Como objeto de trabalho do
Serviço Social, a questão social tem sido estudada, pesquisada e tratada como a
causa de grande parte dos problemas da sociedade.
Até certo ponto as teorias vinham
fazendo sentido e a Constituição Cidadã com
sua ousada carta de direitos traria novas possibilidades àqueles excluídos e
marginalizados pelo capitalismo. Contudo, a carta de direitos fez com que os
deveres escoassem rio abaixo. A noção de deveres foi completamente esquecida,
dando lugar a pregação de que as pessoas deveriam se organizar em grupos, criando um antagonismo
crescente entre pessoas de raças diferentes, de orientação sexual diferente, ou
o que mais fosse pensado, criando políticas públicas para cada demanda que
caracterizasse alguma diferença. Tudo em nome da diversidade.
A partir de então, tudo é
questionado. Ninguém falava de deveres...Se pararmos para pensar, há quase 30 anos
não se fala em deveres nesse país...E aqui estamos nós...
O que se ouve é: "A exclusão
social justifica o crime"; "A irresponsabilidade do
"cidadão"(com direitos e sem deveres) é justificada porque a nação
não lhe deu os meios para uma vida digna". Ninguém assume seus atos.
Então
faço a pergunta que não quer calar: Por que os bem nascidos políticos brasileiros
são também criminosos? Qual a questão social? O que justifica os desmandos criminosos
que assistimos estarrecidos diuturnamente, com danos incalculáveis para a
população?
O momento clama por discernimento.
A crise é fato, os cidadãos que cumpriram devidamente seus deveres, também estão
perdendo direitos. Estamos todos
perdendo, independente da motivação de cada um. Passou da hora de acordar e
perceber que somos responsáveis pelos nossos atos e não o outro. Não é exclusão
social que cria o bandido, é a decisão pessoal, e isso nos prova os nossos
deploráveis representantes políticos. Não foi para comprar alimento, pagar
estudo ou ter uma vida digna que eles se organizaram em quadrilhas para quebrar
o país. Trata-se de crescer e responder pelas nossas escolhas. Chega de
justificativas fantasiosas para dourar a pílula. O remédio amargo, mas eficaz, será aquele que resgatar a
noção exata de cidadania com direitos, deveres e responsabilidades assumidas.
Muita coisa passa em nossas
cabeças quando nos debruçamos sobre essas questões, contudo, analisando
friamente todo esse percurso cheio de teorias revolucionárias que nos trouxeram
ao contexto atual, entendo que precisamos novamente pensar o país na
perspectiva de Ordem e Progresso. Ou
isso, ou o tormento venezuelano será realidade para nós também.
Aparecida Cunha
Nenhum comentário:
Postar um comentário