sexta-feira, 1 de julho de 2011

Instituto Henfil lança documentário "Nome Frio", que conta a história de Herbert Souza

Documentário mostra Herbert José de Souza como clandestino em Mauá

28/06/2011 - 13h40

O Instituto Henfil lança nesta quarta o documentário Nome Frio - Betinho, clandestino em Mauá, que conta a história de Herbert José de Souza, o Betinho. O ativista e sociólogo viveu em Mauá em 1969 e 1970 e ficou clandestinamente na cidade, devido à perseguição política que sofriam todos aqueles que lutavam contra a ditadura militar.

O ativista veio como líder de uma ação que visava conscientizar o operariado e conquistar novos participantes para resistência. Para isso, foi trabalhar como operário na Porcelana Real, o que fez por breve período, pelo estado de saúde precário decorrente da hemofilia.

Nesta época morava no Jardim Zaíra com a mulher e o filho. Promoveu a conscientização política e ações coletivas baseadas na solidariedade. Com isso conseguiu benfeitorias para o bairro.

Em 1985, Betinho soube que contraiu HIV, em uma das transfusões de sangue que precisava fazer periodicamente, em função da hemofilia. Por isso, em 1986 ajudou a fundar a Abia (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids). O sociólogo morreu em 1997, em decorrência da doença.

O projeto foi idealizado pelo Observatório Social do Instituto Henfil, localizado em Mauá.

Segundo o diretor do Observatório, Renato Costa, muitas pessoas não conhecem a história de Betinho e nem a passagem dele na cidade.

"O documentário vai resgatar a história da cidade. Fazer uma leitura da região e da vida de Betinho aqui, na época da ditadura."

O filme de 25 minutos é composto por entrevistas com pessoas que conviveram com Betinho em Mauá, como Olivier Negri Filho e Getúlio Miguel de Souza, que atualmente são professores na cidade e a biógrafa Carla Rodrigues.

O documentário foi dirigido por Ana Paula Quintino, cineasta da região, que já produziu outros filmes sobre a cidade.

Nome Frio/ O título refere-se ao codinome adotado por quem combatia o regime militar na clandestinidade. Em Mauá, Betinho era conhecido como Chico. Mas graças à canção "O bêbado e o equilibrista", cantada por Elis Regina, tornou-se nacionalmente conhecido como irmão do Henfil, um cartunista brasileiro que também lutava contra a ditadura.

Divulgação/ O documentário será lançado nesta quarta, às 19h na Livraria Cultura do Shopping Market Place, em São Paulo. Cerca de mil cópias do filme serão distribuídas por escolas de todo o país.

Além disso, o filme será disponibilizado na internet. O observatório Social vai negociar com o cinema e o Teatro de Mauá a exibição do documentário.



Fonte: Bom Dia Sorocaba

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