segunda-feira, 13 de março de 2017

7 mulheres que mudaram a Educação

Quem já foi estudante e quem trabalha diariamente em uma escola vê que a grande maioria do corpo docente é composto por mulheres. Entretanto, quando falamos de pensadores da Educação, aquelas pessoas que têm um nome de peso nos estudos da área, a realidade se inverte um pouco e tendemos a citar nomes de homens, como Paulo Freire, Jean Piaget, Lev Vygotsky, entre outros.
No entanto, as mulheres deram, sim, e continuam dando muitas e grandes contribuições para pensar e transformar a Educação. Abaixo, conheça sete educadoras que são exemplos para professoras e estudantes de muitas áreas de todo o mundo:
Anne Sullivan
Anne Sullivan e Helen Keller
Devido a um problema de saúde, a educadora americana Anne Sullivan (1866-1936) perdeu a visão quando criança. Aos 20 anos, depois de se formar na escola, foi contratada como professora particular e em tempo integral de Helen Keller, garota cega e surda que nunca tinha recebido nenhum tipo de Educação formal da família. Através do tato, ela ensinou a menina a reconhecer objetos e associá-los a palavras. Com a ajuda de Anne, Helen conseguiu aprender inglês, francês, alemão, ficou proficiente em braile e em linguagem de sinais na palma da mão. Além disso, Helen se formou em Filosofia, se tornou ativista política e publicou 12 livros. Se você quiser saber mais sobre a história dessas duas mulheres, vale muito a pena assistir ao filme O Milagre de Anne Sullivan.

Dorina Nowill

A educadora Dorina Nowill (1919-2009) perdeu a visão aos 17 anos. Ela foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, no centro de São Paulo, onde se formou como professora. Posteriormente, se especializou em Educação de cegos na Universidade de Columbia, em Nova York. Em 1946, criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil e, em 1948, fundou a primeira imprensa Braille em grande escala do país, que imprimia livros didáticos e outros documentos. Dorina também dirigiu a Campanha Nacional de Educação de Cegos, do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que criou os primeiros serviços de Educação de cegos no país e também lutou pelas aberturas de vagas para pessoas com deficiência visual no mundo do trabalho.

Emília Ferreiro

A pedagoga e psicolinguista argentina Emilia Ferreiro (1937) revolucionou a maneira de se pensar a alfabetização e foi quem mais influenciou a Educação brasileira nos últimos 40 anos.  Fez doutorado na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, e focou seus estudos em investigações sobre a escrita. Em 1979, em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky, lançou o livro Psicogênese da Língua Escrita. Sua obra influenciou tanto os educadores brasileiros que até mesmo os Parâmetros Curriculares Nacionais são inspirados por ela. Aqui você encontra uma série de vídeos que NOVA ESCOLA gravou com a estudiosa.

Maria Montessori

Maria Montessori (1870-1952) foi a primeira mulher a se formar em medicina na Itália. Entretanto, não pode seguir a carreira como desejava, pois, na época, não era permitido às mulheres examinar homens. Por isso, começou a trabalhar com crianças com deficiência na clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de Roma e, com base nos estudos e trabalhos com elas, criou o método Montessori, que dava mais ênfase à autoeducação (desenvolvimento da criança por seus próprios esforços, no seu ritmo e seguindo seus interesses) do que ao papel do professor como fonte de conhecimento. Para ela, o objetivo da escola é a formação integral do jovem, uma "Educação para a vida" e isso é feito através da individualidade, da atividade e da liberdade (em equilíbrio com a disciplina) do aluno.

Débora Seabra

Débora Seabra (1981) foi primeira professora com Síndrome de Down do Brasil. Formada em magistério na EE Professor Luis Antônio, em Natal, ela trabalha como professora assistente em turmas de Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental, desde 2004. Quando ela nasceu, na década de 1980, pouco se sabia no Brasil sobre a trissomia do cromossomo 21, ou Síndrome de Down, mas seus pais sempre fizeram questão de que ela estudasse em instituições de ensino regular. Hoje, ela também dá palestras em vários países e já lançou um livro de fábulas infantis. Leia aqui um depoimento da professora Débora sobre sua trajetória.

Marie Curie

A cientista polonesa Marie Curie (1867-1934) se formou em Matemática e Física, na Universidade de Sorbonne, na França. Com seu marido, Pierre Curie, descobriu os elementos químicos Polônio (nome dado em homenagem ao seu país) e Rádio, iniciando as primeiras pesquisas sobre radioatividade (termo criado por ela mesma). As pesquisas de Marie Curie foram tão relevantes que, em 1903, ela recebeu o Prêmio Nobel de Física e, 8 anos depois, o de Química. Ela foi a primeira mulher a ganhar o Nobel e a primeira pessoa a recebê-lo duas vezes. Além dos estudos sobre Física e Química, Marie Curie era professora e começou a lecionar aos 18 anos. Entre as instituições em que deu aula, estava uma universidade considerada ilegal por desafiar as políticas de repressão impostas pelo Império Russo e frequentada principalmente por mulheres impedidas de estudar. Segundo suas alunas, Marie dava a elas oportunidades que, na época, eram restritas apenas aos alunos, como visitas a laboratórios de pesquisa e contato com equipamentos de experimentos.

Hannah Arendt


A família da alemã Hannah Arendt (1906-1975) era judia e, devido ao regime nazista, teve que deixar o país. Primeiro, eles foram para a França e, de lá, seguiram para os Estados Unidos, onde Arendt permaneceu como apátrida até se naturalizar americana, já em 1951. Conhecida como filósofa, ela preferia o título de teórica política. Publicou uma das obras mais famosas do século XX, o livro As Origens do Totalitarismo, em que analisa as formas totalitárias de poder e a banalização do terror.  Arendt também refletiu sobre Educação e, nos textos A Crise na Educação e no Reflexões sobre Little Rock, discute o papel da área na vida dos alunos. 
Por Nairim Bernardo/Nova Escola

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