A violência nas Escolas, lugar onde somente o conhecimento deveria ser o maior centro das atenções, infelizmente tem tomado lugar nas discussões entre aqueles que veem na mediação de conflitos a única forma de se restabelecer um espaço tranquilo de convivência nas Escolas. Visando contribuir com o tema, um dos palestrantes confirmados no II Congresso Internacional de Educação de Lucas do Rio Verde é o Dr. Álvaro Chrispino, do CEFET do Rio de Janeiro.
“Essa é uma questão significativa. Na verdade, defendemos que a manifestação violenta do conflito se dá quando estudantes com histórias, valores, expectativas diferentes são tratados homogeneamente. Isso acontece principalmente porque conseguimos universalizar o acesso à Educação, o que trouxe para o universo escolar alunos de perfil muito distintos. Ocorre que a escola continua a tratá-los como se eles fizessem parte de grupos homogêneos, próprios dos tempos em que as turmas eram pequenas e a escola atendia apenas a pequenos grupos.”
Nas palavras do Dr. Álvaro, conflito é toda opinião divergente ou maneira diferente de ver ou interpretar algum acontecimento. A partir disso, todos que vivemos em sociedade temos a experiência do conflito. Desde os conflitos próprios da infância, passamos pelos conflitos pessoais da adolescência e, hoje, visitados pela maturidade, continuamos a conviver com conflitos de toda ordem. E como é notória nossa dificuldade de lidar com os conflitos, a mediação torna-se uma grande e eficaz alternativa.
“Claro que não é possível imaginar que vamos empreender uma prática escolar individualizada (como defendemos para os primeiros anos da escola básica) mas é indispensável: 1. Reconhecer que o grupo é heterogêneo. Isso é um fato. 2. Definir rotinas que permitam identificar o que pensam e sentem esses alunos. Isso nos faz conhecer o universo com o qual trabalhamos. 3. Oferecer espaços de diálogo onde essas diferenças e expectativas possam ser conhecidas e respeitadas. Isso melhora o Clima Escolar. 4. Colocar-se na postura de quem acredita que é possível conviver com as diferenças e tirar dela aprendizagem. Isso contagia os demais. 5. Desenvolver a Cultura da Mediação de Conflito, como terceiro mais imparcial possível, nos embates que possam surgir. Isso comprova que há alternativas de solução não violenta de conflitos. É um aprendizado social para todos. 6. Por fim, pensar que podemos valorizar as pessoas por aquilo que elas têm de singular e não reprová-las por não conseguirem atender a uma expectativa pré estabelecida de comportamento e de aprendizagem. Isso é reconhecer que antes do grupo existe o indivíduo. A Educação é um direito de todos (como grupo) e de cada um (como individuo).”, finaliza Prof. Dr. Álvaro Chrispino.
O II Congresso Internacional de Educação é promovido pela Faculdade La Salle Lucas do Rio Verde em parceria com o Colégio La Salle e a Secretaria Municipal de Educação de Lucas do Rio Verde. Renomados palestrantes nacionais e internacionais são presença confirmada.
Fonte ExpressoMT
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