A psicomotricidade é a ciência que estuda o ser humano por meio de seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. O objetivo é visualizar o ser humano da maneira mais completa possível. Sendo assim, o especialista da área (psicomotricista) dispõe de um conjunto de atividades que ajudam as crianças a desenvolver suas habilidades de forma individual.
Sabe-se que há uma interdependência entre o desenvolvimento motor, afetivo e intelectual da criança, pois nos movimentos ela consegue mostrar os seus desejos, a afetividade, como interage com o meio em que vive e a possibilidade de comunicação.
Essas atividades de psicomotricidade envolvem o movimento, a inteligência e o afeto. Trabalha-se a percepção de si mesmo, por meio das sensações e relações entre o corpo e o exterior, além do jogo simbólico e a subjetividade psíquica. A técnica pode ser aplicada por diversos especialistas como fonoaudiólogos, educadores físicos, psicólogos, psicopedagogos, entre outros.
Como contribui para quem tem TEA
Muitas vezes, a pessoa com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) utiliza seu corpo para demonstrar o que sente. É importante trabalhar com a psicomotricidade logo na primeira infância dos autistas (até os sete anos, aproximadamente) com atividades que acompanhem a idade mental e o organismo da criança. A pessoa com o TEA precisa ser estimulada na sala de aula e em casa a realizar desenhos, pinturas, recortes e colagens.
E também é importante realizar brincadeiras com objetos lúdicos e que estimulem a curiosidade da criança. Sempre respeitando a individualidade da pessoa com autismo. Por isso, quem tem hipersensibilidade precisa ficar longe de objetos com texturas. Podem também realizar atividades com bambolês, jogos com objetos de diversas formas e tamanhos, jogos com tecidos, entre outras atividades.
As brincadeiras lúdicas na educação infantil é uma ótima estratégia para treinar a coordenação motora das crianças e também para o equilíbrio e noção de lateralidade. O psicomotricista faz intervenções que estimulem o desenvolvimento do corpo em movimento, beneficiando a interação do autista com a família e o meio social, suas habilidades cognitivas, afetivas, emocionais, o que proporciona mais qualidade de vida. Nesse processo, ele deve captar as mensagens não verbais da criança, pois a comunicação e o vínculo são características que envolvem a eficácia do trabalho do psicomotricista com o autista.
Sabe- se que a psicomotricidade ajuda a criança autista a descobrir o seu corpo, seu espaço e o mundo à sua volta. Ela também passa a percebe os estímulos por meio dos seus sentidos, sensações e sentimentos. Por isso, passa a construir seu próprio mundo devido às relações afetivas e emocionais.
Os autistas sentem dificuldade de noção corporal e por essa razão é fundamental ajudar a criança com o autismo a conhecer o próprio corpo. É importante nomear as partes do corpo, deixá-la tocar e entender a funcionalidade, de modo que ela possa relacionar o nome da parte do corpo com o significado.
A psicomotricidade ajuda quem tem o Transtorno do Espectro do Autismo a desenvolver a parte sensorial, a motora, a linguagem e a capacidade de perceber ambientes sociais. Permite que o autista desenvolva habilidades ao apropriar-se de sua imagem e esquema corporal e da consciência de seu corpo dentro de um ambiente ou de um contexto.
Vale ressaltar que além do ambiente escolar, a família deve incentivar e realizar os exercícios de psicomotricidade indicadas pelo profissional para que o autista consiga desenvolver suas habilidades. É importante que os pais, professores e cuidadores estimulem as percepções sensoriais da criança com o TEA e procure ajuda profissional para elaborar uma estratégia com as atividades adequadas de acordo com a necessidade da criança autista.
Por NeuroConecta
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