segunda-feira, 27 de maio de 2019

“Amigo Sustentável”, o projeto que desenvolve habilidades socioemocionais e sustentabilidade

Parceira entre escolas, eletiva faz alunos confeccionarem brinquedos para alunos de outra unidade

  Parcerias entre escolas sempre rendem bons resultados. Seja para a comunidade, como a organização de festas juninas ou a promoção de festas e comemorações em datas especiais, seja na união de diretorias para recepcionar os alunos de outra unidade, o trabalho em conjunto é fundamental na aprendizagem continuada. Na Zona Oeste de São Paulo, essa parceria produziu ainda mais frutos e invadiu a sala de aula.

Integrantes do PEI – Programa de Ensino Integral, as E. E. Brasílio Machado e a E. E. Carlos Maximiliano uniram os alunos por meio de uma matéria eletiva comum. O projeto “Amigo Sustentável” estimula a confecção de brinquedos feitos de sucata. Coletada na vizinhança das escolas, os estudantes usam diversos materiais, como papelão, garrafas PET e outros, para produzir seus próprios brinquedos.
Além das disciplinas de ciências usadas na confecção dos brinquedos, o projeto tem outro intuito: desenvolver a solidariedade. Isso porque os brinquedos produzidos não são destinados aos alunos, mas sim aos estudantes da E. E. Brasílio Machado, que “adotam” um amigo e produzem o brinquedo que ele mais gosta. “Além dos brinquedos, nós fazemos textos, bilhetes e cartas que são enviadas ao amigo sustentável da estudante. Toda sexta-feira fazemos a visita e eles brincam juntos na entrega dos brinquedos”, conta Regina Célia Silva, professora e mentora da eletiva.

Projeto coloca habilidades socioemocionais em destaque

Além de ciências e coordenação motora, o projeto “Amigo Sustentável” também desenvolve habilidades socioemocionais nos estudantes. A ideia nasceu após a percepção de que os estudantes se sentiam muito sozinhos e sempre recorriam ao celular quando poderiam interagir entre si. “Queria fazer algo que desenvolvesse o desejo de cuidar do outro. Ao adotarem um colega de outra escola, eles se relacionam, perguntam sobre o que o outro gosta. Se sentem melhores, pois percebem que fazem a diferença na vida do outro”, pontua Regina.



A parceria com a Brasílio Machado foi fundamental para a eletiva sair da ideia e ser ofertada. Para Simone Romano, vice-diretora da E. E. Brasílio Machado, o projeto é inspirador. “Nossos alunos são presenteados com brinquedos toda sexta-feira. Além do brinquedo ser sustentável, vindo da sucata, essa eletiva desenvolve a amizade, fundamental para a vida humana”, comemora a diretora.
A eletiva desenvolve ao menos uma das 10 competências socioemocionais da Base Nacional Comum Curricular: o exercício do diálogo, empatia, cooperação e resolução de conflitos. Segundo Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, essas competências são tão importante quanto as disciplinas normais. “O que a ciência diz é que as habilidades socioemocionais têm o mesmo peso das habilidades cognitivas no resultado escolar, medindo por notas, probabilidade de abandono e escolaridade final atingida. As capacidades emocionais também ajudam nos processos cognitivos, como o processo lógico”, explica.
O sucesso da eletiva nas escolas deve influenciar a oferta de mais disciplinas que trabalhem as competências cognitivas, como o raciocínio lógico ao produzir brinquedos que sejam firmes e duráveis, e o socioemocional, que pode ser ensinado com ações propositivas como essa. “Essas competências são utilizadas em diversas situações da vida e integram o processo de cada um para aprender a conhecer, conviver, trabalhar e ser”, explica Cristina Favaron Tugas, Diretora Pedagógica do Centro Educacional da Fundação Salvador Arena (CEFSA). “São habilidades que você pode aprender, praticar e ensinar”, conclui.
Por  Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

sábado, 11 de maio de 2019

Enem 2019 já tem 3 milhões de inscritos

ensino medio
A edição de 2019 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já atingiu a marca de 3 milhões de inscritos. O balanço foi divulgado pelo Ministério da Educação e contabiliza os inscritos até as 22h de ontem. As inscrições foram abertas no último dia 6 e vão até o dia 17 de maio, pela internet. As provas do Enem serão aplicadas em dois domingos, 3 e 10 de novembro.
Do total de inscritos, 63% estão isentos do pagamento da taxa de inscrição. A taxa para o Enem é de R$ 85 e deve ser paga até o dia 23 de maio. O participante terá até 17 de maio para atualizar dados de contato, escolher outro município de provas, mudar a opção de língua estrangeira e alterar atendimento especializado e/ou específico. Após esse prazo, não serão mais permitidas mudanças.
O candidato que precisar de atendimento especializado e específico deve fazer a solicitação durante a inscrição. O prazo para pedidos de atendimento por nome social vai de 20 e 24 de maio.
Quem já concluiu o ensino médio ou vai concluir este ano pode usar as notas do Enem, por exemplo, para se inscrever em programas de acesso à educação superior como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Programa Universidade para Todos (ProUni) ou de financiamento estudantil.
A prova também pode ser feita pelos chamados treineiros – estudantes que vão concluir o ensino médio depois de 2019. Neste caso, os resultados servem somente para autoavaliação, sem possibilidade de o estudante concorrer efetivamente às vagas na educação superior ou para bolsas de estudo. Esses participantes devem declarar ter ciência disso já no ato da inscrição.

Dicas de Estudo

Para reforçar o conhecimento dos candidatos, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) oferece várias estratégias gratuitas, como o Questões Enem, no qual os estudantes têm acesso a um atualizado banco de dados que reúne provas de 2009 até 2018. O site permite a resolução das questões online, com o recebimento do gabarito. Já pelo perfil EBC na Rede, é possível acompanhar a série Caiu no Enem.
Por Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil/Edição: Valéria Aguiar

segunda-feira, 15 de abril de 2019

COMO TRABALHAR A INTERAÇÃO SOCIAL NO TEA?


Muitas crianças e adultos autistas precisam de ajuda para aprender a agir em diferentes tipos de situações sociais. Eles podem até mesmo ter o desejo de interagir com os outros, mas podem não saber como agir, fazer amigos ou conviver em sociedade. Por isso, quem tem o Transtorno do Espectro do Autismo pode não se comunicar verbalmente ou ter dificuldades na comunicação não verbal (gestos e expressões faciais). Alguns também não têm interesse em realizar atividades com outras pessoas.
Para as pessoas neurotípicas as habilidades sociais, ou seja, as regras, os costumes e as ações que guiam nossas interações com outras pessoas e o mundo ao nosso redor, são tarefas simples e que se aprende rapidamente. Já o desenvolvimento de habilidades sociais para pessoas com autismo pode ser mais complexo e necessitar de profissionais e familiares para que elas possam aprender e conviver em sociedade. Lembrando que a criança com autismo necessitará de estímulos e ser ensinada a agir em situações que exigem a interação social.
Veja, a seguir, algumas características que as pessoas com TEA podem ter que envolvem a dificuldade de interação social:
– dificuldade em fazer contato visual com outras pessoas;
– não responde quando é chamado pelo nome;
– tem dificuldade para entender outras pessoas, como expressões faciais ou linguagem corporal;
– não estão cientes das convenções sociais ou comportamento social apropriado;
– são indiferentes ou não gostam de contato físico e afetivo;
– não gostam de compartilhar objetos como brinquedos;
– podem expressar as emoções em momentos inadequados, como rir na hora e no lugar errados.
– prefere atividades solitárias e não tentam fazer amigos.

O que pode ser feito para melhorar a interação social?
O primeiro passo é buscar ajuda especializada para entender melhor a situação e encontrar profissionais que possam indicar as melhores ações e atividades para cada pessoa com TEA. Ter uma orientação e acompanhamento é fundamental para melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo. As crianças precisam enxergar a interação de uma forma positiva e não como algo estressante ou que cause ansiedade. Há algumas estratégias baseadas em pesquisas que podem ajudar nesse processo.
É importante praticar novas habilidades sociais com o autista em vários lugares e também com pessoas diferentes. Para isso, é necessário escolher o momento ideal. Evite tentar em situações estressantes ou que ele esteja distraído, por exemplo.
O diálogo é fundamental! Por isso, os pais e cuidadores devem expor as situações do dia a dia e incentivar as pessoas com TEA a buscar soluções. Ao passear, é recomendado tirar fotos dos momentos e depois conversar sobre aquela atividade, deixar que ele ou ela fale o que sentiu e fazer associações positivas ao sair de casa.
Outra dica é fazer imitações de expressões faciais (triste, feliz, assustado, bravo) e explicar o que cada uma significa. Se quiser, coloque a criança em frente ao espelho e peça para que ela faça imite e entenda as semelhanças e identifique o que quer dizer. A criança com TEA também deve ser incentivada a expressar seus sentimentos e descrever o que sente, quais foram os motivos para se sentir assim.
Estimule as pessoas mais próximas a falar com a pessoa com TEA. É importante incluir o autista nas conversas, falar com ele, perguntar como ele está (mesmo que ele não responda). Pois, é uma forma de ele perceber que as pessoas ao redor se importam e vão interagir com ele.
Os livros de histórias com desenhos e imagens podem ser um aliado nesse processo. Peça para a criança com TEA interpretar e explicar o que entendeu, se ele não responder verbalmente, complete as frases explicando e situando o que está acontecendo.
A criança com TEA precisa brincar também e aprender como funcionam as regras. Explore brincadeiras nas quais as crianças precisam esperar sua vez. Jogos com bola, amarelinha e jogo da memória são excelentes opções.
Os pais devem fazer com que as pessoas com TEA conheçam novos lugares, vejam pessoas, passem por experiências que coloquem o aprendizado das habilidades sociais na prática. Considere atividades que a criança goste e as que não tolera, pois ela deve ser respeitada nas suas limitações e dificuldades.
É muito importante acreditar que seu filho autista é capaz de aprender essas habilidades. Se você não acredita que há potencial para mudança, seus esforços para ensinar novas habilidades podem não ser eficazes. Estimular a pessoa com TEA a interagir socialmente e participar de brincadeiras ajuda a melhorar a autoestima, as habilidades cognitivas, a controlar as emoções e estimular a motivação. Por isso, não desista diante das dificuldades e procure ajuda sempre que for necessário.
 Por NeuroConecta

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Professor, coloque um pouco de preguiça no seu dia

Na era do “Faço, logo existo” não nos damos conta de que a hora do trabalho não acaba mais e não sabemos mais o que é descanso

Crédito: Getty Images
“São os ociosos que transformam o mundo, porque os outros não têm tempo algum”
Albert Camus (1913-1960)
 Essa frase é o ponto de partida de Oswaldo Giacoia Junior em defesa da preguiça, em um programa exibido no Café Filosófico da TV Cultura em 2015. Vamos imaginar, porém, que estamos em qualquer escola enunciando um louvor a esse pecado capital. Naturalmente, todos iriam nos censurar, repelir e reprovar por estarmos na era do “Faço, logo existo”.
Diante dessa conjuntura, enfrentamos desafios como a meta de trabalhar 18 horas diárias durante sete dias da semana. Diante de outros professores e demais colegas de trabalho, reiteramos o esforço para responder e-mails, atender aos pais, organizar atividades, cumprir a burocracia das escolas. Impomos a nós mesmos uma grande carga de estudo, pesquisa, metas. Yes, you can (Sim, você consegue - em tradução livre) tornou-se o slogan dos profissionais do século XXI. Em nome disso, sabotamos corriqueiramente as nossas horas de lazer e até mesmo de alimentação. A hora de trabalho não acaba nunca. Não se sabe mais o que é descanso –  há tempos, não se sabe mais o que é ócio. Não temos mais direito à preguiça. Na sociedade de desempenho, a preguiça se transformou em uma forma de resistência diante da aceleração desenfreada trazida pela Revolução Tecnológica.
Para pensar sobre isso, vamos refletir sobre a noção de tempo de duas décadas atrás. Eu comecei a minha carreira como professor em 1999. Não usava e-mail, nem celular. Não postava conteúdos na internet, não usava Powerpoint. Eram apenas papel e lousa. A tecnologia chegou com aquela ideia da praticidade e elevação do conhecimento. Com ela, nosso desenvolvimento da capacidade técnica é inegável. Também com ela, é inegável a dispersão maior dos alunos, a proliferação de terra planistas e, sobretudo, o aumento da carga de trabalho. Não por acaso, o filósofo Byung-Chul Han designa o nosso tempo como Sociedade do Desempenho que gera a Sociedade do Cansaço.
Nessa condição, a preguiça é um substantivo indesejado em qualquer ambiente, em qualquer idiossincrasia, em qualquer conversa cujos parâmetros são pautados na produtividade. Entretanto, quem nunca se perguntou: “Para quê tanto trabalho?” ou “Sou apenas o que produzo?”. Essas perguntas feitas em primeira pessoa perpassam por mim, como psicanalista recém-formado e alguém que vive a sala de aula, ouvindo as queixas dos meus pares e também de meus alunos. Não posso dizer que no ano de 1999 era igual. Sem dúvida, havia outras insatisfações, mas as utopias em nome do avanço tecnológico tornaram-se distopias. Cada vez mais a pós-modernidade trouxe o nivelamento do indivíduo ao da máquina. De 1999 a 2019, a percepção do tempo mudou. O tempo do relógio continua o mesmo, mas a nossa vida está a cada dia mais acelerada.
Essa percepção do tempo não é banal. “Aceleração” tanto se refere a algo dentro de nós (“estou acelerado”), quanto a algo fora de nós (“a aceleração da tecnologia”). Poucos percebem que a noção de tempo não pode se banalizar com clichês como “Tempo é dinheiro”. Sobre isso disse Antonio Candido: “Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida, é esse minuto que está passando. Daqui a 10 minutos eu estou mais velho, daqui a 20 minutos eu estou mais próximo da morte. Portanto, eu tenho direito a esse tempo. Esse tempo pertence a meus afetos”. Essas palavras de Antonio Candido denunciam a monstruosidade que praticamos contra nossa individualidade nessa era tecnológica. Logo, o tédio pode ser, sim, uma forma de resistência, um tédio falaz, conciliador do eu consigo mesmo. Temos que resistir ao Yes, you can. O vazio e o nada são elementos que nos ajudarão a criar a experiência que falta da própria individualidade.
Jorge Larrosa diz: “A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, ou o que toca”. Na vivência da sociedade do desempenho, muitas coisas se passam, mas pouco ou quase nada nos acontece. Nessa era tecnológica, produzimos cada vez mais – entretanto, a experiência é cada vez mais rara. Isso se dá pelo excesso de estímulos ligados às redes sociais. Esse excesso não é experiência, pois tem como característica a volubilidade perene.
Para tentar explicar essa falta da experiência, é possível analisar o que é psiquismo, segundo Maria Rita Kehl em o Tempo e o Cão. Psiquismo é uma instância temporal, é o trabalho de tentar representar um objeto faltante sobre um vazio. Nesta era da aceleração, não há vazios ou ao menos não percebemos mais os vazios. Com o excesso de tarefas, de informações e de estímulos, nós nos tornamos seres fragmentados da nossa própria subjetividade. Falta-nos a contemplação diante de nossos afetos. Falta-nos repouso, falta-nos ócio, falta-nos a valorização de nós mesmos.
A experiência é a consciência sobre o tempo vivido, projetado pelo indivíduo. Temos que perceber que o tempo não flui homogeneamente. Há a noite tranquila do bebê, a noite breve e intranquila do professor, a noite infindável dos ansiosos e, agora, a noite não dormida da sociedade do desempenho. É inquestionável que os nossos ritmos temporais foram subjugados pela tecnologia, tentando nos transformar em máquinas. É o tempo sem tempo, que subjuga a amizade, o lazer, o religioso, o sonho.
E o sonho é, por vezes, a própria experiência. Precisamos dormir para sonhar. Em um de seus textos, o Menino que Escrevia Versos, Mia Couto narra uma linda conversa entre o menino e o médico:
“—Dói-me a vida, doutor. (...)
— E o que fazes quando te assaltam essas dores?
— O que melhor sei fazer, excelência.
— E o que é?
— É sonhar.
 Esse pequeno trecho do autor moçambicano pode representar dois aspectos muito relevantes e sintomáticos da sociedade contemporânea: a dor e o sonho. A dor faz parte da vida e de qualquer atividade profissional; o sonho só vem quando o enxergamos com um pouco de tempo para nós, com um pouco de tédio, com “nãos” e com a boa e leve preguiça. Assim transformamos o mundo.
Por Francisco Gonçalves Lima/Nova Escola

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Inscrições abertas para audição de novos cantores (tenor e contralto)

http://pratico.rn.gov.br/expressoMail1_2/inc/get_archive.php?msgFolder=INBOX&msgNumber=9238&indexPart=0.1&image=true

O grupo Poetas Líricos está com inscrições abertas para audição de novos cantores (tenor e contralto) até o dia 15/04 através do link: https://bit.ly/2D1Fh9l.
A audição será realizada no dia 16/04, às 19h na sala 13 (CIART) da Escola de Música da UFRN. Os cantores serão atendidos por ordem de chegada.
Podem se inscrever alunos da UFRN e pessoas da comunidade externa, desde que o participante tenha idade igual ou superior a 18 anos.
 
Sobre os Poetas Líricos:
 
O grupo cria sua identidade a partir da ideia e raiz de seu nome; a poesia e o lirismo na música. Desta forma, a principal característica do grupo é definida pela forma de mostrar a música, unindo elementos cênicos e citações de fontes literárias. No estilo dos trovadores, a intenção é cativar o público suscitando mais sensibilidade que raciocínio. Para tanto, o grupo não possui vínculo com época ou gênero musicais. Os Poetas Líricos pretendem trabalhar com temas envolvendo a música como foco narrativo principal, associada a imagens, poesias, citações e expressões cênicas. Em outras palavras, falar música, expressar ideias e sentir poesia e lirismo.
 
Criado em 2008 por Edson Bruno Araújo, Agamenon Morais e Pollyanna Guimarães, atual coordenadora, o grupo sempre teve e tem a regência de Edson Bruno Araújo.
 
Para maiores informações, entrar em contato pelo e-mail: contatopoetasliricos@gmail.com
Por  e-Comunicação UFRN

5 curiosidades incríveis sobre relâmpagos

São mais de 70 milhões de relâmpagos por ano só no Brasil. Para alguns, isso causa um pânico imediato. Assustadora ou não, a descarga elétrica atmosférica é um fenômeno majestoso que impressiona o homem desde as civilizações primitivas até os dias modernos.
 
Apesar de a expressão dizer o contrário, os relâmpagos de fato caem mais de uma vez no mesmo lugar.

Relâmpago é uma descarga elétrica causada por um desequilíbrio de cargas elétricas entre as nuvens de tempestade e o solo, ou dentro das próprias nuvens. A maioria dos relâmpagos ocorre dentro das nuvens. Durante uma tempestade, a colisão entre partículas gelo dentro da nuvem gera separação de cargas elétricas. Estas cargas vão se acumulando em determinadas regiões da nuvem, fazendo-as parecer uma pilha (na maioria das vezes, cargas negativas ficam nos pontos mais baixos das nuvens de tempestade).
A medida que a nuvem se torna eletricamente carregada (devido a separação de cargas), um campo elétrico surge e sua magnitude aumenta ao passo que a separação de cargas continua dentro da nuvem. Para diminuir ou neutralizar este campo elétrico, a natureza produz uma descarga elétrica atmosférica (o relâmpago) que é responsável por levar as cargas negativas para locais com sinais contrários.

Os relâmpagos são responsáveis por importantes processos atmosféricos. Desde processos de microfísica de nuvem até na química da atmosfera. Evidências indicam, por exemplo, que os relâmpagos podem ter auxiliado na origem da vida na terra com a formação dos primeiros compostos denominados aminoácidos. Veja 5 curiosidades abaixo.

A temperatura em um relâmpago

O ar ao redor do canal da descarga elétrica atmosférica pode alcançar temperaturas por volta de 30.000ºC. Aproximadamente cinco vezes mais quente que a superfície do sol!

Relâmpagos por dia

Ocorrem mais de 3 milhões de relâmpagos por dia em todo o mundo - isso é cerca de 40 relâmpagos por segundo. Nem todos essas descargas elétricas atingem o solo, alguns acontecem entre ou dentro das nuvens.

A energia de um relâmpago

Um relâmpago médio pode liberar energia suficiente para manter uma lâmpada de 100 watts ligada por mais de três meses seguidos (cerca de 250 quilowatts-hora de energia).

O ar atmosférico

O ar entre as nuvens e a Terra “bloqueia” a descarga elétrica (também conhecido como rigidez dielétrica do ar) até que a magnitude do campo elétrico fique tão forte que um impulso elétrico chamado de “líder escalonado” seja lançado da nuvem.

O Elétron líder

O elétron líder (primeira carga a iniciar a trajetória da descarga elétrica) cai em “degraus” com cerca de 45 m cada, a uma velocidade aproximada de 220.000 km/h, até quase chegar ao chão. É quando uma carga elétrica chamada streamer sobe para encontrá-lo e completar o circuito.

Por  Davi Moura/Tempo.com

sábado, 6 de abril de 2019

Salman Khan defende o uso de tecnologias gratuitas para revolucionar a educação

O criador da Khan Academy lembra que, diante de tecnologias como inteligência artificial, grandes parcelas das sociedades precisam se preparar melhor
Salman Khan (Foto: Max Morse/Getty Images)
SALMAN KHAN, CRIADOR DA KHAN ACADEMY, LAMENTA QUE POUCOS SIGAM O CAMINHO DO EMPREENDEDORISMO SOCIAL (FOTO: MAX MORSE/GETTY IMAGES)

A educação no Brasil pode ser melhorada com uso de tecnologia disponível, gratuita e de qualidade, de acordo com criador da Khan Academy, Salman Khan. O empreendedor e educador, mais conhecido como Sal, palestrou na Brazil Conference at MIT and Harvard, em Boston, nesta sexta-feira. A Khan Academy tem conteúdo acessível em 190 países e conta com a Fundação Lemann para traduzir os vídeos de inglês para português.
Em 2012, a Fundação Lemann criou uma parceria com a Khan Academy. As duas instituições fizeram um experimento social na periferia de São Paulo. Financiada pela Fundação Lemann, a Khan Academy ofereceu treinamento de internet para professores e percebeu que a tecnologia na aula e a educação personalizada podem mudar o sistema didático. “Obrigado por essa parceria no Brasil. Estamos fazendo diferença”, disse Khan.
Apesar de oferecer uma opção paralela à educação formal, Khan não acredita que as escolas se tornarão obsoletas (ele espera integrar sua iniciativa ao ensino formal). Para impedir que grande parte da população permaneça com baixa escolaridade e seja afastada do mercado de trabalho por causa do advento de novas tecnologias, Khan defende educação gratuita e implementação de infra-estrutura de acesso à internet.
Essas políticas, aliadas ao uso abrangente de ferramentas como a Khan Academy, deixariam a sociedade mais preparada para lidar com o impacto de novas tecnologias e capaz de trabalhar em frentes de inovação como inteligência artificial, na visão do empreendedor.
Khan também lamentou que pouca gente escolha o caminho do empreendedorismo social e afirmou que o empreendedorismo nas áreas de saúde e educação é o mais necessário para melhorar a sociedade.
Sal Khan criou sua empresa despretensiosamente, como forma de dar aulas particulares para suas primas e irmã. Porém, seus vídeos viralizaram rapidamente -- assim ele criou a Khan Academy. Khan manteve seu modelo de negócio sem fins lucrativos e se baseia em doações.
POR RENATA S. GERALDO, DE BOSTON/ Época Negócios