Há mais de 200 anos foi descrito o primeiro caso de crianças com autismo. Prefect (1770) descreveu o caso de um menino de onze anos de idade com um distúrbio com estados confusionais prolongados e delírios que às vezes se alternavam com períodos de letargia e angústia.
Naquela época, começaram a ser apresentadas explicações das mais diversas, mas atualmente existem várias pesquisas científicas que apontam que a origem do autismo está na alteração de diversos genes.
No entanto, como destacamos, diferentes teorias foram descritas ao longo da história. Uma das mais influentes é a teoria da mente, formulada em 1985 por Simon Baron-Cohen, Alan Leslie e Uta Frith. Em seus estudos sobre o desenvolvimento da compreensão social em crianças pequenas, estabeleceram a hipótese de que as pessoas com autismo não têm teoria da mente, não têm a capacidade de atribuir estados mentais independentes para si mesmo e para os outros, a fim de prever e explicar os comportamentos.
Quando uma criança é diagnosticada com um transtorno do espectro autista, a família inicia uma jornada inesperada. O futuro para eles se torna mais incerto. Filtrar e digerir todas as informações e opções pode ser devastador.
Haverá muitos profissionais, terminologias complexas e uma vasta quantidade de informações e opiniões de pessoas que farão parte de sua vida. Várias emoções, como medo, tristeza, negação, culpa, raiva e tristeza, parecerão inundá-los.
“Te escuto melhor quando não estou olhando para você. O contato visual é desconfortável. As pessoas nunca entenderão a batalha que eu enfrento para fazer isso”.-Wendy Lawson-
Os pais de crianças com autismo têm que enfrentar duas novidades, a da nova criança e a de um distúrbio do desenvolvimento que provavelmente escapa à sua compreensão. Isso supõe um desgaste físico e psicológico para os pais. Os comportamentos dessas crianças muitas vezes desorientam as famílias. A falta de resposta, o comportamento imprevisível e a rejeição ao contato físico são alguns dos que mais impactam a família.
É por isso que os workshops para pais de crianças com autismo são muito benéficos, porque os ajudam a entender a doença e a saber como abordá-la, fornecendo ferramentas para a educação das crianças.
Como lidar com a educação de uma criança em um mundo que não a entende
O autismo é uma síndrome que compromete a qualidade de vida de quem o sofre e de sua família, dificultando as relações sociais e a aprendizagem, tornando incerto o futuro em termos de independência, autocuidado e vida produtiva do paciente.
Os pais de crianças com autismo se veem obrigados a modificar vários aspectos de sua vida em relação à alta demanda de cuidados por parte dessas crianças, dificultando seu pleno desenvolvimento pessoal, familiar e profissional, colocando em risco a saúde física e mental familiar.
Ter sob seu cuidado uma pessoa com múltiplas limitações, como a da linguagem e da interação social, impede que os pais tenham à sua disposição o tempo e o dinheiro necessários para satisfazer suas próprias necessidades. A vida dos pais de crianças com autismo gira em torno deles, causando uma diminuição notável na qualidade de vida.
Educação emocional para pais de crianças com autismo
No mundo em que vivemos, as emoções são altamente relevantes, tanto a nível pessoal quanto a nível de interação com o entorno. A educação emocional é um recurso necessário e muito benéfico. Embora cada pessoa com transtorno do espectro do autismo seja única e diferente, há traços comuns na maioria dos casos, como o medo de mudança, a falta de habilidade no uso de linguagem significativa, os interesses restritos, a estereotipia, a sensibilidade distorcida e as dificuldades para ter empatia.
Essas características comuns são aquelas que são avaliadas, ensinadas e treinadas em workshops para pais de crianças com autismo. Após o primeiro diagnóstico do seu filho, os pais podem ficar em estado de choque. Podem ficar confusos por um tempo, como se sentissem paralisados. Depois vem a negação; não querem aceitar a realidade.
Às vezes, eles podem procurar outros diagnósticos e tendem a se agarrar aos mais favoráveis, mesmo que estejam errados. Depois vem o princípio da aceitação e isso pode desencadear depressão, momentos de grande desespero e tristeza. No final vem a fase da realidade, na qual todos os itens anteriores são superados e os pais recorrem a métodos para ajudar o filho. Eles geralmente buscam o tratamento mais personalizado e vantajoso para ele. A duração de cada uma das fases pode variar muito de uma família para outra.
Por isso, o acesso a workshops de diferentes associações para pais de crianças com autismo é considerado muito importante. Os benefícios não são apenas para os pais, mas também para as crianças. Os resultados de diversos estudos confirmam uma melhora na satisfação e qualidade de vida das famílias, que melhoram a compreensão das emoções de todos os seus membros.
Por amenteemaravilhosa.com.br
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