28/06/2011 - 13h40
O Instituto Henfil lança nesta quarta o documentário Nome Frio - Betinho, clandestino em Mauá, que conta a história de Herbert José de Souza, o Betinho. O ativista e sociólogo viveu em Mauá em 1969 e 1970 e ficou clandestinamente na cidade, devido à perseguição política que sofriam todos aqueles que lutavam contra a ditadura militar.
O ativista veio como líder de uma ação que visava conscientizar o operariado e conquistar novos participantes para resistência. Para isso, foi trabalhar como operário na Porcelana Real, o que fez por breve período, pelo estado de saúde precário decorrente da hemofilia.

Em 1985, Betinho soube que contraiu HIV, em uma das transfusões de sangue que precisava fazer periodicamente, em função da hemofilia. Por isso, em 1986 ajudou a fundar a Abia (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids). O sociólogo morreu em 1997, em decorrência da doença.
O projeto foi idealizado pelo Observatório Social do Instituto Henfil, localizado em Mauá.
Segundo o diretor do Observatório, Renato Costa, muitas pessoas não conhecem a história de Betinho e nem a passagem dele na cidade.
"O documentário vai resgatar a história da cidade. Fazer uma leitura da região e da vida de Betinho aqui, na época da ditadura."
O filme de 25 minutos é composto por entrevistas com pessoas que conviveram com Betinho em Mauá, como Olivier Negri Filho e Getúlio Miguel de Souza, que atualmente são professores na cidade e a biógrafa Carla Rodrigues.
O documentário foi dirigido por Ana Paula Quintino, cineasta da região, que já produziu outros filmes sobre a cidade.
Nome Frio/ O título refere-se ao codinome adotado por quem combatia o regime militar na clandestinidade. Em Mauá, Betinho era conhecido como Chico. Mas graças à canção "O bêbado e o equilibrista", cantada por Elis Regina, tornou-se nacionalmente conhecido como irmão do Henfil, um cartunista brasileiro que também lutava contra a ditadura.
Divulgação/ O documentário será lançado nesta quarta, às 19h na Livraria Cultura do Shopping Market Place, em São Paulo. Cerca de mil cópias do filme serão distribuídas por escolas de todo o país.
Além disso, o filme será disponibilizado na internet. O observatório Social vai negociar com o cinema e o Teatro de Mauá a exibição do documentário.
Fonte: Bom Dia Sorocaba
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