século 7 a.C., por isso, especula-se que, se ele existiu realmente, deve ter vivido por volta dos séculos 8 ou 9 a.C. Essa hipótese é sustentada pela análise do estilo e do conteúdo das obras homéricas.
Em A Odisséia, por exemplo, há menções a comerciantes fenícios e outros detalhes que levam historiadores a sugerir que sua composição tenha ocorrido por volta do século 9 a.C. Por outro lado, passagens de A Ilíada se referem a táticas militares surgidas só em meados do século 8 a.C. Ou seja, o intervalo entre um épico e outro é grande, mas, teoricamente, ainda seria possível que tivessem sido criados por um único autor. Uma coisa, porém, é certa: a disseminação das obras atribuídas a Homero por boa parte do mundo antigo foi conseqüência do crescimento do comércio de livros no século 5 a.C. e da proliferação de bibliotecas por várias regiões a partir do século seguinte.
Foi nessa época que o famoso historiador grego Heródoto passou a considerar Homero como um dos principais formuladores de toda a mitologia grega. Ele se baseava na existência de mais de 30 poemas em homenagem aos deuses, os Hinos Homéricos, também supostamente compostos pelo poeta, mas cuja autoria exata nunca foi possível determinar. Produzidas ou não por Homero, o fato é que esse conjunto de obras realmente ajudou a definir princípios éticos e padrões de comportamento que nortearam a conduta da sociedade grega por muitos séculos.
Naturalidade disputada
Duas cidades se apresentam como terra natal do autor gregoHá séculos a cidade grega de Khíos disputa com a turca Esmirna a glória de ter sido o local onde teria nascido Homero – cuja hipotética imagem aparece no busto ao lado. Por enquanto a parada parece mais favorável para os turcos. É que detalhes geográficos citados nas obras atribuídas ao poeta indicam que seria mais provável ele ter nascido na região chamada de Jônia na Antiguidade. Essa região hoje é parte do litoral oeste da Turquia, exatamente onde fica localizada Esmirna.

Por Redação Mundo Estranho

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Evento discute ações do Maio Amarelo

Nesta sexta-feira (12) acontece no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte uma coletiva de imprensa para detalhar as ações do Maio Amarelo, que este ano tem como tema “Minha escolha faz a diferença no trânsito”, colocando em pauta para a sociedade o tema trânsito e estimulando a participação da população, empresas, governos e entidades para a adesão dessa temática.  
A partir das 9h, representantes da Secretaria de Saúde do município de Natal, Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), SME, STTU, Detran, CPRE, PRF, CBTU, UFRN, ITEP, CMB, SEL e ONG Trânsito Consciente falarão sobre as atividades relacionadas ao Projeto Vida no Trânsito. A discussão contará com a presença da representante do Ministério da Saúde/Projeto Vida no Trânsito, Sueli Nogueira.
A Sesap e os parceiros do Projeto Vida no Trânsito realizam diversas atividades durante todo o mês de maio na capital e também no interior do estado. O Movimento Maio Amarelo é de caráter internacional de mobilização e conscientização para a redução de acidentes e a adoção de um trânsito mais seguro. A cor amarela se associa a mesma cor da advertência no trânsito, o que caracteriza o Maio Amarelo um movimento de Atenção pela Vida.
Durante todo o mês, em Natal, serão realizadas blitz educativas e de fiscalização com foco nos motociclistas, além de ações com pedestres, cursos, palestras e um passeio ciclístico no dia 21 de maio. Em Mossoró, também acontecem blitz educativas e encontros em escolas da cidade com palestras para alunos e professores, além de caminhada e concurso de redação. No dia 26 de maio será implantado o projeto Vida no Trânsito na cidade de Mossoró.
E no encerramento do mês, dia 31, a Sesap realiza em parceria com STTU e Detran palestra de educação no trânsito com os motoristas da própria secretaria, a partir das 8h.
 Por ASCOM/SESAP

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Hoje, temos algumas ideias de livros inspiradoras sobre mulheres na ciência baseadas em histórias reais.

“ESTRELAS ALÉM DO TEMPO”, DE MARGOT LEE SHETTERLY

É a história fenomenal das matemáticas negras que levaram o homem para a lua. São elas: Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a incipiente indústria aeronáutica americana contratou matemáticas negras para suprir a falta de mão de obra. Elas eram conhecidas como “computadores humanos”.
Após a guerra, continuaram trabalhando para o governo e passaram a fazer parte da NASA, em uma época de segregação racial.
Convivendo diariamente com o racismo e a exclusão, elas ainda garantiram que os Estados Unidos ganhassem a corrida espacial contra a União Soviética.
O livro também foi parar no cinema com as atrizes Taraji P. Henson, Janelle Monáe, e Octavia Spencer.

“A VIDA IMORTAL DE HENRIETTA LACKS”, DE REBECCA SKLOOT

Em 1951, médicos tomaram uma pequena amostra de tecido com tumor cancerígeno de uma mulher negra chamada Henrietta Lacks. Ela não tinha conhecimento disso, nem deu seu consentimento, e logo depois, veio a falecer.
Um cientista colocou essa amostra em um tubo de ensaio e, desde então, suas células – conhecidas mundialmente como HeLa – permanecem vivas. Elas se tornaram a primeira linha de células humanas imortais já cultivadas.
As células HeLa foram usadas para desenvolver a vacina contra a pólio. Pesquisas sobre HeLa ajudaram a levar à fertilização in vitro, clonagem, pesquisa com células-tronco e mapeamento de genes.
Skloot conta a história dessas incríveis células, da mulher de onde elas vieram, e da colisão entre a ciência e sua família.

“THE GLASS UNIVERSE”, DE DAVA SOBEL

Como a fotografia transformou a prática da astronomia, as mulheres se voltaram para estudar imagens das estrelas capturadas em placas de vidro fotográfico. A partir de então, fizeram descobertas extraordinárias, que atraíram aclamação mundial.
Mulheres ajudaram a compreender do que as estrelas são feitas. Classificaram estrelas em categorias significativas para pesquisas futuras e encontraram uma maneira de medir distâncias através do espaço pela luz das estrelas.
Elegantemente escrito e enriquecido por trechos de cartas, diários e memórias, The Glass Universe é a história oculta de um grupo de mulheres notáveis ​​que deu contribuições vitais para o campo emergente da astronomia.

“AS CIENTISTAS”, DE RACHEL IGNOTOFSKY

Recentemente traduzido para o português, o livro é recheado de ilustrações encantadoras e destaca as contribuições de cinquenta mulheres notáveis para os campos da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática, desde o mundo antigo até o contemporâneo.
“As cientistas” traz infográficos sobre equipamentos de laboratório, taxas de mulheres que trabalham atualmente em campos da ciência e um glossário científico ilustrado.
Entre as perfiladas, estão figuras bem conhecidas, como a primatologista Jane Goodall e a química Marie Curie, e outras nem tanto, como Katherine Johnson, física e matemática afro-americana que calculou a trajetória da missão Apolo 11 de 1969 à lua.
O livro celebra as realizações das mulheres intrépidas que abriram o caminho para a próxima geração de engenheiras, biólogas, matemáticas, médicas, astronautas, físicas e muito mais.

“LAB GIRL”, DE HOPE JAHREN

Também sem tradução para o português, Lab Girl é um livro sobre o trabalho e sobre o amor, e as montanhas que podem ser movidas quando essas duas coisas se unem.
É contada através de notáveis ​​histórias de Jahren: sobre as descobertas que ela fez em seu laboratório, bem como sua luta para chegar lá. Sobre sua infância brincando no laboratório de seu pai, sobre como o trabalho de laboratório se tornou um santuário para seu coração e suas mãos.
A história fala também sobre Bill, o homem brilhante, ferido, que se tornou seu colega fiel e melhor amigo, e sobre suas viagens de campo – às vezes autorizadas, às vezes, não – que as levaram dos Estados Unidos para a Noruega e a Irlanda, dos céus pálidos do Pólo Norte até o Havaí tropical. 

“HEADSTRONG”, DE RACHEL SWABY

Mais um em inglês (bom para treinar o idioma!), e que traz uma história curiosa: em 2013, o New York Times publicou um obituário para Yvonne Brill. Começava assim: “Ela fez um estrogonofe de carne bovina, seguiu seu marido de um emprego para outro e ficou oito anos sem trabalho para se dedicar a criar três filhos”.
No segundo parágrafo, os leitores descobriram porque o Times tinha dedicado várias centenas de palavras à sua vida: Brill foi uma cientista de foguetes brilhante, que inventou um sistema de propulsão para manter satélites de comunicações em órbita. Perto de sua morte, ela havia recebido a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação.
O livro oferece histórias poderosas, globais e envolventes, abrangendo as vencedoras do Prêmio Nobel e as principais inovadoras, bem como cientistas menos conhecidas, mas extremamente significativas, que influenciam o desenvolvimento científico até hoje.
Os vibrantes perfis de Rachel Swaby atravessam séculos de pensadoras corajosas e ilustram como as idéias de cada uma se desenvolveram desde seu primeiro momento de engajamento científico. O livro revela a história fascinante de 52 mulheres, e incentiva e inspira as novas gerações de meninas a seguirem seus sonhos de cientistas.
Fonte: MinasFazCiência/para mulheres na ciência


quarta-feira, 3 de maio de 2017

As principais contribuições de Jacques Lacan para a educação

Entenda alguns dos conceitos desenvolvidos pelo médico e psicanalista francês
 Para Jacques Lacan, o bebê só distinguirá o que lhe é interno ou externo ao reconhecer-se, ou ao Outro, na visão projetada no espelho | Foto: Shutterstock
Para Jacques Lacan, o bebê só distinguirá o que lhe é interno ou externo ao reconhecer-se, ou ao Outro, na visão projetada no espelho | Foto: Shutterstock
Na Paris dos anos 1920, o psiquiatra e psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981) frequentava livrarias e se reunia com os surrealistas, assistia com entusiasmo à leitura pública de Ulisses, de James Joyce (1882-1941), ligando-se a escritores, poetas, artistas plásticos, filósofos. Formado em medicina, Lacan orientou-se desde o começo de sua vida profissional para a psiquiatria e a psicanálise. Mas, por seus interesses e suas práticas mais abrangentes que os da psicanálise da primeira geração, nunca foi reconhecido pela Sociedade Psicanalítica de Paris (SPP), para a qual apresentava trabalhos que não eram levados em conta.
Seu anticonformismo parecia causar irritação em seus pares na psicanálise de então. No entanto, fora dos círculos psicanalíticos, era considerado brilhante intelectual. Foi o único, entre os grandes intérpretes da história do freudismo, a dar à obra freudiana uma estrutura filosófica e a tirá-la de suas bases biológicas, sem com isso cair no “espiritualismo”.
A partir de 1936, Lacan iniciou-se na filosofia hegeliana, quando assistia ao seminário de Alexandre Kojève (1902-1968). Frequenta­va sedes de revistas culturais e participava de reuniões no Collège de Sociologie, onde conviveu com diversos intelectuais, entre os quais o escritor Georges Bataille (1897-1962), cuja esposa viria a ser a segunda mulher de Lacan. Desses anos de grande ebulição intelectual e teórica tirou a certeza de que a obra freudiana devia ser relida “ao pé da letra” e à luz da tradição filosófica alemã.
Em 1938, a pedido de Henri Wallon (1879-1962) e do historiador Lucien Febvre (1878-1956), Lacan fez um balanço sombrio das violências psíquicas próprias da família burguesa em um verbete da Encyclopédie française. Constatando que a psicanálise nasceu do declínio do patriarcado, passou a apelar para a revalorização da função simbólica da psicanálise no mundo cada vez mais ameaçado pelo fascismo.
Lacan sempre manteve fortes relações intelectuais fora do meio psicanalítico: com o linguista Roman Jakobson (1896-1982), com o antropólogo Claude Lévi-Strauss (1908-2009), com os filósofos Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) e Martin Heidegger (1889-1976), com os surrealistas, entre outros. Sob influência desses pensadores, adotou um questionamento profundo sobre o estatuto da verdade, do ser e do que significa considerar-se “sujeito” diante da complexidade do mundo contemporâneo. Da linguística, extraiu sua concepção de significante e de um inconsciente organizado como linguagem; da antropologia, deduziu a noção de simbólico, que utilizou na tópica SIR (simbólico, imaginário, real), assim como sua releitura universalista da interdição do incesto e do complexo de Édipo.
Durante dez anos, duas vezes por mês, Lacan realizou seu seminário público, aberto a quaisquer interessados, comentando sistematicamente todos os grandes textos do corpus freudiano e dando origem a uma nova corrente de pensamento: o lacanismo, cujos preceitos seriam discutidos não apenas por psicanalistas, mas por intelectuais de peso como Michel Foucault (1926-1984) e Gilles Deleuze (1925-1995).
Em seus seminários, atraiu muitos alunos, fascinados por seu ensino e desejosos de romper com o freudismo acadêmico da primeira geração francesa de psicanalistas. Começou então a ser reconhecido ao mesmo tempo como didata e como clínico, fundando duas escolas de psicanálise, que se dissolveram por divergências internas. Seu senso agudo da lógica da loucura, sua abordagem original do campo das psicoses e seu talento discursivo lhe valeram, ao lado de Françoise Dolto (1908-1988), um lugar especial aos olhos da jovem geração psiquiátrica e psicanalítica.
Em 1951, comprou uma casa de campo a cerca de cem quilômetros de Paris. Retirava-se para lá aos domingos, onde recebia seus pacientes e dava recepções. Ao lado de sua segunda esposa, Sylvia Bataille, que era atriz, fazia teatro para os amigos, fantasiava-se, dançava, divertia-se e às vezes usava roupas extravagantes. Nessa casa colecionava um número considerável de livros que, ao longo dos anos, formaram uma imensa biblioteca que demonstrava o tamanho de sua paixão pelo trabalho intelectual. Em um cômodo que dava para o jardim, organizou um escritório repleto de objetos de arte. Nessa casa, pendurou o famoso quadro de Gustave Courbet (1819-1877) A origem do mundo.
Depois da morte de Lacan, em 1981, o lacanismo fragmentou-se numa multiplicidade de tendências, grupos, correntes e escolas, sendo implantado de maneiras diversas em muitos países, tendo o Brasil e a Argentina alguns de seus representantes mais férteis. Entre as contribuições mais importantes de Lacan para o campo da educação estão as noções de estádio do espelho e de eu ideal.
O estádio do espelho e o eu ideal

Segundo Lacan, nos primeiros meses de vida de uma criança, não há nada parecido a um eu, com suas funções de individualização e de síntese da experiência. Falta ao bebê o esquema mental de unidade do corpo próprio que lhe permite constituir esse corpo como totalidade, assim como distinguir interno e externo, individualidade e alteridade.
É só entre o sexto e o décimo oitavo mês de vida que tal esquema mental será desenvolvido. Para tanto, faz-se necessário o reconhecimento de si na imagem do espelho ou na identificação com a imagem de outro bebê. Ao reconhecer pela primeira vez sua imagem no espelho, a criança tem uma apreensão global e unificada de seu corpo. Assim, essa unidade do corpo será primeiramente visual e é condição fundamental para o desenvolvimento psíquico do bebê.
As imagens determinam a vida do indivíduo, representam um dispositivo fundamental de socialização e individuação, fazem parte da realidade psíquica. A partir delas, nasce a fantasia. Nesse processo, surge um conceito reelaborado por Lacan, a partir de Freud: o eu ideal, que representa a ideia que o indivíduo tem de si mesmo na forma arcaica e que delimitará suas identificações posteriores.
O eu arcaico, segundo Freud, expulsa o insatisfatório e internaliza as experiências satisfatórias. Para Freud, a constituição do eu se dá de dentro para fora; para Lacan, ao contrário, se dá de fora para dentro. Segundo o francês, para orientar-se no pensar, no sentir e no agir, para aprender a desejar, para ter um lugar na estrutura familiar e social, a criança precisa inicialmente raciocinar por analogia (no sentido da mimesis grega): imitar uma imagem na posição de tipo ideal, adotando, assim, a perspectiva de um Outro. Tais operações de imitação são importantes para a orientação das funções cognitivas e afetivas, e têm valor fundamental na constituição e no desenvolvimento subsequentes do eu em outros momentos da vida madura.
Na alienação do sujeito ao Outro, o infans (o “sem palavras”) se identifica e se experimenta. Começa então a circulação do desejo: fazer-se reconhecer, ser desejado e desejar o desejo do Outro. Imagem, palavra, alimento e cuidados são expressões dos rumos da pulsão, em suas diferentes modalidades: oral, anal, visual e vocal. Esse processo vai inscrevendo as representações no inconsciente, o que dará espaço ao processo de estruturação psíquica do sujeito sustentado pelo desejo do Outro.
Depois de reconhecer-se no espelho, as imagens dos irmãos, do pai, da mãe e de seus substitutos sociais farão parte da “imagem ideal”, necessária para a socialização. Esse dispositivo permitirá a entrada da criança numa trama sócio-simbólica, cujo núcleo é a família, mas que se compõe de outras figuras com função de autoridade. Entre esses personagens, o professor tem papel fundamental.
Dessa forma, a criança introjeta uma imagem que vem de fora (do espelho e dos humanos que a cercam). Por meio do olhar, da linguagem, do toque, da entonação da voz do Outro e de outros aspectos da comunicação inconsciente, se estabelece uma intensa troca (ou uma falha também imensa) entre a criança e a cultura.
Assim nasce o sujeito lacaniano, aquela estrutura com a função de ser o lugar em que o eu pode reconhecer-se, mas onde sua autonomia total se quebra diante da dependência do externo.
Lacan: um olhar menos biológico e mais conectado à linguagem e à filosofia

Outros conceitos desenvolvidos por Lacan

Gozo e perversão

Para Lacan, o conceito de gozo implica a ideia de transgressão da lei: desafio, insubmissão ou escárnio. O gozo, portanto, participa da perversão, teorizada por Lacan como um dos componentes estruturais do funcionamento psíquico. Na perversão, o sujeito só encontra prazer quando a lei é transgredida.
Simbólico, Imaginário, Real

Essa tríade de conceitos, a partir de 1953, forma uma estrutura que, segundo Lacan, passaria a determinar e equilibrar as relações intrapsíquicas:
– O simbólico designa a ordem civilizatória a que o sujeito está ligado, como um lugar psíquico em que são reconhecidos os discursos produtores de “verdades”.
– O imaginário se define como um lugar no eu onde são acolhidos os fenômenos de representações ilusórias, utilizados para aplacar as vivências angustiantes advindas do real.
– O real designa qualquer fenômeno, aquilo que ainda não tem representações ou simbolizações no eu, que está no plano das vivências corporais ou emocionais e que, em geral, causa angústia ou sofrimento.
Significante

Esse termo foi introduzido por Ferdinand de Saussure (1857-1913) para designar a parte do signo linguístico que remete à representação psíquica do som (ou imagem acústica), em oposição à outra parte, ou significado, que remete ao conceito.
Retomado por Lacan como um conceito central em seu sistema de pensamento, o significante transformou-se, em psicanálise, no elemento do discurso (consciente ou inconsciente) que fará parte de uma série que, por sua vez, determinará os atos, as palavras e o destino do sujeito, à sua revelia e de acordo com uma nomeação que vem do simbólico.
Por  / Revista Educação

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Fagner doa mais de dois mil livros para a Academia Brasileira de Letras

raimundo_fagner
Herdeiro da casa, em Copacabana, e de toda a biblioteca do casal de franceses Lydia e Jacques Libion, o cantor Fagner decidiu doar à Academia Brasileira de Letras os mais de 2 mil livros que recebeu. As obras reúnem o melhor da literatura francesa e inglesa, além de livros de arte, especialmente de pintura e de música. Jacques foi diretor da Livraria Hachette, no Rio, e acolheu em sua casa, a partir dos anos 60, muitos artistas em início de carreira. Elis Regina passou uma boa temporada por lá.
Aliás e a propósito
Fagner morou muito tempo com Jacques e Lydia e era considerado por eles como parte da família — os laços se fortaleceram ainda mais quando o casal, que perdeu um filho, soube que Fagner aniversariava no mesmo dia dele.
Publicado em O Globo/Livros e pessoas

Vantagens da liderança participativa

O modelo de grandes líderes que têm todas as respostas é colocado à prova em um simples experimento sobre produtividade.
A empresária e autora Margaret Heffernan, em uma palestra no TEDWoman de 2015, discutiu um experimento sobre produtividade, feito pelo biólogo William Muir, da Universidade Purdue (Indiana, EUA). William escolheu estudar galinhas por uma simples razão: a produtividade delas é fácil de medir, já que você simplesmente conta o número de ovos. Em seu estudo, ele queria saber quais fatores podem fazer com que galinhas sejam mais produtivas, então ele criou um experimento que trouxe dados que podem explicar como se dá a liderança nos negócios.
Como galinhas vivem em grupos, o biólogo as dividiu em dois. O primeiro grupo, de controle, foi deixado sozinho por cinco gerações. Já no segundo grupo, Willian apenas selecionou as galinhas mais produtivas para se reproduzir — aquelas que produziram a maior quantidade de ovos — para criar um “suberbando” de “supergalinhas”. E o que ele descobriu?
Depois que seis gerações se passaram, o primeiro grupo, aquele mediano, estava bem. Todas galinhas eram saudáveis e cheias de penas. Na verdade, sua produção de ovos havia aumentado dramaticamente. No segundo grupo, de "supergalinhas", apenas três sobreviveram. Elas haviam bicado umas às outras até se matarem. As galinhas individualmente produtivas no “superbando” somente sobreviveram e atingiram o sucesso ao suprimir a produtividade das demais.

O mito do super-herói

Bem, nos últimos 50 anos, temos gerenciado a maioria das organizações e algumas sociedades da mesma forma que o modelo das supergalinhas. Presumimos que, ao escolher os melhores, os mais inteligentes e os homens e mulheres mais cheios de conhecimento, e ao dar a eles todos os recursos e o poder, teremos a chave para atingir o sucesso.
O resultado disso é o mesmo que no experimento de William Muir: agressão, disfunção e desperdício. Mas por quê? Ao menos parte da razão para isso é o fato de vivermos e agirmos em uma cultura que valoriza e personifica líderes como super-heróis acima de qualquer coisa.
Se você pegar qualquer livro atual de administração, provavelmente o conteúdo será sobre poderosos líderes super-heróis, seus triunfos e sucessos. Nossa sociedade e nossa cultura consistentemente enfatizam, em excesso, a contribuição individual.
Com a promoção excessiva da liderança, nós rebaixamos as outras pessoas. Criamos aglomerados de seguidores que têm que ser guiados para ter qualquer performance, em vez de simplesmente favorecer a propensão natural das pessoas de cooperar em comunidades e colaborar como um time. Nesses dias atuais, em que muitas organizações estão lutando para sobreviver em tempos turbulentos, será que ainda existe um lugar para estratégicas de administração hierárquica do topo para baixo?
Será que os líderes realmente têm as respostas para todos os desafios complexos e complicados que definem nosso universo hiper-conectado ou estamos simplesmente mantendo o mito de que uma ou algumas pessoas são capazes de descobrir tudo aquilo que precisa ser feito?
Algumas organizações já começaram a abandonar suas mais célebres presunções sobre liderança heroica e estão favorecendo o poder do conhecimento colaborativo. Elas estão vendo como os problemas de hoje são bem mais distintos do que aqueles do passado e que esperar de um líder todas as respostas é realmente algo fantasioso. Elas estão se movendo em direção a um estilo mais engajador de liderança.
Mas, para a maioria das organizações, a ideia de trabalhar com colaboração para resolver problemas e cultivar ideias a partir da base de empregados vai contra tudo aquilo que o modelo tradicional de administração diz ser tão importante.
Estratégias para organizações ainda estão sendo desenvolvidas por trás das portas das salas de reunião, com pequenos grupos de líderes tomando decisões que impactam o futuro da organização. Apesar de seu conhecimento profundo sobre os consumidores, são poucas as organizações que efetivamente conversam e convidam os empregados da linha de frente e gerentes intermediários para participar do processo de planejamento estratégico.

Modelo participativo

Líderes heroicos usam o poder de sua posição para tomar decisões unilateralmente. Por outro lado, os líderes pós-heroicos são facilitadores. Eles utilizam perguntas bem formuladas para extrair ideias e desenvolver soluções em conjunto. Ambos os estilos de liderança têm a autoridade para tomar decisões pelos grupos que eles gerenciam, a diferença entre eles é seu estilo de tomada de decisão: um é autocrático, enquanto o outro é participativo.
Líderes pós-heroicos extraem soluções de seus times em vez de promover suas próprias soluções. Na verdade, utilizar perguntas é a forma com que eles constroem sua influência. Perguntas que ninguém nem mesmo pensou em perguntar, mas que ajudam a focar a atenção e os esforços em áreas promissoras, mas que previamente eram ignoradas.
Perguntas convidam as pessoas a participarem de uma forma diferente e mais poderosa, agora o importante é convidar outras pessoas a explorar um novo território e ajudar a gerar novas ideias e conhecimentos. Líderes que engajam operam como coaches, facilitadores, catalizadores, possibilitadores e desenvolvedores de pessoas e não como geradores de soluções. Eles criam o espaço e o ambiente para que todos sejam bem-sucedidos e saiam de seu caminho usual para que a genialidade de cada uma das pessoas seja liberada e apoiada.

A mudança

Todos nós provavelmente já estivemos em situações, seja como motorista ou passageiro, em que estamos tão confiantes em nossas habilidades que nos recursamos a pedir direções. Essas situações geralmente acabam com um final familiar: nos perdemos. Nos negócios, não é diferente. É preciso muita humildade e empatia para ser um líder, sabendo que a sociedade espera que você tenha todas as respostas e nunca admita não saber algo.
É preciso um líder pós-heroico para mover as organizações em direção ao futuro e dar recursos ao conhecimento coletivo e ao talento da empresa em se manter atualizada com o ritmo das mudanças. Nós criticamos líderes hoje em dia não por que eles são menos capazes do que eram no passado, mas por que nós esperamos mais do que eles podem entregar. Nossas expectativas dos líderes aumentaram astronomicamente devido ao aumento da complexidade e do ritmo das mudanças, o que faz nossa ansiedade atingir níveis inimagináveis.
Não é surpresa que o “superbando” está focado em matar uns aos outros. Imagine a pressão e o nível de competitividade necessário para sobreviver? A realidade nua e crua é que nenhum indivíduo tem todas as respostas, mas coletivamente nós temos. Não existe um manual ou livro com a descrição precisa sobre como evitar distúrbios ou como fazer com que as organizações mudem mais rápido, afinal, estamos diante de transformações tecnológicas massivas, por isso é preciso mudar.
Claro, mudar para uma era pós-heroica é mais fácil na teoria do que na prática. A liderança heroica se torna autodestrutiva porque, quanto mais heroica ela é, mais ela aumenta o abismo entre dependência e empoderamento. É um ciclo vicioso. Por um lado, buscamos empoderamento, queremos uma voz, queremos ser relevantes. Por outro lado, aprendemos desde cedo a respeitar autoridades e líderes. Nós nos acomodamos em receber direções. Somos ensinados, de forma a criar o “superbando”, a nos tornar experts, ou seja, a ser a pessoa mais inteligente no espaço e ter todas as respostas.
A saída desse modelo requer uma cultura de mudança que também envolve a promoção e o desenvolvimento de gerentes engajadores, recompensando aqueles que conseguem extrair as ideias mais criativas de seus membros de time. Ainda precisamos e queremos heróis, mas seu propósito tem que mudar. Os heróis de hoje em dia estão focados em criar ainda mais heróis e isso deve acabar.
*Conteúdo produzido em parceria com a Endeavor Brasil./SEBRAE

Por que as águas dos rios Negro e Solimões não se misturam?

RIONEGRO_SOLIMOES_02
Porque a composição química, a temperatura e a velocidade dos dois são diferentes. Ao longo de um percurso de cerca de 6 km, os rios Negro e Solimões andam lado a lado sem se misturar antes de se tornarem um só – o grande Rio Amazonas. Segundo Karime Bentes, professora de química da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o fenômeno, conhecido como Encontro das Águas, acontece devido à diferença de “composição e acidez, aliada à temperatura e à velocidade das duas correntezas”. O Rio Negro, que carrega uma grande quantidade de matéria orgânica desde sua nascente na Colômbia (o que dá o tom escuro à sua água), corre a cerca de 2 km/h com uma temperatura de 28 °C. Já o Solimões, que nasce nos Andes peruanos e tem uma água de aspecto barroso, devido a uma carga de sedimentos vindos da erosão de solos de origem vulcânica, faz o percurso em uma velocidade aproximada de 4 a 6 km/h a uma temperatura de 22°C.
Por Rafael Costa/Mundo Estranho