quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Uma Nova Questão Social



          Como objeto de trabalho do Serviço Social, a questão social tem sido estudada, pesquisada e tratada como a causa de grande parte dos problemas da sociedade.
        Até certo ponto as teorias vinham fazendo sentido e a Constituição Cidadã com sua ousada carta de direitos traria novas possibilidades àqueles excluídos e marginalizados pelo capitalismo.  Contudo, a carta de direitos fez com que os deveres escoassem rio abaixo. A noção de deveres foi completamente esquecida, dando lugar a pregação de que as pessoas deveriam  se organizar em grupos, criando um antagonismo crescente entre pessoas de raças diferentes, de orientação sexual diferente, ou o que mais fosse pensado, criando políticas públicas para cada demanda que caracterizasse alguma diferença. Tudo em nome da diversidade.
       A partir de então, tudo é questionado. Ninguém falava de deveres...Se pararmos para pensar, há quase 30 anos não se fala em deveres nesse país...E aqui estamos nós...
O que se ouve é: "A exclusão social justifica o crime"; "A irresponsabilidade do "cidadão"(com direitos e sem deveres) é justificada porque a nação não lhe deu os meios para uma vida digna". Ninguém assume seus atos.
      Então faço a pergunta que não quer calar: Por que os bem nascidos políticos brasileiros são também criminosos? Qual a questão social? O que justifica os desmandos criminosos que assistimos estarrecidos diuturnamente, com danos incalculáveis para a população?
      O momento clama por discernimento. A crise é fato, os cidadãos que cumpriram devidamente seus deveres, também estão perdendo  direitos. Estamos todos perdendo, independente da motivação de cada um. Passou da hora de acordar e perceber que somos responsáveis pelos nossos atos e não o outro. Não é exclusão social que cria o bandido, é a decisão pessoal, e isso nos prova os nossos deploráveis representantes políticos. Não foi para comprar alimento, pagar estudo ou ter uma vida digna que eles se organizaram em quadrilhas para quebrar o país. Trata-se de crescer e responder pelas nossas escolhas. Chega de justificativas fantasiosas para dourar a pílula. O remédio  amargo, mas eficaz, será aquele que resgatar a noção exata de cidadania com direitos, deveres e responsabilidades assumidas.
     Muita coisa passa em nossas cabeças quando nos debruçamos sobre essas questões, contudo, analisando friamente todo esse percurso cheio de teorias revolucionárias que nos trouxeram ao contexto atual, entendo que precisamos novamente pensar o país na perspectiva de  Ordem e Progresso. Ou isso, ou o tormento venezuelano será realidade para nós também.
Aparecida Cunha

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